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Ciclo do Bem: projeto busca ajudar e informar pessoas sobre a pobreza menstrual em Blumenau

O estigma que envolve o assunto menstruação no Brasil atinge milhares de mulheres, homens transsexuais e pessoas não-binárias todos os anos, principalmente àqueles que estão em vulnerabilidade social. Quando as condições básicas para lidar com a menstruação são precárias, ou até inexistentes, menstruar se torna um fardo.

Pensando nisso, a blumenauense Anna Carolina Coirolo lançou a campanha “Ciclo do Bem”, um projeto que visa combater e informar sobre a pobreza menstrual em Blumenau e região. O tema, relacionado normalmente a falta de dinheiro para a compra de produtos de higiene menstrual adequados, denuncia outros problemas mundiais como a falta de acesso à água, ao saneamento básico e alerta para a desigualdade social. 

“O projeto é fruto de uma semente que começou ainda no início da pandemia quando eu vi o aumento de pessoas vulneráveis e comecei a refletir sobre outras questões como a higiene menstrual dessas mulheres que estão sem renda”, explica Anna. As questões levantadas pela blumenauense a levaram a ler mais sobre o tema pobreza menstrual, que era um tema novo até mesmo para ela. 

Anna conta que muitos grupos de pessoas são afetadas com essa situação como presidiárias, refugiadas, moradoras de rua e mulheres que estão em situação de vulnerabilidade social em Blumenau. “Essas pessoas se veem obrigadas a usar itens não adequados para lidar com seu ciclo menstrual, trazendo malefícios a sua saúde e até mesmo a convivência em sociedade”, complementa. 

A campanha acontece até o dia 13 de junho e há uma prestação de contas semanal no Instagram da idealizadora do projeto.

 

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O tabu da menstruação

A falta de acesso a informação sobre o assunto é uma das barreiras que o projeto “Ciclo do Bem” visa quebrar na população. “Essa é uma campanha para levar informação e reflexão sobre a temática. Pouco se fala sobre a menstruação apesar de ser algo natural e saudável”, confessa Anna Coirolo, publicitária e mestranda em Desenvolvimento Regional na Universidade Regional de Blumenau (Furb).

Segundo a Unicef – Fundo das Nações Unidas para Infância, mulheres que não têm acesso à educação menstrual têm mais chances de viver uma gravidez precoce, sofrer violência doméstica e ter complicações durante as gestações. “Assuntos como educação menstrual e sexual ainda são tabus para muitas pessoas ainda hoje”, completa Anna.

Dados divulgados pela pesquisa interna da marca Sempre Livre, de 2018,  revelam que 26% das mulheres brasileiras entre 15 e 17 anos não têm dinheiro para comprar absorvente. Além disso, a falta de acesso a esse produtos provoca evasão escolar e profissional, estima-se que uma a cada dez mulheres deixam de ir à escola ou trabalho quando estão menstruadas. 

São 45 dias de aula/trabalho perdidos a cada ano, levando em consideração ciclos menstruais normais. Apesar de que a menstruação seja um aviso de que o corpo está saudável, o assunto ainda é pouco comentado ou estudado. Desde 2014, a Organização das Nações Unidas (ONU) reconhece o dinheiro à higiene menstrual como uma questão de saúde pública e de direitos humanos.

No Brasil, dados oficiais sobre a pobreza menstrual são nulos, isso piora quando o assunto são pessoas transsexuais e não-binárias, que não entram nas estatísticas. 

Como ajudar o projeto?

A campanha “Ciclo do Bem” recebe doações em dinheiro ou em produtos de higiene menstrual por meio de seus pontos de coleta, mas Anna reforça que a campanha é coletiva. “Por mais que seja organizada por mim, essa campanha é em conjunto com todas as pessoas que estão construindo por meio de doações ou divulgando e passando informação para a população”, comenta. 

Para ajudar em dinheiro, basta fazer uma transferência pelo PIX 47991486852. O abrigo Casa Eliza, que atende mulheres e meninas que precisam deixar a própria casa e ficam em situação de vulnerabilidade, e a Ajudando Blumenau, ação social mobilizada por Márgara Hadlich, serão os lugares beneficiados com as doações. 

 

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São cinco pontos de coleta espalhados por Blumenau que recolhem produtos de higiene menstrual ou roupas íntimas. São eles:

Uptime Blumenau: na rua Engenheiro Paul Werner, nº 75, no bairro Itoupava Seca.

Farmácia do Gustavo: na rua 25 de julho, nº 1118, sala 01, no bairro Itoupava Norte.

Enxame Comércio Colaborativo: na rua Antônio da Veiga, nº 495, no bairro Victor Konder.

Estúdio 403: na rua Johann Ohf, nº 1020, sala 02, no bairro Água Verde. 

Station Dance Complex: na Almirante Tamandaré, nº 888, no bairro Vila Nova.

Dúvidas ou interesse para participar do projeto como ponto de coleta podem entrar em contato com a Anna Coirolo por telefone: 47- 9 9148-6852.


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