Conversei ontem com a mãe do jovem de 18 anos que foi preso por matar o padrasto em Blumenau. O crime aconteceu na noite de sábado, 18, em uma residência do bairro Itoupava Central. Julio Cesar Yong Blood, de 36 anos, foi assassinado com quase 30 golpes de faca, e o principal suspeito é o enteado.

A mãe do suspeito me deu uma entrevista exclusiva e fez um desabafo em defesa do filho. Ela disse que sofria violência doméstica desde 2016 – inclusive, com registro de vários boletins de ocorrência – e que o filho mais velho teria matado o padrasto para defendê-la.

Na casa humilde e alugada moravam cinco pessoas. O Julio, a esposa, o filho deles de três anos e os dois enteados do Julio, de 15 e 18 anos de idade. Segundo a mulher, esse jovem de 18 anos é quem sustentava a família.

A Polícia Civil ainda está investigando o caso e qual a participação das pessoas que estavam no local. O jovem de 18 anos já está no Presídio Regional de Blumenau.

Acompanhe a entrevista:

O que aconteceu no dia do crime?
Fizemos um churrasco ali em casa porque era aniversário do vizinho e ele não tinha espaço na quitinete dele. O Julio era usuário de drogas e começou a pedir R$ 50. Eu falei que não tinha como conseguir e ele me deu um soco. Eu fui pra cima dele, porque jurei que não ia mais apanhar. Ele vivia ameaçando me matar ou matar meus filhos. Eu não dormia mais direito do medo que eu tinha.

O irmão do Julio relatou à polícia que você segurou o Julio para o seu filho dar as facadas. Isso procede?
Quando começamos a brigar, a gente caiu em cima do sofá. Daí o meu filho tava mais distante e veio me ajudar. Ele pediu para eu sair dali e ir atrás do pequeno de três anos, para que ele não visse a briga. Eu fui atrás e nesse meio tempo aconteceu a tragédia. Quando eu voltei que eu descobri que o Júlio tinha morrido. As pessoas estavam ali e viram isso.

O seu filho e o Julio já tinham brigado outras vezes?
Várias. Por causa disso. O meu filho que ajudava nas contas de casa e o Julio gastava com as drogas. Eu tentava me separar, mas não conseguia. Eu cheguei a falar para a família dele… eu não queria a morte dele, mas o meu filho perdeu a cabeça de tanto que ele já sofreu por causa disso. O meu menino de 15 anos já chegou até a tentar suicídio.

Foram muitas facadas. Quase 30! Isso para a senhora foi legítima defesa?
Eu acho que ele perdeu a cabeça. Ele veio me dizer depois que foi dando as facadas e só percebeu que o Júlio tava morto quando ele atingiu o coração. Assim que ele voltou eu levei ele lá na delegacia pra se entregar.