Controvérsia judicial gera indefinição nas investigações do assalto no Quero-Quero

Justiças estadual e federal emitiram decisões contraditórias e trabalho permanece com a Polícia Civil

Uma série de decisões judiciais contraditórias gerou um quadro de indefinição nas investigações sobre o assalto no aeroporto Quero-Quero, em Blumenau, ocorrido no dia 14 de março. Decisões das justiças estadual e federal criaram um jogo de empurra que ameaça atrapalhar o trabalho dos investigadores.

No dia 20 de março, o delegado regional da Polícia Civil, Egídio Ferrari, informou que a investigação seria repassada à Polícia Federal, uma vez que o roubo aconteceu dentro de uma aeronave. A decisão foi da Justiça estadual, após a Polícia Civil apresentar um procedimento de praxe ao Judiciário.

Porém, em seguida a Justiça Federal entendeu exatamente o inverso: que a competência seria estadual. Não parou por aí. A Justiça estadual insistiu na transferência de competência, decisão novamente contestada pela esfera federal.

Diante do impasse, o inquérito continua com o delegado Anselmo Cruz, da Delegacia Estadual de Investigações Criminais (Deic), em Florianópolis. Aliás, a investigação nunca chegou a sair da mesa dele.

Conforme Cruz, até o momento o pingue-pongue judicial não atrapalhou a apuração, mas “está prestes a atrapalhar”. Para quebrar o sigilo telefônico ou bancário de um investigado, por exemplo, é necessário ter autorização judicial.

É possível que o Superior Tribunal de Justiça (STJ) tenha de ser acionado para definir a questão. Na hipótese de a Corte entender que a Polícia Federal é a responsável pelo caso, o trabalho teria de ser transferido.

Investigações

Ao menos oito bandidos armados invadiram o aeroporto Quero-Quero na tarde de 14 de março, uma quinta-feira. Eles atacaram um avião da empresa Brinks Logística de Valores e roubaram R$ 9,8 milhões que estavam dentro de malotes.

Dois vigilantes que estavam no carro forte para onde o dinheiro seria transportado foram atingidos por disparos nas pernas. Duas balas perdidas acertaram uma mulher de 22 anos que trabalhava numa empresa vizinha. Ela morreu a caminho do hospital.

“As investigações são complexas e envolvem criminosos de fora do Estado. Não tem prazo ainda para a conclusão”, informou Cruz.

A Deic não divulga detalhes das diligências para não atrapalhar as investigações.

Três pessoas continuam presas por envolvimento em ao menos parte do crime. Elas foram detidas pela Polícia Militar numa operação desencadeada no dia 19 de março. Cerca de R$ 18 mil em dinheiro foram recuperados.

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