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Direção do Santo Antônio pede construção de UPA em Blumenau para aliviar demanda

A superlotação do pronto-socorro do Hospital Santo Antônio poderia ser resolvida com a instalação de Unidades de Pronto-Atendimento públicas em Blumenau, as chamadas UPAs. A sugestão é da própria direção do hospital, que desde segunda-feira, 7, deixou de atender pacientes de casos que não são urgentes ou emergenciais.

Em entrevista coletiva nesta manhã de terça, gestores do hospital informaram que 70% dos 78 mil atendimentos anuais no pronto-socorro não se enquadram como urgências e emergências. A sobrecarga, com picos de até 400 pessoas atendidas num único dia, gera filas, pacientes acolhidos em cadeiras por falta de leitos e tensão.

Segundo os diretores, casos de agressão verbal à equipe profissional ocorrem todos os dias. Agressões físicas, ao menos uma por mês. Na segunda-feira, a chegada de três ambulâncias com casos emergenciais provocou a decisão abrupta de limitar os atendimentos menos graves.

“Nós precisamos de uma UPA na cidade. Uma, não. Precisamos de duas”, enfatizou Izabel Casarin, gerente geral do Hospital Santo Antônio.

Blumenau seria a única cidade catarinense com mais de 300 mil habitantes sem ao menos uma UPA. Florianópolis e Joinville têm três cada uma.

“A UPA é um atendimento intermediário entre os ambulatórios e o pronto-socorro. A gente pode abrir 10 ambulatórios gerais que não vai resolver o problema”, disse Natália Alcântara Zimmermann, médica coordenadora do pronto-socorro adulto.

Nem a ampliação do horário de atendimento noturno nos ambulatórios gerais tem ajudado a reduzir a demanda. Uma reportagem de O Município Blumenau já havia revelado que o efeito dos AGs nas recepções de hospitais era pouco sentido.

Segundo Natália, muitos dos pacientes que chegam ao Santo Antônio já passaram por outra unidade de saúde pública antes. Eles buscam um segundo atendimento para ter acesso a exames, radiografias ou porque não gostaram do que ouviram no postinho ou no ambulatório.

Atendimento

Na manhã desta terça-feira, 7, a sala de espera do pronto-socorro estava vazia. Porém, com a restrição de atendimento já em vigor, muitos pacientes eram orientados a buscar auxílio em outro local. A direção do Santo Antônio garante que o atendimento não é negado, mas que as pessoas são informadas de que podem ter de esperar longas horas.

Irimar de Souza levou a esposa com o pé torcido ao Santo Antônio. Eles foram recebidos no balcão e orientados a aguardar. Mais de uma hora depois, veio a informação de que ela não seria atendida devido ao fechamento parcial da emergência. A família decidiu ir até o Santa Isabel.

“Achei uma falta de consideração com o povo, né? Se o hospital não tem condições de atender, tudo bem. Mas que pelo menos avise as pessoas, não espere passar pela triagem, para depois de uma hora, duas horas…”, reclamou.

De acordo com a direção do hospital, a contratação de novos médicos não solucionaria a grande demanda de pacientes. Afinal, a estrutura da instituição continuaria não conseguindo atender a um número maior de pessoas.

Pediatria

Na entrevista coletiva, também foi mencionada a possibilidade de restringir os atendimentos não urgentes do pronto-socorro pediátrico, o único que atende pelo Sistema Único de Saúde (SUS) na cidade. O motivo é o mesmo: a superlotação. Porém, por enquanto o atendimento está mantido.