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Blumenauense cria projeto que espalha estações meteorológicas pela cidade

Que tal medir a temperatura no local exato onde fica sua casa? Poder acompanhar a umidade e pressão atmosférica do seu bairro no computador ou celular? O blumenauense Carlos Grahl desenvolveu uma estação meteorológica acessível e transformou a ideia num projeto que permite visualizar pela internet dados do clima em diversas localidades.

Grahl trabalha com tecnologia há mais de 30 anos e hoje é arquiteto de software. O interesse pelo clima começou há mais de 10 anos, quando morava no bairro Progresso e teve a vida afetada pela catástrofe climática que marcou a história de Blumenau. O trauma da família foi tão grande que Grahl se mudou para o Centro junto da mulher e dos dois filhos.

Em uma cidade repleta de montanhas e cursos d’água, as características de cada localidade interferem muito no clima. Ou seja, os dados oficiais, medidos em estações de institutos de meteorologia, nem sempre refletem o que ocorre nos diferentes bairros.

Por isso, Grahl resolveu instalar um equipamento para medir a temperatura da varanda do apartamento dele. Com o tempo, a estação passou a aferir umidade, pressão atmosférica e um pluviômetro foi instalado para acompanhar o volume de chuva. Era o embrião do projeto Temperatura Aqui.

Com a ajuda de amigos, da divulgação via internet e em palestras que profere sobre TI, Grahl espalhou o modelo. Já são 33 estações instaladas em diferentes pontos do Brasil e outras nove já entregues que logo devem estar em operação. No mapa, disponível no site, é possível checar os resultados de cada aparelho.

Arquivo Pessoal

Tenha uma estação em casa

Os mais corajosos (e experientes em programação) podem escolher montar o equipamento em casa, usando as peças e o conhecimento fornecidos pelo criador do Temperatura Aqui. Porém, mesmo quem não se dá bem com o mundo da tecnologia, pode instalar uma estação meteorológica em casa. O conjunto custa R$ 150, mais o frete.

Os aparelhos são montados por Carlos Grahl, com o apoio da impressora 3D que ele adquiriu para construir o suporte dos componentes eletrônicos. Basta ligar a uma rede de internet sem fio e começar a usar o equipamento.

Alice Kienen

Tecnologia nas escolas

Carlos Grahl sempre foi um entusiasta da educação. Não por acaso, resolveu levar o conhecimento que reuniu sobre tecnologia para as salas de aula blumenauenses. O projeto Temperatura Aqui vai junto a tiracolo.

Com o próprio equipamento e no tempo que tem livre, Grahl visitou três instituições de ensino para levar aulas de eletrônica, programação e lógica. Usando jogos populares, como Minecraft, ele explica às crianças como os números influenciam e constroem nossa realidade.

“Eles conhecem as coisas, mas não sabem como funcionam. Por exemplo, o que é um cloud computing? Todo mundo sabe o que é, mas não sabe explicar. […] Não é um curso técnico, é só um gostinho pra quem não tem ideia de como é”, explica.

O curso todo dura seis horas, distribuídas entre as aulas da grade curricular e trabalhando em conjunto com ensinamentos das disciplinas, como o funcionamento do sistema de numeração.

“Eu sempre pensei que raciocínio lógico é importante para qualquer profissão. […] A ideia é dar uma base de lógica e mostrar as possibilidades dentro da área”, comenta Grahl.

Ao fim das aulas, uma estação meteorológica é instalada na instituição para que os alunos possam acompanhar o clima e, também, para que a população tenha mais dados sobre a cidade.