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Covid-19: com testes em Blumenau, estudo conclui que cloroquina não é eficaz em pacientes em estágio intermediário

Publicado nesta quinta-feira, 23, o resultado da pesquisa nacional sobre o uso da hidroxicloroquina – unida ou não à azitromicina – conclui que os medicamentos não são eficazes no combate à Covid-19 no caso dos pacientes em estado intermediário da doença. Blumenau participou da pesquisa, com 13 pacientes voluntários, sendo que foram 500 pacientes ao todo no país.

Quem conduziu a pesquisa na cidade foram os médicos Adrian Morales Kormann e Sabrina Sabino. O estudo foi elaborado em uma parceria do Hospital Santo Antônio e da Clínica AngioCor.

Contudo, conforme explica Kormann, os estudos envolvendo a cloroquina não encerraram no Brasil, tampouco em Blumenau. “Estamos conduzindo outra pesquisa que já conta com 25 pacientes voluntários de Blumenau, desta vez em um estágio leve e mais precoce do contágio”.

O resultado desta nova pesquisa deverá ser divulgado daqui a dois meses.

Metodologia aplicada

Os pacientes foram divididos em três grupos: no primeiro não houve uso dos medicamentos, no segundo havia o uso apenas da hidroxicloroquina e no terceiro estavam pacientes que usaram tanto a hidroxicloroquina quanto a azitromicina. O uso foi durante um período de sete dias.

Embora todos os pacientes tenham apresentado significativa melhora – inclusive, com taxa de mortalidade abaixo da expectativa dos pesquisadores -, o estudo concluiu que não houve nenhuma alteração entre os grupos. Os medicamentos não foram eficazes para, por exemplo, reduzir o tempo de internação ou evitar a necessidade de oxigênio.

Kormann afirma que, apesar de o resultado não ser positivo para a eficácia dos medicamentos no tratamento de pacientes em estágio intermediário da doença, a realização do estudo foi importante. “Esse estudo comprovou que o medicamento é seguro. Não houve grandes complicações. Porém, acreditamos que por ser uma fase intermediária da doença, com pacientes já apresentado alterações, foi importante para mostrar que, talvez, seja necessário um tratamento mais precoce”.

O médico explica, ainda, que isso não significa que os médicos devem parar de utilizar este medicamento no tratamento de pacientes. “Eu mesmo já receitei cloroquina para alguns pacientes, para outros achei melhor não recomendar. É uma decisão que pode ser sim tomada entre médico e paciente, pois há um efeito antiviral no medicamento”.

Novo estudo

Ainda sobre o estudo com pacientes em estágio precoce de infecção, o doutor Adrian explica que a metodologia será diferente. “Serão com pacientes que não foram internados e tiveram o resultado do exame positivo para Covid-19. Vamos comparar os voluntários que tomarem a hidroxicloroquina com outros que usarão placebo”.

Para pacientes no estágio avançado da doença – em UTI, por exemplo – o estudo já foi realizado no país, com uso de dexametasona, um medicamento corticoide. Blumenau não participou deste estudo, que concluiu obtendo resultados positivos.


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