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Como o operário conseguiu sobreviver a quatro horas soterrado, em Blumenau

A estrutura de concreto que Ademir José Ferreira ajudou a erguer salvou a vida do operário de 42 anos que permaneceu soterrado por nove horas na quarta-feira, 27, em Blumenau. Nesta quinta, o Corpo de Bombeiros detalhou como o trabalhador sobreviveu ao desmoronamento que matou dois colegas de trabalho dele.

De acordo com o tenente Filipi Pamplona, que atuou no resgate, o buraco onde os operários trabalhavam tinha cerca de quatro metros quadrados. Metade dele estava ocupada por uma sapata de concreto, estrutura que daria sustentação a um muro de contenção do talude que acabou deslizando.

Foi na outra metade desse buraco que Ferreira caiu quando o acidente aconteceu, às 11h45 de quinta-feira. Conforme Pamplona, a vítima provavelmente tentou fugir das pedras e do barro, mas acabou caindo dentro do vão.

Pedras de grande porte ficaram apoiadas sobre a estrutura de concreto e impediram que todo o espaço fosse preenchido de barro.

“Ele teve um espaço vital dentro de um habitáculo com ar respirável. E o rosto dele ainda permitia um pouquinho de vazão para o ar, então ele conseguia respirar com o nariz”, explicou o tenente Pamplona.

No trabalho de escavação, foram usadas máquinas de grande porte, mas também ferramentas como pá, colher de pedreiro, formão, martelo e as próprias mãos dos socorristas. Quando, quatro horas depois do acidente, a presença de um sobrevivente foi percebida, houve aplausos e comemoração.

“Algumas pessoas talvez fiquem chateadas conosco, mas não tem como não comemorar. Depois de quatro horas, conseguir encontrar um cidadão com vida, num deslizamento de terra, isso é raríssimo”

Recuperação

Ademir José Ferreira está internado na UTI do Hospital Santo Antônio. Ele está sedado, o quadro é estável e, segundo familiares, ele teve melhorias nesta quinta-feira.