César Wolff

César Wolff é advogado e professor da Furb. Foi presidente da subseção Blumenau da Ordem dos Advogados do Brasil entre 2010 e 2015.

“Sem investimentos, Centro Histórico continuará sem nenhum valor para Blumenau”

A polêmica envolvendo a construção da nova loja da Havan no Centro Histórico de Blumenau veio em boa hora. Há muito se tem resistido à regulamentação da Lei Federal que disciplinou o Estatuto das Cidades. Isso impediria, por exemplo, a perpetuação de esqueletos como o do Edifício América ou a manutenção de terrenos baldios, como o do antigo Estádio Aderbal Ramos da Silva.

Planejar o desenvolvimento urbano é possível e desejável, apesar da resistência de alguns poucos. Não se trata de travar ou impedir as construções e os investimentos imobiliários, mas de organizá-los e, especialmente, direcioná-los.

A decisão sobre o futuro das cidades deve atender, também, a um princípio democrático. Esse é um debate que não pode ficar restrito nem a meia dúzia de investidores e nem muito menos ao idealismo de alguns expertos.

Fato é que o Centro Histórico de Blumenau está completamente abandonado. E com perdão pelo trocadilho, isso é histórico. Não dá para culpar esse ou aquele governo em particular.

De outro lado, o grupo econômico da vizinha cidade de Brusque tem um crédito com os blumenauenses. Sem seus valiosos investimentos, correríamos o risco concreto de ver o nosso mais icônico cartão postal em ruínas. Refiro-me ao Castelinho da Havan, antiga Moellmann, no coração da Cidade.

Certo é que sem investimentos e circulação de pessoas, nosso Centro Histórico continuará como está, sem nenhum valor para a cidade. Entre uma obra extravagante e a vedação a qualquer forma de intervenção imobiliária, deve-se buscar o meio-termo, pois nas palavras do filósofo sempre lembrado, “virtus in medium est” (Aristóteles).


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