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Empresa retoma obra no barranco que desmoronou na Via Expressa

Quase um mês após a tragédia que soterrou três trabalhadores, a empresa responsável pela obra na Via Expressa voltou ao canteiro de obras. A construção do hotel permanece embargada, mas o trabalho necessário para construir o muro de contenção que irá garantir a segurança dos trabalhadores e dos moradores da região iniciou na tarde desta quarta-feira, 24.

No dia 27 de março, dois homens morreram no desmoronamento de terra causado pela obra. Por volta das 13h30, quase duas horas depois do incidente, o corpo de Romero Geraldo da silva, 28 anos, foi encontrado. Élcio José Padilha, 30 anos, também não resistiu ao soterramento.

Ademir José Ferreira, 42 anos, foi o único a escapar com vida. Ele permaneceu sob pedras e barro durante nove horas. Quando foi retirado do buraco eram quase 21h. Ferreira trabalhava há dois meses na empreiteira e há uma semana na obra.

O secretário de Defesa do Cidadão, Carlos Menestrina, confirmou que os projetos técnicos apresentados pela Beluga Estruturadora de Negócios cumpriam com as necessidades determinadas após o incidente.

“Eles irão compactar novamente o barro na encosta para dar sustentação e apenas depois colocar estacas e fazer um muro de contenção. Nós estamos acompanhando, mas eles que são responsáveis pela execução. Só vamos verificar a segurança no final da obra”, explica.

Muro de contenção

De acordo com o sócio administrador da empresa responsável pela obra José Reinaldo Figueiredo a obra de engenharia do muro foi aprovada pela Defesa Civil. Serão 30 colunas de concreto que suportarão placas de concreto pré moldadas, garantindo a sustentação do talude.

Apenas após a construção do muro as obras do hotel poderão ser retomadas. O trabalho deve ser finalizado em cerca de 45 dias, dependendo do clima do próximo mês. Quando questionado sobre a dimensão do prejuízo deste incidente para a obra, Figueiredo preferiu se abster de valores.

“Como proprietário eu sei o tamanho do prejuízo, porém não acredito que me compete divulgar ele. Apenas absorvê-lo”, comentou.

Segundo Figueiredo, todas as famílias afetadas pelo desmoronamento foram atendidas em “tempo recorde”. Ele deve o feito ao empreiteiro, que descreve como “o homem mais organizado e honesto do planeta”. De acordo com ele, todas as indenizações e assistência necessárias já foram sanadas pela empresa.

As três casas que ficam no topo do morro continuam interditadas pela Defesa Civil. Segundo Menestrina, a determinação permanece até que a obra seja desembargada e que a segurança da encosta seja comprovada.

Investigação da Polícia Civil

O delegado responsável pelo caso, Juraci Darolt, acredita que as investigações envolvendo o desmoronamento devem ser finalizadas em um mês. Os principais encarregados pela obra ainda não foram ouvidos, como o engenheiro e os proprietários do terreno e do empreendimento. Os responsáveis por autorizar a execução do corte do barranco e do projeto em si também serão interrogados.

Um dos fatos que chamou a atenção do delegado foi o empreiteiro de mão de obra ter emprego fixo em Indaial e pouco conhecer sobre a situação dos trabalhos feitos em Blumenau. De acordo com Darolt, o funcionário teria explicado que um mestre de obras seria o responsável pelos detalhes envolvendo o solo e o talude que desmoronou. Porém a eventual culpa dos envolvidos ainda está sendo investigada.