“O mercado pode absorver a demanda da URB, mas faltou sensibilidade”

Colunista considera acertada a extinção da Urbanizadora de Blumenau, mas manifesta preocupação com trabalhadores

Fim da URB

O anúncio em si da extinção da Companhia Urbanizadora de Blumenau (URB) foi recebido sem muita apreensão pela população. Em algum momento era decisão que haveria de ser adotada. E tudo indica que se levou muito tempo.

Não há absolutamente nada de errado em um município atuar diretamente na prestação de serviços urbanos. Especialmente há 50 anos, quando muito provavelmente o interior do país ainda carecia de empreendedores interessados no seu desenvolvimento. Mas hoje o cenário é outro e o mercado pode muito absorver esse tipo de demanda.

A própria Constituição Federal determina que os governos se atenham à prestação dos serviços públicos, tais como saúde, educação e segurança, e só por exceção executem diretamente aqueles serviços que podem ser prestados pela iniciativa privada.

Mesmo assim, ou seja, mesmo que previsível e acertada a decisão, a extinção da URB gerou algumas surpresas. A começar pelo anúncio do déficit acumulado e da grande quantidade de cargos comissionados existentes. Esse segundo fator, provavelmente a explicar o primeiro.

Mas a surpresa maior, infelizmente, recaiu sobre os ombros dos poucos mais de 600 trabalhadores demitidos. Nesse particular, faltou sensibilidade para que, pelo menos, se adotasse um desmonte gradual e programado da empresa pública.

É compreensível que se procure ajustar o orçamento e reduzir o tamanho da máquina administrativa. Especialmente em tempos de crise. Mas isso não impedia, no caso da URB, um mínimo de planejamento e a adoção de medidas que facilitassem a recolocação dos trabalhadores no mercado de trabalho.

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