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“Valorize o trabalho desenvolvido pelos professores e gestores na escola do seu filho”

Nunca a educação brasileira esteve em uma situação tão frágil. Jair Bolsonaro chegou ao poder impulsionado pela movimento Escola Sem Partido. Em três meses, transformou o Ministério da Educação (MEC) em uma praça de guerra ideológica.

Olavistas, militares e técnicos digladiam-se pelo controle do segundo maior orçamento do governo federal. Enquanto isso, professores, gestores e demais profissionais da educação ainda não foram informados de como será a educação na era Bolsonaro. Neste período, têm faltado projetos e metas e sobrado ideologia e voluntarismo.

São inúmeras as derrapadas do ministro Ricardo Vélez Rodrigues. Edital permitindo compra de livros sem referência bibliográfica; solicitação que as escolas filmassem os estudantes lendo o slogan de campanha do governo; demissão de dez funcionários em pontos chaves do ministério, incluindo o diretor executivo e o diretor do Inep.

Sem as declarações atravessadas do ministro, entre elas a de que universidades deveriam ser apenas para uma elite e que o brasileiro quando “viaja para o exterior é um canibal, rouba coisas dos hotéis, rouba assentos salva-vidas do avião”.

Darcy Ribeiro dizia que a crise na educação brasileira não é uma crise, mas um projeto. A crise no MEC é apenas um capítulo. É através da educação que a sociedade transmite para a próxima geração seus valores e conhecimento produzido. Na sociedade contemporânea, porém, esta função amplia-se quando um professor deve conhecer a realidade social dos seus alunos e da comunidade em que atua e assim promover na escola um encontro de culturas e saberes.

Neste cenário, a parceria entre famílias e escola é essencial. Porém, esta tarefa é dificultada no Brasil atual. O professor, além de desmotivado pela baixa valorização social da profissão, encontra-se vigiado, ameaçado de censura e de criminalização constante. O Brasil ocupa a lanterna entre 35 países do mundo em relação ao prestígio da profissão docente.

Neste cenário de desesperança, em Santa Catarina uma medida simples e de baixo custo tem tentado diminuir este hiato entre família e escolas. Desde 2016, por iniciativa do Movimento Santa Catarina Pela Educação, em parceria com a Secretaria de Estado da Educação, as escolas estaduais promovem o Dia da Família na Escola.

Neste dia, professores e gestores abrem as escolas para mostrar para as famílias o trabalho realizado pelos docentes e gestores durante todo o ano letivo. O evento será no próximo sábado, 6, em todas as escolas estaduais de Santa Catarina. Assim, caro leitor, vá até a escola do seu filho, valorize o trabalho desenvolvido pelos professores e gestores.

É preciso demonstrar aos governantes de plantão que a educação tem que ser para todos e não pode ser apenas para uma elite. E isso só se faz legitimando as escolas e os profissionais da educação.

Parafraseando o líder do PSL na Câmara Federal: na educação não precisamos de palpiteiros de plantão, astrólogos ou mãe Dinah, mas sim de profissionais com experiência e que entendem que a educação é o caminho para a construção de um país.