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Comissão vai retomar debate sobre gratuidades e cobradores de ônibus em Blumenau

A Agência Intermunicipal de Regulação (Agir) pretende pôr em discussão junto ao Seterb e BluMob a composição da tarifa de ônibus de Blumenau. O objetivo é revisar alguns dos custos do sistema, incluindo questões polêmicas, como gratuidades e a presença de cobradores de ônibus. Uma comissão especial será montada e terá 90 dias para analisar as atuais regras da concessão.

O parecer administrativo que reajustou a tarifa do transporte coletivo de Blumenau, divulgado segunda-feira, dia 4, traz dados que permitem antecipar alguns dos pontos a serem debatidos. Além de conceder reajuste para R$4,05, diferença de 3,85% em relação aos atuais R$ 3,90, o documento reconhece que questões pendentes podem provocar novas elevações de tarifa em breve. O texto ainda traz uma tabela que indica os custos que compõem a tarifa, com os respectivos pesos. É a partir daí que o debate deve esquentar.

A conta

De acordo com o documento, a tarifa é definida por uma fórmula matemática que considera todos os gastos da BluMob, como o pagamento de motoristas, cobradores, o combustível e a ocupação de passageiros, entre outros indicadores. Os dados constantes do documento dizem respeito à tarifa de R$ 3,90. A tabela abaixo traz os mesmos números reajustados em 3,85%, atualizando-os à tarifa de R$ 4,05.

Insumo R$ %
Motorista 0,96 23,65
Subsídios tarifários e gratuidades 0,49 12,1
Investimentos 0,49 12,15
Manutenção e seguros 0,54 13,39
Combustível 0,57 13,91
Cobrador 0,62 15,34
Impostos 0,13 3,25
Gastos administrativos 0,25 6,22
Total 4,05 100

 

Dos R$4,05 que as pessoas vão gastar para uma passagem de ônibus, 62 centavos vão para o pagamento de cobradores, e outros 49 centavos pagarão as gratuidades. Estes dois itens vão somar R$1,10 do valor das passagens. A Agir questiona esses números e os levará como pauta para as discussões.

“Essa questão das gratuidades precisa ser encarada. Vamos pedir para abrir os dados sobre cada tipo de gratuidade, para entender o custo disso”, afirmou o diretor geral da Agir, Heinrich Pasold.

A comissão será instalada por uma resolução da Agir, a ser publicada ainda em dezembro deste ano, conforme Pasold. Outras mudanças que estão previstas para debate são a possibilidade de diminuir ainda mais os horários de ônibus, para que a quilometragem rodada seja ainda menor, e a inclusão dos gastos com publicidade e marketing na tarifa, o que, de acordo com Pasold, é importante para discutir com a sociedade.

“A preocupação da Agir é melhorar o serviço sem que haja um aumento da tarifa. Dessa forma, nós possibilitamos que as decisões que antes eram tomadas dentro do gabinete venham a público”, diz.

Redução de horários

Segundo a Agir, a redução na quilometragem percorrida pelos ônibus depois da extinção de 84 horários não interfere de forma decisiva no reajuste de tarifa. Essa redução só poderá causar alguma alteração no próximo ano.

“Como foram só alguns dias do mês de outubro, isso não reflete ainda, vai refletir em dezembro do ano que vem. Na tarifa do ano que vem haverá uma significativa redução na quilometragem. Mas não adianta você calcular a mudança em dez dias, mas sim em 365”, argumenta.