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Diretores de casa de câmbio investigada são transferidos para presídio de Itajaí

Os dois diretores da casa de câmbio investigada pela Operação Line Up, da Polícia Federal, já estão no Presídio da Canhanduba, em Itajaí. Eles foram transferidos na sexta-feira, 29, um dia após serem detidos em São Paulo, em cumprimento a mandados de prisão expedidos pela 1ª Vara Federal de Florianópolis.

Um dos detidos é o empresário blumenauense Eduardo Paul Cunha, 39 anos, sócio da corretora de cambio Multimoney e conhecido investidor do ramo de entretenimento no estado. A reportagem conseguiu confirmar a prisão dele, embora a Polícia Federal se recuse a revelar os nomes dos investigados.

O segundo detido, segundo o Diário do Litoral, é o diretor de Operações da Corretora, Manuel Craveiro da Fonseca. Eles foram transferidos para Itajaí porque é na cidade que corre a investigação.

No fim de semana, imagens do registro de entrada de Eduardo Cunha no Presídio da Canhanduba vazaram e foram compartilhadas via redes sociais. As informações e fotografias são de acesso restrito e uso interno do sistema prisional.

Operação Line Up

A Polícia Federal deflagrou na quinta-feira a chamada operação Line Up, destinada a investigar uma corretora de câmbio, uma empresa de eventos e o pagamento a DJs internacionais. Segundo os investigadores, o alvo é a suposta prática de crimes financeiros e lavagem de dinheiro.

Sessenta policiais federais cumpriram 14 mandados de busca e apreensão e dois de prisão, ambos em São Paulo. Em Blumenau, policiais federais foram à agência da corretora de câmbio Multimoney que fica na rua Curt Hering, no Centro.

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Os investigadores afirmam ter indícios de que representantes da corretora de câmbio tentaram obstruir as investigações mediante contato com um servidor público, a fim de serem instruídos sobre como reaver os valores apreendidos na investigação.

Estes supostos indícios teriam reforçado o pedido de prisão dos dois diretores.

Corretora de câmbio investigada

Pessoas mortas, estrangeiros que nunca estiveram no Brasil e milhares de cidadãos que jamais compraram moeda estrangeira numa casa de câmbio tiveram documentos pessoais usados nas supostas fraudes investigadas pela Operação Line Up.

De acordo com a apuração, a corretora teria informado milhares de CPFs, à revelia dos donos dos documentos, para executar operações que ocultavam os reais donos do dinheiro. Para executar a suposta fraude, a empresa cobrava taxas mais altas do que as de mercado.

“Eles retiravam todo esse dinheiro do sistema, registrando identificações fictícias. Aí a corretora tem esse caixa dois. Qual o atrativo econômico disso? Normalmente o spread [lucro] de uma operação regular é de 0,3%, 0,4%. Retirando do sistema oficial e vendendo no paralelo eles já conseguem uma comissão de 4% a 8% em cada operação”, explica o chefe da unidade de investigação da Polícia Federal de Itajaí, o delegado Alex Sandro Viana.

Contraponto

Desde quinta-feira, a reportagem tentou contato com defensores da Multimoney e de Eduardo Cunha. Durante o cumprimento do mandado de busca e apreensão na agência da empresa, advogados presentes disseram que não falariam sobre a operação policial.

O Município Blumenau também tentou contato por telefone, quinta e sexta-feira, com a agência da Multimoney e com o escritório de advocacia ligado à família do empresário Eduardo Cunha. Em todas tentativas de contato, as pessoas que atenderam informaram que ninguém se manifestaria sobre as investigações.