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Kleinübing: “O Vale do Itajaí quer ter uma participação muito mais importante na eleição”

De volta ao DEM em busca de espaço para disputar um cargo majoritário nas eleições de 2018, o deputado federal João Paulo Kleinübing avalia o movimento como natural. O ex-prefeito de Blumenau diz ter afinidade com o posicionamento nacional da legenda e pretende integrar o movimento de transição que vive o antigo PFL para apresentar-se como um renovador.

Em conversa com O Município Blumenau, ele também avaliou a possibilidade de Blumenau ter três ex-prefeitos disputando os votos da cidade em chapas diferentes – além dele, Décio Lima (PT) e o atual prefeito, Napoleão Bernardes (PSDB), lutam por candidaturas ao governo ou ao Senado.

A entrevista a seguir foi concedida por telefone na manhã desta sexta-feira, 9, horas antes de ele anunciar sua pré-candidatura a governador numa coletiva em Florianópolis.

O Município Blumenau – Deputado, por que foi necessário essa mudança para a disputa das eleições desse ano?

João Paulo Kleinübing – A mudança já vinha sendo gestada há um bom tempo, nós temos conversado, e eu tenho uma história no Democratas, ajudei a construir, tenho três das minhas eleições disputadas no Democratas. Acho que o caminho natural era esse, não por questão de espaço, mas por conta do projeto. O Democratas tem um projeto nacional, um projeto de tentar discutir com a sociedade brasileira os novos rumos da política, um partido que está buscando se reinventar no sentido de se reaproximar das pessoas, poder fazer uma discussão do verdadeiro centro democrático, que acho que é o que as pessoas vão buscar nessa eleição. É também a oportunidade de participar de um processo no sentido de, nessa eleição, renovar uma nova pratica política, de um novo momento em que a política brasileira vai viver.

Essa decisão afasta o senhor do PSD?

Não, ela não afasta do PSD, pois também tenho um respeito muito grande pelo PSD, pela história que eu também ajudei a construir. Ela nos coloca em caminhos complementares.

Para o senhor e para o Democratas, o que é inegociável e o que se pretende negociar?

Acho que é justamente um desafio de enfrentamento dos problemas de Santa Catarina, você enfrentar a questão de segurança, enfrentar a questão de estrutura, enfrentar a questão da eficiência do estado. Acho que qualquer aliança tem que ser feita com base nisso, e não com sabe simplesmente na ocupação do espaço ou na aliança política propriamente dita. Nós temos que nos aproximar é daqueles que têm o mesmo pensamento que a gente, daqueles que pensam o mesmo ou próximo daquilo que a gente pensa. Esse é o desafio, e é isso que nós vamos trabalhar. O que é inegociável é o compromisso do cidadão, e o que é negociável é a vontade de fazer mais por Santa Catarina. É com base nisso que nós vamos avançar nas conversas.

Vai ser preciso negociar os espaços na composição da chapa. O que o senhor não pretende negociar?

Nesse momento, não é isso que importa, o que importa é a discussão sobre os problemas de Santa Catarina. Um dos problemas que acho que a política brasileira enfrenta: a gente perde mais tempo discutindo a chapa majoritária do que discutindo os problemas do cidadão, e nós temos que inverter essa lógica. A renovação do processo político começa pela inversão dessa lógica, que a gente não deve começar com a discussão dos espaços, mas começar pela discussão do que muda a vida das pessoas. É uma nova postura que a gente quer fazer.

Blumenau tem o senhor, o deputado Décio Lima e o prefeito Napoleão Bernardes desejando espaços nas majoritárias pelos seus partidos. Se os três conseguirem esse espaço não podem dividir os votos da cidade?

Eu acho que o fato de nós três estarmos buscando a nossa participação, eu acho que isso é um sinal de que, realmente, o Vale do Itajaí, precisa, deseja e quer ter uma participação muito mais importante na discussão da próxima eleição. Todos nós buscamos acima de tudo trabalhar pela nossa região, pela nossa Blumenau, pelo nosso Vale do Itajaí e tenho certeza que isso só favorece e fortalece o Vale do Itajaí.