O ex-deputado federal João Pizzolatti (PP) desobedeceu a ordem judicial que, desde o ano passado, o proíbe de dirigir veículos. Ele foi multado por conduzir o carro da esposa dele em Rio dos Cedros na manhã de 29 de abril, um domingo. Pizzolatti dirigia o Jeep Renegade na rua dos Pomeranos quando foi notificado.

O ex-parlamentar e servidor da Fazenda estadual está proibido de dirigir devido ao acidente em que se envolveu em dezembro de 2017 na rodovia Werner Duwe, entre Blumenau e Pomerode. A caminhonete Volvo que ele dirigia invadiu a pista contrária e atingiu um Fiat Mobi, ferindo com gravidade Paulo Marcelo Santos, que tinha 23 anos à época.

Esta é a segunda vez que surgem suspeitas de que Pizzolatti voltou a dirigir, desobedecendo ordem judicial. No ano passado, o Ministério Público chegou a pedir a prisão dele, apresentando à Justiça multas aplicadas no veículo de propriedade dele.

O pedido foi negado porque não havia certeza de que Pizzolatti era o motorista do carro no momento em que as multas foram aplicadas. A defesa dele alegou que o filho do ex-deputado era o condutor.

Contraponto

O advogado Fernando Henrique Becker, que defende Pizzolatti no processo, garantiu que a situação do dia 29 foi excepcional e que o cliente está seguindo a determinação judicial.

“Em cumprimento à determinação judicial, o Sr. João Pizzolatti não tem dirigido veículo automotor. Inclusive, tem utilizado dos serviços de um motorista particular para se deslocar. No dia 29, último, sua esposa estava dirigindo o veículo quando, excepcionalmente, o Sr. Pizzolatti teve que assumir a condução para que a esposa pudesse acudir a filha do casal, de um ano de idade. Por conta deste estado de necessidade, tratou-se de uma situação circunstancial e excepcionalíssima.”

Embriaguez

Segundo a Polícia Militar Rodoviária (PMRv), o ex-parlamentar apresentava sinais de embriaguez no dia do acidente, em 2017. Ele chegou a ser levado pelo Corpo de Bombeiros ao Hospital Santa Isabel, mas deixou a casa de saúde antes que recebesse atendimento.

Em vídeo gravado por populares na cena do acidente, Pizzolatti aparece confirmando que estava bêbado. Porém, a defesa do ex-deputado sustenta que ele estava sob o efeito de medicamentos. No processo, ele nega que tenha ingerido bebidas alcoólicas.

Processo

João Pizzolatti foi acusado pelo Ministério Público de tentativa de homicídio, porque teria assumido o risco de causar o acidente. A defesa dele afirma que crimes de trânsito não podem ser considerados dolosos, de acordo com a legislação brasileira.

No dia 16 de fevereiro ele compareceu ao Fórum de Blumenau para a audiência de instrução e julgamento. Porém, não houve tempo hábil para concluir os depoimentos de todas as testemunhas, incluindo o do réu.

Uma nova audiência foi marcada para o dia 17 de junho, quando ele deve ser ouvido.