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Conheça o médico de Blumenau que, aos 83 anos, não pensa em deixar a medicina

“Todo aquele que escolheu a profissão de médico deve estar consciente que o engrandecimento da Medicina está acima dos interesses pessoais e do seu bem-estar”. A frase dita pelo Dr. Romualdo Heil há mais de 25 anos – em 16 de dezembro de 1995, durante a formatura da primeira turma de medicina da Universidade Regional de Blumenau (Furb) – continua sendo uma espécie de mantra para o cirurgião geral de 83 anos.

Natural de Itajaí e formado em 1966 na Universidade Federal de Santa Catarina, Dr. Romualdo mora e atua como médico em Blumenau desde 1968. Ele foi um dos fundadores do curso de medicina na Furb, foi professor por muitos anos e coroado como paraninfo da primeira turma formada na cidade – na qual fez discurso proferindo a frase.

Mas muitos anos antes – desde que começou – ele já demonstrava publicamente o amor pela profissão. Amor esse que não ficou apenas nas palavras e nos atendimentos aos tantos pacientes que já teve, mas que é provado dia após dia, com a continuidade do exercício da função até os dias de hoje.

“Os médicos que exercem realmente a profissão como deve ser, sacrificam as horas de lazer, convívio familiar, férias, a vida pessoal. São muitos sacríficos a vida inteira. Mas é tudo compensatório. Não há nada mais gratificante na vida que ter um paciente em estado grave e recuperá-lo, colocá-lo de volta na sua família, a sua vida normal”, conta Dr. Romualdo.

“Não se deixa de ser médico”

Atualmente, ele é um dos médicos com mais idade ainda em atividade em Blumenau. No total são quase 55 anos de formação e 53 anos trabalhando no consultório e hospitais – ele foi docente nos três hospitais de Blumenau.

Dr. Romualdo continua atendendo no Hospital Santa Isabel e no consultório que possui em Blumenau. Mesmo que por períodos muito menores, em menos dias e sem os “plantões”, por qual ficou por muitos anos, ele ainda realiza cirurgias e as consultas como clinico geral.

Aliás, esse “ainda” deve permanecer por tempo indeterminado, porque Dr. Romualdo não sabe dizer quando irá parar. Segundo ele, até já pensou nisso em determinado momento, mas teve sinais de que não consegue abandonar a medicina.

Durante o ano de 2020, no início da pandemia de Covid-19, ele foi forçado a ficar em casa por vários meses, já que com a idade avançada e comorbidades, é um membro do grupo de risco da doença. Neste período, ele teve uma experiência nada agradável.

“Eu fiquei em casa seis meses sem fazer nada de atividade. Até tinham os pacientes que me ligavam, eu dava orientações, mas não estava isolado. Eu me senti muito mal. O médico é médico 24 horas por dia, 7 dias por semana. Todas as semanas da vida. Ninguém deixa de ser médico. Então, não deixarei”, relatou.

Relação médico e paciente

Dr. Romualdo viu e andou junto com as evoluções que a medicina conquistou. Apesar de apoiar, utilizar e reconhecer a importância do uso da tecnologia no avanço da profissão, ele faz neste dia 18 de outubro, no Dia do Médico, uma avaliação saudosista.

Por diversas vezes ele bate na tecla da necessidade do resgate do atendimento mais humanizados. Para Dr. Romualdo, embora as tecnologias precisem ser utilizadas, não se pode deixar de lado a questão pessoal entre médico e paciente, de ser um humano cuidando do outro.

“Hoje os médicos são mais técnicos, o que não é errado. Mas tem situações que o paciente chega no consultório e sai em cinco minutos com diversos exames pra fazer. O médico não conversa. É muito importante escutar. Sou da época que se investigava a história do paciente. Todos que vem aqui eu atendo, eu conheço, e não saem daqui sem ser examinados”, desabafa.


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