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Cidades da região de Blumenau ignoram proposta de municipalizar rodovias estaduais

Sem auxílio financeiro do Estado, municípios dizem ser impossível assumir trechos de estradas como a Pedro Zimmermann

Um decreto do governo do estado que estimula municípios a assumirem responsabilidade sobre trechos de rodovias estaduais está sendo solenemente ignorado na região de Blumenau. Desde outubro, quando saiu o decreto, nenhuma cidade do Vale do Itajaí fez solicitação para gerir qualquer via adicional. A principal razão é financeira: estradas geram custo de manutenção e o governo estadual não está disposto a compartilhá-lo.

O presidente do Deinfra, Wanderley Agostini, esteve em Blumenau nesta segunda-feira para conversar com os integrantes do Conselho de Desenvolvimento Regional de Blumenau, onde estão também Pomerode, Gaspar, Luiz Alves e Ilhota. Ouviu das cidades que dificilmente haverá municipalização sem contrapartida financeira.

O encontro, na sede da Agência de Desenvolvimento Regional de Blumenau, foi marcado por cobranças. O presidente do Deinfra, Wanderley Agostini, não sinalizou nenhuma parceria e se limitou a dizer que ninguém é obrigado a solicitar a municipalização.

Às administrações das cidades, municipalizar seria uma forma de ter maior gerência sobre um território que, na prática, é urbano. No caso de Blumenau, por exemplo, há três rodovias que cortam a cidade. O caso mais flagrante é o da Doutor Pedro Zimmermann. Carros são estacionados nos acostamentos por pessoas que frequentam o comércio local. Por lei, a atitude é proibida e gera multa ao condutor. Transformar a rodovia em rua solucionaria essa e várias outras questões.

“O problema foi jogado para nós. Só a manutenção para transformar a rodovia em rua geraria um gasto de alguns milhões”, lamentou o vice-prefeito Mário Hildebrandt.

Conforme Hildebrandt, em dois ou três anos, quando terminarem as obras de prolongamento da Via Expressa e da BR-470, a prefeitura deve pedir a municipalização da Pedro Zimmermann. Desde que haja um acordo com o governo do estado e que a revitalização não fique só a cargo dos cofres blumenauenses.

“Entendemos a necessidade de uma parceria, mas nós somos um órgão executor, não temos orçamento. Precisamos trabalhar de forma conjunta para encontrar uma solução”, finalizou Agostini.

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