Blumenau amanhece sem ônibus nesta quarta-feira

Após impasse em uma nova tentativa de negociação com a BluMob, trabalhadores do transporte coletivo cruzaram os braços

Os usuários do transporte coletivo de Blumenau foram pegos de surpresa na manhã desta quarta-feira, 5. Após impasse em uma nova rodada de negociação com a BluMob nesta terça, o sindicato da categoria organizou uma paralisação. Até 7h, nenhum ônibus circulou pela cidade.

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Nos terminais de ônibus e nas paradas espalhadas pelas ruas da cidade blumenauenses aguardaram condução desde cedo. O trânsito ficou congestionado, com mais carros nas ruas. Táxis e motoristas de aplicativos tiveram demanda acima da média.

Bianca Bertoli

O aposentado Sebastião Pereira levava a esposa para fazer exames quando, já no ponto de ônibus, soube da paralisação. Eles chegaram atrasados ao compromisso médico.

O Município Blumenau

“É uma tremenda palhaçada porque existe só uma empresa de transporte coletivo em Blumenau, então eles pagam o que querem para os cobradores e motoristas e quem paga o pato é o usuário. É uma vergonha para uma cidade do tamanho de Blumenau. Falta pulso de quem dirige o nosso município. Precisa mudar isso, uma empresa só não dá”, criticou.

Ainda em férias, o prefeito Mário Hildebrandt (PSB) enviou um áudio à imprensa de Blumenau criticando a paralisação. Para Hildebrandt, o protesto é “sem sentido”.

O Seterb informou que não foi comunicado da paralisação do transporte coletivo. Assim como a comunidade, disse ter sido “surpreendida pela não saída dos ônibus na garagem”. A autarquia comunicou que vai notificar a BluMob para que tome as medidas necessárias para o reestabelecimento imediato da operação.

Conforme o sindicato, o último encontro com a empresa durou três minutos. Sem acordo, os representantes seguiram para os terminais para conversar com a categoria sobre as próximas ações da campanha salarial. Às 10h a direção do sindicato vai receber a imprensa para falar sobre a negociação.

Em nota enviada na noite desta terça-feira, a BluMob afirmou que voltou a tratar das propostas que contemplavam avanços sociais importantes e representativos, além de ganho real no vale alimentação e reajuste dos salários em 4%, “repondo a inflação do período, acordo não honrado em assembleia”.

“A empresa continua aberta a firmar o acordo nas bases do que foi negociado e acordado com o sindicato, sem prejuízos aos trabalhadores, usuários e à cidade”, disse o texto.

O que foi proposto

Manutenção da atual convenção coletiva de trabalho
Manutenção e melhoria na redação da cláusula de garantia da não aplicação da reforma trabalhista
Uma folga casada por mês
Reposição da inflação do período de 1º de novembro de 2017 a 31 de outubro de 2018 (4%) – o sindicato pede os 4% mais 5% de aumento real
Reajuste no vale alimentação de R$ 730 para R$ 760 nos oito primeiros meses e R$ 800 nos quatro últimos – o sindicato pede R$ 820

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