Foi realizada nesta quarta e quinta-feira, 24 e 25, a Mostra de Talentos do programa Entra21, da Blusoft. Na ocasião, os cerca de 300 estudantes formados no curso puderam interagir com representantes de diversas empresas do mercado da tecnologia em Blumenau.
O evento, que aconteceu no Teatro Carlos Gomes, promoveu mais de 60 palestras de 30 minutos, em três ambientes simultaneamente.
O Entra21 é financiado pelo governo do estado através da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina (FAPESC), pela Prefeitura de Blumenau através do Fundo Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (FIA) e pelas empresas de tecnologia da região.
Blumenau pode se tornar um “Vale do Silício”
O desenvolvimento do campo da tecnogia tem projetado Blumenau como um polo nacional do setor. A ideia é que a região se torne referência internacional, já sendo comparada à região da Califórnia conhecida como Vale do Silício, onde empresas como Google e Apple possuem suas sedes.
“Blumenau está se tornando uma verdadeira Sillicon Valley (Vale do Silício). Mas existe sim um pensamento tecido junto com a Fapesc, com a Blusoft e com os órgãos públicos do estado, para que esse projeto se estenda para outras regiões do estado e quem sabe para todo o país”, projeta Felipe Grillo, coordenador do programa.
A ideia é ampliar o programa para outras regiões do estado. Em 2020, a turma de Gaspar acabou não sendo efetivada por conta da pandemia. Além disso, a cidade de Timbó também receberá uma turma do Entra21. Os representantes das empresas de tecnologia da região também aprovam a iniciativa do programa.
“O déficit de programadores é muito grande. Blumenau tem mais de mil vagas de trabalho abertas na área. É impressionante a qualidade e o nível com que os estudantes saem daqui. A gente vinha com expectativa de selecionar poucas pessoas, mas estamos impressionados com o nível do ensino dos alunos”, afirma Sidney Hamada, chefe de inovação da Ambev Tech.
Em 2020, por conta da pandemia, o setor de tecnologia se mostrou ainda mais importante por conta das soluções para o trabalho de home office. “Nesse ano, com a pandemia, aumentou muito mais o fomento na área da tecnologia e dos trabalhos em home office. E o Entra21 vem de encontro a isso, capacitanto os jovens para trabalhar com a tecnologia da informação”, aponta Nayara Tomio, coordenadora do programa.
Experiência dos estudantes
O Entra21 acaba sendo um programa que conduz jovens ao mercado de trabalho, mas também que reposiciona muitos deles.
Ian Meneghelli é um dos estudantes que já sairá empregado do curso. Ele comemora o novo curso e o ingresso na área da tecnologia. “Mudou totalmente o meu jeito de ver o mercado de trabalho. Em sete meses, uma pessoa que não sabia nada conseguiu ser contratada pela Senior. É uma conquista muito grande para mim”, celebra Ian.
Para Emanuela Wenning, o curso representou o ingresso numa nova carreira. A jovem de 30 anos é mestre em Geografia pela UFSC, e já atuou como professora na rede pública e privada, mas trocou as salas de aula pela tela do computador.
“A tecnologia é uma área que possibilita uma rápida recolocação no mercado de trabalho, e foi isso que me chamou muito a atenção”, conta Emanuela.
“O que fazemos aqui é um programa social aliado a um programa econômico. Trazemos para o mercado de tecnologia muitas pessoas que não teriam condições de entrar, uma mão de obra que está disponível, mas que precisaria ser lapidada”, analisa Sérgio Tomio, coordenador geral do Entra21.
Novas inscrições
As inscrições para a edição 2021 do programa estão abertas, e devem seguir até o dia 25 de março. Serão 330 vagas ofertadas para jovens e adultos a partir dos 16 anos, que morem em Blumenau e em cidades vizinhas. É preciso que os candidatos estejam cursando ou sejam formados no ensino médio.
Os interessados devem realizar as inscrições no site do Entra21. Os cursos em linguagem de programação têm carga horária de até 480 horas quando incluem o ensino de idioma estrangeiro e duração de 6 meses. As aulas acontecerão em Blumenau, Gaspar e Timbó em diversos períodos a serem escolhidos pelo aluno.
Desde 2006, foram cerca de cinco mil alunos formados e inseridos no mercado de trabalho da tecnologia da informação da região. O curso é gratuito.