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Blumenauenses buscam cada vez mais soluções pacíficas antes de iniciar processos judiciais

Cada vez mais os blumenauenses vêm buscando, na base do diálogo, soluções para os mais diferentes conflitos, antes mesmo de tomar alguma medida judicial. É o que comprovam os números apresentados na manhã desta quinta-feira, 19, pelo Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania (Cejusc).

Na última terça-feira, 17, o Cejusc de Blumenau completou um ano de seu retorno às atividades, e as estatísticas que vem apresentando desde então são positivas. Além de buscar uma solução apaziguadora entre as partes após o início de processo, os números que se destacam são das chamadas audiências pré-processuais, que são quando a resolução do conflito é buscada no Cejusc antes de realizar representação no tribunal.

Em 2019, foram 117 audiências pré-processuais. Destas, 61 contaram com a presença de ambas as partes. Das 61 audiências realizadas com a presença de todos os envolvidos no conflito, 42 foram solucionados, ou seja, 68,85%.

O número de audiências pré-processuais realizadas no Cejusc ainda é bem abaixo das que envolvem um processo judicial – de fevereiro até setembro, foram 867 audiências. Contudo, conforme explica a juíza Quitéria Tamanini Vieira Péres, foi identificada uma tendência ao aumento da busca por soluções pacíficas. “É uma mudança cultural, e isso leva um tempo, mas há um crescimento estatístico na procura por resoluções pré-processuais”.

O índice de sucesso nas audiências em que há um processo judicial é menor. Em 2019, foram 867 audiências desse tipo no Cejusc, com 704 na presença de ambas as partes. Destes 704, 144 realizaram acordos, ou seja, 20,5%. No entanto, é acima da média nacional, que chega a 15%.

Porém, conforme explica o conciliador Dorval Henrique Ferrari, o gráfico aponta um aumento cada vez maior das resoluções de processos na audiência conciliatória. “Apenas em agosto, tivemos um número de 28,26% de acordos realizados com as audiências conciliatórias”.

Trabalho também com as escolas

Desenhos feitos por crianças que participaram do projeto Sou da Paz, do Cejusc. Foto: Cristóvão Vieira

Nos próximos meses, o Cejusc passará a realizar atuação direta nas escolas, plantando a semente da conciliação amigável desde a infância com o projeto Sou da Paz. A responsável pela iniciativa é Isabel Cristina Niebuhr, assessora e conciliadora do 1º Juizado Especial Cível da comarca de Blumenau.

Ela já pode ter uma primeira experiência com implementação do projeto a escola Shalom. “O objetivo é a disseminação de práticas compassivas e de comunicação não violenta. Foi importante observar o quanto as crianças estão abertas a resolver as situações com o diálogo, a conversa. Parece que vamos perdendo isso com o passar dos anos, mas é uma prática importante para a resolução dos conflitos”.