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Como uma briga na Justiça de Blumenau se transformou num acordo para fazer o bem

Uma audiência que começou sem a intenção de acordo entre as partes, teve uma longa discussão e aparentemente se tratava de uma disputa acirrada, acabou em benefício em favor de um projeto social do Vale do Itajaí. O processo envolvia uma demanda patrimonial estimada em R$ 200 mil, mas terminou em acordo onde ambas as partes se comprometeram a ajudar o PomerEquo, projeto de equoterapia que atende crianças na cidade de Pomerode.

A juíza da 1ª Vara Cível da Comarca de Blumenau, Quitéria Tamanini Vieira Peres, se surpreendeu com o resultado do processo, que abre possibilidades para futuros acordos.

“Ficou definido que cada um deles irá pagar, em datas já definidas, R$ 34 mil para o projeto divididos em um depósito de R$ 10 mil e 30 parcelas de R$ 800. Saíram todos emocionados da audiência, pois foi realmente uma situação inédita”, avaliou a juíza.

A proposta foi sugerida por uma das partes e o consenso também foi uma surpresa para os advogados que acompanharam o caso.

“Em mais de 10 anos de carreira eu nunca presenciei algo do gênero. Foi uma experiência enriquecedora. Era um processo de razoável complexidade envolvendo muitas testemunhas, que nem mesmo precisaram ser ouvidas. Mais que inspirador, adoraria que isso se repetisse. A minha expectativa é levar a fórmula para outros casos envolvendo pessoas jurídicas”, relata o advogado Pedro Cascaes Neto.

O responsável pelo PomerEquo, Roberto Reicherte, ficou emocionado com a notícia da doação.

“Me sensibiliza, eu realmente considero uma Justiça. A parte credora e a parte devedora se juntarem, se acertarem com a autoridade e fazer esse acordo para ajudar um terceiro é realmente fabuloso”, destaca.

Atualmente, o projeto de equoterapia, criado em 2014 e iniciado em fevereiro deste ano, recebe quatro crianças. A intenção de Reicherte, estimulada pelo acordo, é viabilizar até o próximo ano o dobro de atendimentos.