Investigação sobre cartazes nazistas em Blumenau mapeia mais envolvidos

Cinco pessoas foram ouvidas durante a manhã desta terça-feira, 5

Os interrogatórios com cinco suspeitos de terem sido autores dos cartazes nazistas que foram pendurados na cidade em setembro e outubro resultaram em novos nomes que serão investigados. Na manhã desta terça-feira, dia 5, o delegado Lucas Gomes de Almeida ouviu dois moradores de Blumenau, dois de Itajaí e uma de Indaial, na 2ª Delegacia de Polícia de Blumenau.

A operação, realizada em conjunto com as Divisões de Investigação Criminal de Indaial, Blumenau e Itajaí, foi batizada de Hateless (Sem Ódio, em inglês), já que o objetivo era chegar aos autores das mensagens neonazistas e racistas que foram estampadas em alguns pontos do município.

Os depoimentos foram rápidos, levando cerca de duas horas para serem concluídos. Em um deles, segundo a polícia, o morador de Blumenau, de 20 anos, assumiu a autoria dos cartazes nazistas que foram pendurados no Centro da cidade em outubro. Durante os interrogatórios, a polícia chegou a novos nomes de possíveis envolvidos.

Um deles é o do ex-namorado da garota de 18 anos que foi conduzida à delegacia nesta terça. A jovem, que vive em Indaial, foi uma das interrogadas. De acordo com as investigações, o homem seria um dos chefes do grupo neonazista de São Paulo que estaria recrutando adeptos no Vale do Itajaí. Trocas de mensagens do casal indicam participação em um dos dois episódios de cartazes.

O delegado pretende fechar o inquérito até o fim do ano, quando o documento com todas as informações levantadas será encaminhado à Justiça.

Os dois casos do inquérito são as colagens feitas no Centro da cidade em outubro e os cartazes racistas fixados em um poste e na parede da casa do advogado negro Marco Antônio André, em setembro.

O itajaiense Jhoseffer do Amaral Martins da Silva, 20 anos, negou qualquer envolvimento com os dois casos, mas após concluir o depoimento foi conduzido à delegacia de Itajaí para ser preso em flagrante. Na casa dele foram encontradas três armas que, segundo o suspeito, pertencem ao avô.

Um professor de Educação Física de Itajaí e um garçom, que morava em Itajaí e agora está em Blumenau, seriam os responsáveis por cartazes em homenagem a Adolf Hitler, espalhados em postes de Itajaí em 2014. À época, ambos participavam do grupo de apoio ao nazismo chamado White Front (Frente Branca, em inglês).

À reportagem, o garçom contou que, depois do episódio em 2014, veio morar em Blumenau, onde trabalha há dois anos em uma churrascaria. Disse que se afastou do grupo e que a organização foi extinta. Ele tem interesse em “assuntos de guerra”, mesma paixão cultivada pelo professor de Educação Física, que tem tatuada na perna uma cruz invertida da Wiking Division (divisão militar criada pela Alemanha nazista na Segunda Guerra).

Na casa do professor foram recolhidos livros sobre o tema. Os celulares e computadores de todos os suspeitos estão apreendidos para perícia.

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