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Feirinha da Servidão vai mudar de endereço em definitivo

A 49ª edição da Feirinha da Servidão, agendada para o dia 10 de fevereiro, vai marcar a mudança definitiva de endereço do evento. Os feirantes vão deixar as ruas Curt Hering e Floriano Peixoto para ocupar a praça da prefeitura de Blumenau.

A edição de dezembro do ano passado já havia ocorrido na praça Vítor Konder, em comemoração ao aniversário de cinco anos do evento. Após a experiência, a mudança vai se tornar definitiva.

A feira, que começou em dezembro de 2013 na servidão que dava acesso ao Butiquin Wollstein, na rua Floriano Peixoto, tomou proporções que nem mesmo os idealizadores do evento imaginavam.

Fabio Wollstein, Leo Laps e Giovanni Ramos queriam tirar os blumenauenses de casa aos domingos e dar novas opções para pequenos artesãos. Na primeira edição, eram oito pessoas que produziam artigos em casa. Hoje, a feirinha reúne entre 80 e 100 feirantes dos mais variados tamanhos e produtos.

Quando a Feirinha ficou grande demais para a Servidão Wollstein, passou a ocupar a rua Marechal Floriano Peixoto. Foi quando a Microponto Produções, que no início auxiliava o grupo a organizar tudo, assumiu a responsabilidade pelo evento. A feira aumentou e ocupou a rua Curt Hering, onde estava até o fim do ano passado.

Diego Lottin, um dos atuais organizadores, explica que, com a mudança para a prefeitura, será possível obter maior apoio do poder público para a infraestrutura básica da feira. Além disso, a experiência do mês passado foi aprovada.

“O evento de dezembro teve um resultado muito bom. O feedback positivo do público e dos feirantes nos fez levar o evento para lá”, explica Lottin.

Outro motivo, de acordo com o organizador, é a possibilidade das obras de reurbanização da rua Curt Hering começarem neste ano.

Jaime Batista da Silva/especial

Onde tudo começou

Fabio Wollstein, dono do bar que deu origem ao nome e um dos criadores da feira, vê o crescimento como algo positivo. Ele conta que se inspirou na Feira de San Telmo, que toma as ruas de Buenos Aires há 80 anos todo domingo.

“Hoje ela é provavelmente a maior da América do Sul, mas ninguém sabe como começou. A história da feira se perde na própria história da cidade. Quem sabe daqui 80 anos ainda teremos a Feirinha da Servidão. Tenho quase certeza de que já é a maior feirinha do estado”, orgulha-se.

A maior preocupação de Wollstein é preservar a essência da feirinha, sem envolvê-la em política partidária. Ele conta que, apesar de algumas pessoas participarem do evento desde a primeira edição, alguns feirantes se distanciaram por acharem que ele se tornou muito comercial.

“É um evento cospomolita, sem rótulos. Pessoas de todas as classes sociais, níveis culturais, raças e ideologias fazem parte dela, o que é meu maior orgulho. As pessoas são todas iguais. Sempre levei isso pra feirinha e pra vida”, conta Wollstein.

“O lugar é bacana, tem bastante sombra, é um espaço que estava parado e vai dar uma revitalizada na praça. Na Curt Hering, a Feirinha teve um papel de ajudar a via a ser protagonista novamente. Gosto de pensar que a ideia da reurbanização e os restaurantes que abriram têm um pouco a ver com ela”, avalia o jornalista Leo Laps, outro dos fundadores.

“Minha única preocupação é se o público vai gostar. O Diego tem toda a competência e tenho certeza que vai fazer bem feito. Mas parece que Blumenau não aceita fechar ruas, nem que seja uma de pouco movimento e num domingo. Parece que fechar rua é um crime”, afirmou o também jornalista e criador da feirinha Giovanni Ramos.