EXCLUSIVO – Como drones auxiliam nos atendimentos das ocorrências do Corpo de Bombeiros em Blumenau

Equipamentos com alto investimento foram adquiridos pelo governo do estado

O Corpo de Bombeiros tem utilizado os drones nos atendimentos das ocorrências que demandam uma visão mais ampla do cenário. O equipamento soma força ao atendimento realizado pela equipe de socorro e atua como um olho extra da corporação, permitindo que os socorristas tenham uma visão panorâmica da cena, localizem pessoas e até focos de incêndio.

O Corpo de Bombeiros divide os drones em três níveis, sendo o primeiro o mais básico, equipado apenas com câmera simples. O segundo nível é para drones com câmera térmica e zoom óptico de 50x. Já o terceiro nível é destinado aos drones que possuem as características do segundo nível, com o zoom óptico mínimo de 100x e com o adicional de poder ser pilotado na chuva.

Investimento para melhorar atendimentos

Conforme explica o Major Maicon Éder Motelievicz, Comandante da 1ª Companhia de Bombeiros Militar, a corporação de Blumenau já tem um drone de nível um atuando há alguns anos – equipamento que será aposentado em breve. Além dele, também há um drone de nível dois que foi adquirido há alguns meses, cujo valor é de R$ 36,1 mil. Nas próximas semanas, os bombeiros de Blumenau devem receber mais um drone de nível 3, cujo investimento é de R$ 56,9 mil, custeado pelo governo do estado.

O Major salienta que há diferenças entre os drones de nível dois e três, como a câmera térmica com mais qualidade, bateria com mais tempo de duração e zoom óptico de 200x. Além disso, ainda há possibilidade de adaptar dispositivos sonoros ao equipamento, ou seja, caso os bombeiros precisem conversar com a vítima durante o resgate, o drone pode permitir esse contato.

“Esse modelo Matrice M30T, da marca DJI, que chegará em breve, foi desenvolvido para atividades de bombeiro, como o resgate de pessoas, por exemplo”, cita.

Drones ampliam a visão e atuação

Segundo o Major, o drone é utilizado em ocorrências de busca, resgate e mapeamento de incêndio. Ele cita como exemplo um incêndio florestal em Blumenau, no qual o drone foi operado para que a equipe pudesse identificar os focos das chamas.

“Ele serviu para ajudar a identificar a área atingida, que era bem grande, saber onde era o incêndio, pois foi no final do dia e nós só vimos a fumaça, e para saber os acessos, além de buscar possíveis vítimas. Conseguimos fazer o sobrevoo, identificamos que não havia vítimas, identificamos a área atingida e conseguimos ver qual era a posição que ele estava para conseguir fazer o acesso e combate às chamas”, explica.

A equipe do Corpo de Bombeiros de Blumenau também prestou apoio na ocorrência de incêndio que atingiu o galpão de uma empresa em Indaial. Devido ao tamanho e impacto das chamas, o drone também foi utilizado para identificar as zonas de calor e focar o combate naqueles pontos. “Eventualmente a fumaça toma conta e você não consegue, a olho nu, identificar os focos. Nós posicionamos o drone a uma determinada altitude e ele consegue direcionar o combate a incêndio”, explica.

A tecnologia também é empregada na busca por pessoas perdidas em mata ou até mesmo no rio. O major explica que a câmera térmica permite uma busca mais ampla, mas que a equipe não abre mão dos outros métodos costumeiramente utilizados, com o cão farejador, por exemplo.

“O drone é uma ferramenta auxiliar e é bastante versátil. Ele possibilita a visão em um ponto estratégico para monitorar em tempo real a ocorrência. Podemos, por exemplo, monitorar encostas, em caso de deslizamentos, para verificar se a região apresenta indícios de agravamento, ou possíveis vítimas; conseguimos fazer o mapeamento para identificar trilhas, entre outros.” pontua.

O equipamento também já atuou nas buscas de uma vítima que caiu no rio Itajaí-Açu em Blumenau. Com isso, a equipe conseguiu atuar com várias linhas de trabalho: sendo as buscas com embarcações e bombeiros, além da aeronave margeando o rio.

Imagens do drone do Corpo de Bombeiros de Blumenau

Pilotos capacitados para operar drones

Em Blumenau há quatro pilotos capacitados para operar os drones. Antes eles passam por um curso de capacitação, com duração de 40 horas. Segundo o Major, por se tratar de uma aeronave remotamente pilotada, os responsáveis precisam seguir as normas da aviação civil estabelecidas pela Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC).

Maicon explica que essa capacitação é necessária para que os equipamentos não causem problemas para outras aeronaves que também estão voando. O Major explica ainda que a guarnição tem quatro turnos de serviço e que a escala busca ter sempre um piloto à disposição para acioná-lo caso seja necessário empregar o uso do equipamento.

“Toda busca segue um plano de voo, esse plano é informado à central de controle, para saber que tem uma aeronave voando nessa altitude, além de seguir todas as regras para não interferir no espaço aéreo das aeronaves maiores. Por isso, o piloto é alguém que fez o curso dentro da corporação e só ele pode operar”, explica.

Reduz o tempo de resposta

Na avaliação do Major, a ferramenta ainda ajuda a reduzir o tempo de resposta do Corpo de Bombeiros nas ocorrências. “Eu não vou conseguir chegar mais rápido na ocorrência, mas chegaremos lá com mais informações e dados disponíveis para conseguir direcionar os esforços da maneira correta”, salienta.

Além de Blumenau, Gaspar também tem um drone nível 3, Timbó e Brusque estavam em processo para adquirir um equipamento. Os equipamentos também podem ser utilizados em ocorrências de cidades vizinhas quando é solicitado o apoio da guarnição de Blumenau.

Por fim, o Major destaca que é preciso se adaptar e incorporar o uso da tecnologia no trabalho de resgate, visto que as ferramentas tendem a otimizar o atendimento.

“Temos que estar abertos para usar essas novas tecnologias até porque elas otimizam a nossa capacidade de resposta. Somos pessoas normais, não somos nada sem os equipamentos. Nós conseguimos tirar alguém do encarceramento de um veículo porque dispomos de ferramentas que possibilitam a abertura do veículo e estabilização da vítima.  Vejo que uma ferramenta dessas, como o drone, é mais um olho que temos em uma cena de ocorrência e que podemos empregar para otimizar a resposta em relação àquela demanda ou pessoa que precisa do salvamento”, finaliza.

Imagens feitas com o drone dos bombeiros

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