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Ambulatório ou pronto-socorro? Como saber se o seu caso é de urgência ou emergência

Desde que o Hospital Santo Antônio decidiu desestimular os blumenauenses a procurar o pronto-socorro em casos não urgentes, semana passada, uma dúvida paira entre os usuários do Sistema Único de Saúde (SUS): como saber se meu caso é urgente?

A resposta para essa questão geralmente passa por um “depende”, afinal, o diagnóstico preciso só é possível com o auxílio de profissionais de saúde. Porém, há orientações gerais que podem auxiliar o cidadão a encontrar atendimento mais rápido.

Cortes de pequena profundidade, crises de rinite, gripe e torções leves são alguns exemplos de casos sem gravidade que não devem ser atendidos em hospitais. São justamente esses os casos mais comuns que costumam aparecer nos pronto-atendimentos dos hospitais. No Santo Antônio, cerca de 70% dos atendimentos se enquadram nessa categoria.

“Não temos como atender essa demanda. Não tem equipe para isso, a estrutura não suporta e gera espera de muitas horas para quem poderia estar sendo atendido nos ambulatórios e postos de saúde”, justifica o coordenador da emergência pediátrica do HSA, o médico Edio Zeferino.

Quando procurar o hospital

O que deve nortear a busca por atendimento hospitalar é o risco de vida. Suspeitas de infarto, derrame, mal súbito, convulsões, falta de ar severa, ferimentos graves por violência e acidentes são os casos mais típicos de emergência.

“São situações em que existe a possibilidade iminente de morte ou casos em que, se protelar o atendimento por um determinado tempo, possa evoluir para um desfecho grave”, explica Zeferino.

No Santo Antônio, esses casos são identificados na triagem. Quem não recebe uma pulseira vermelha, laranja ou amarela no pronto-socorro vai ter de esperar muitas horas pelo atendimento. São esses casos, os verdes e azuis, que devem preferir outras unidades de saúde.

Quando procurar ambulatórios e postos

Os ambulatórios e unidades básicas de saúde (Estratégia Saúde da Família) devem ser procurados em casos de baixa complexidade. São situações como gripe, dores lombares, vômito, diarreia, torções, cortes pequenos e febre, que podem aguardar por atendimento.

De acordo com a Secretaria de Promoção da Saúde (Semus), os postos e ambulatórios têm capacidade de atender à demanda que sobrecarrega os hospitais. As unidades de saúde fazem curativos e suturas de ferimentos e fornecem medicamentos para dor.

No caso dos ambulatórios, além do atendimento regular durante o dia, há os plantões noturnos, que deveriam ajudar a reduzir o movimento nos pronto-atendimentos de hospitais.

Blumenau tem sete ambulatórios gerais, três que funcionam das 7h as 21h e as unidades dos bairros Garcia, Itoupava Central, Fortaleza e Velha com horário estendido até a meia-noite.

“Nos ambulatórios gerais, até as 19h, normalmente, são atendidas as pessoas da área de abrangência. A partir desse horário é feita a ficha para atendimento em plantão estendido”, explicou a coordenadora municipal de Atenção Básica, Edira Fátima Fernandes. Os atendimentos de pessoas fora da sua área de abrangência ocorre após às 21h.

De acordo com o diretor de ações em saúde, o médico Adriel Rowe, devem ser observados a gravidade e o acúmulo de sintomas.

“O ideal não é avaliar isoladamente um sintoma. O ideal é que as pessoas tenham em mente o caso no total. A febre, por exemplo, não é por si só um sintoma de risco, mas uma pessoa que está com febre e está acamada, não come, a febre não baixa de jeito nenhum, já um caso mais delicado”, explica.

As unidades básicas também encaminham atendimentos para outros locais quando necessário. Um exemplo disso são as torções.

“Um entorse pode ser tratado via ambulatorial, com anti-inflamatório, remédio pra dor, compressas. Se não desinchar e começar a agravar, será encaminhado para o raio-x”, explica Edira.

Exames como o raio-x não são feitos nas unidades de atenção básica. Os ambulatórios realizam eletrocardiogramas, dermatoscopia e exames rápidos para doenças sexualmente transmissíveis.

Comportamento

Na avaliação do coordenador da emergência pediátrica do HSA, um dos desafios para que o atendimento hospitalar seja usado da maneira correta é a mudança de comportamento dos pacientes ou responsáveis na hora avaliar a gravidade da situação.

“Todo usuário quer ser atendido naquele mesmo instante e às vezes não compreende que nós temos uma população muito grande e que a gente precisa utilizar as vagas de acordo com essa demanda”, afirma.