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Governo brasileiro pede investigação e suspensão de filme da Netflix

O Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos pediu a suspensão da veiculação do filme Cuties pela Netflix e investigação sobre sua distribuição no Brasil, por possuir “conteúdo pornográfico envolvendo crianças”.O pedido foi encaminhado à coordenação da Comissão Permanente da Infância e Juventude (Copeij), colegiado integrado por procuradores e promotores de Justiça de todos os estados e distrito Federal que atuam diretamente na área da infância e juventude.

O filme francês Mignonnes, que nos Estados Unidos recebeu o título de Cuties, foi lançado em 2020. O longa foi escrito e dirigido pela franco-senegalesa Maïmouna Doucouré.

O longa tem classificação indicativa de 16 anos e mostra uma garota que, buscando se livrar do ambiente conservador de sua casa, envolve-se com um grupo de dança.

De acordo com o ministério, no ofício assinado pela Secretaria Nacional de Direitos da Criança e do Adolescente, o secretário Maurício Cunha destacou que a produção, protagonizada por uma menina de 11 anos, possui, como pano de fundo, o fascínio pela dança, a busca pela liberdade, o desenvolvimento da identidade sexual e o conflito em relação à tradição religiosa de sua família.

“No entanto, de acordo com Cunha, o filme apresenta pornografia infantil e múltiplas cenas com foco nas partes íntimas das meninas enquanto reproduzem movimentos eróticos durante a dança, se contorcem e simulam práticas sexuais. O roteiro, segundo ele, pode levar à normalização da hipersexualidade das crianças em produções artísticas”, informou, em comunicado.

Além da suspensão do filme no país, o governo pede a apuração da responsabilidade pela oferta e distribuição do conteúdo, destacando que o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) prevê como crime o ato de “vender ou expor à venda, vídeo ou outro registro que contenha cena pornográfica envolvendo criança e adolescente, punível com reclusão de 4 a 8 anos e multa”.

Polêmica na divulgação

Inicialmente, o filme causou polêmica após a divulgação do cartaz pela Netflix. Na arte, as garotas estavam em poses sexualizadas. Entretanto, o pôster divulgado pela empresa é totalmente diferente da divulgação original do filme na França.

Confira:

Divulgação

Na ocasião, a Netflix dos EUA lamentou “profundamente a arte inadequada” usada na divulgação. “Não estava bem, nem representava esse filme francês que ganhou um prêmio no Festival de Sundance. Agora, atualizamos as fotos e a descrição”.

No Twitter, internautas subiram a hashtag #CancelNetflix (Cancele a Netflix) após a estreia do filme, ainda foi feita uma petição on-line.

A diretora se manifestou sobre as críticas que produção enfrenta. Ela explicou que se inspirou no próprio choque cultural de sair de uma família senegalesa muçulmana para a grande França.

“Conversei com centenas de pré-adolescentes para entender como elas se relacionavam com sua feminilidade hoje em dia. Essas garotas veem que, quanto mais uma mulher é sexualizada nas redes sociais, mais bem vista ela é. E, sim, isso é algo perigoso,” explicou a diretora em um vídeo lançado pela Netflix.


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