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Blumenauense que recebeu vacina de Oxford comenta expectativa: “Pode ser bala de prata contra a Covid-19”

Nascido em Blumenau e atualmente médico do Hospital Universitário Gaffrée e Guinle, da Unirio, Eduardo Campagnaro recebeu na última semana a vacina de Oxford, um dos principais elementos pesquisados para o combate e prevenção à Covid-19. O gastroenterologista de 36 anos se voluntariou após a equipe receber um convite para participar da experiência.

Campagnaro afirma que não sentiu nenhum tipo de efeito colateral após receber a dose. O médico, que acompanhava os estudos desta vacina antes de ter a oportunidade de recebê-la, diz ter alta expectativa. “É um estudo muito promissor. Na Inglaterra, acabou mostrando que 90% dos pacientes foram imunizados com pouco ou nenhum efeito colateral”.

Cerca de 1 mil pacientes fazem parte da pesquisa com a vacina de Oxford, e agora Eduardo e os demais integrantes serão acompanhados pela equipe do Instituto D’Or. Para o médico, existe sim a possibilidade de que as vacinas sejam liberadas para aplicação na população ainda este ano. “Caso tudo dê muito certo e os resultados sejam positivos neste estudo, pode ser sim que tenhamos a vacina no fim deste ano”.

A pesquisa será ampliada para 5 mil pessoas. São estudadas pessoas que não testaram positivo para Covid-19 e atuem diretamente em contato com a doença – como o caso do médico blumenauense, que trabalha na UTI e na enfermaria do hospital carioca. Eduardo será acompanhado durante um ano.

O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom, em entrevista recente, afirmou que a Covid-19 pode não ter uma ‘bala de prata’, ou seja, uma cura ou vacina definitiva. Porém, Campagnaro acredita na eficácia da vacina. “Acredito muito na vacina de Oxford como a nossa bala de prata. Entendo que o Tedros foi cauteloso, fazendo essa firmação para que as pessoas continuem seguindo as medidas de combate à doença”.

Carreira

Eduardo Campagnaro se formou em medicina na Universidade do Planalto Catarinense (Uniplac), em Lages, mas fez residência no Hospital Santo Antônio, onde concluiu a especialização em gastroenterologia. Há um ano e meio ele foi para o Rio de Janeiro, sendo que pretende em breve voltar a Santa Catarina.

Atualmente, encara a missão de atender pacientes da pandemia do novo coronavírus no Rio de Janeiro, e diz que a situação está melhor nos últimos dias. “Vivemos um caos nos meses de março e abril, sendo maio o pior de todos. Chegamos a ter uma fila de 1 mil pacientes para entrada na UTI. Atualmente, possivelmente pelo efeito de imunização de rebanho, houve uma redução no volume de casos. As testagens também aumentaram muito”.


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