Laudos e depoimento: o que já se sabe sobre o assassinato de menina de 11 anos em Timbó

Mãe confessou ter cometido o crime sozinha, mas padrasto é suspeito e também foi preso temporariamente

A Polícia Civil segue investigando o homicídio de Luna Bonett Gonçalves, de 11 anos, registrado na última quinta-feira, 14, em Timbó. Em depoimento na delegacia, a mãe da criança confessou a autoria do assassinato por espancamento e foi presa temporariamente. O companheiro também foi preso já que, apesar de ter negado participação no crime, também é suspeito.

Em entrevista ao jornal O Município Blumenau, o delegado responsável pelo inquérito deu mais detalhes sobre a apuração dos fatos e linha de investigação. Segundo André Beckman, alguns laudos ainda precisam ficar prontos para que sejam comparados com as informações repassadas pela principal suspeita, a mãe da menina.

“Primeiro havia alegado que ela caiu e por isso teve os ferimentos. O padrasto disse a mesma coisa. Mas depois a mãe mudou a versão e assumiu que cometeu o crime sozinha, enquanto o homem preferiu ficar calado. Estamos aguardando todos os resultados de exames para confirmar algumas falas e até entender se houve ou não a participação do padrasto”.

Possível motivação e abuso sexual

À Polícia Civil, a mulher afirmou que cometeu o crime por uma soma de motivos que a fizeram ficar com raiva da criança. O primeiro foi que a filha demorou muito tempo para voltar da padaria e, quando voltou, estava sem nenhum produto pedido. Além disso, a mãe desconfiava que ela tinha um namorado e que já estava sexualmente ativa, o que reprovava e não gostava.

“Da questão sexual, são falas dela, nós não temos comprovação disso ainda. Ela contou também que sofre com crises de pânico e que isso pode ter alterado o humor dela naquele momento”, explica o delegado.

Ainda segundo André, além da possibilidade do padrasto ter participado do assassinato, há suspeita de abuso sexual contra a menina de 11 anos. 

“O médico legista nos apontou que existem elementos que podem indicar violência sexual, mas estamos aguardando os laudos também para afirmar que sim ou que não. Isso também pode interferir na participação direta do suspeito”, complementa.

Demora para acionar o socorro

No dia do crime, a mãe e o padrasto de Luna chamaram o Corpo de Bombeiros para atender a menina, alegando que ela havia caído da escada. Segundo eles, a menina havia tido alguns ferimentos, mas estava bem, e depois de jantar acabou passando mal – motivando assim o pedido de socorro.

Numa segunda versão, a mulher acabou confessando que na realidade teria espancado com socos e chutes a filha.

Apesar dos laudos ainda não estarem prontos, o delegado informou que já obteve algumas informações referentes às análises feitas pelos profissionais da Polícia Científica. Segundo André, a morte ocorreu cerca de três a quatro horas antes da mãe e padrasto de Luna chamarem o Corpo de Bombeiros. 

A perícia, no entanto, ainda não conseguiu confirmar se algum objeto foi utilizado nas agressões. A morte foi provocada por traumatismo craniano. Outras lesões graves foram observadas no baço, pulmão, alças intestinais e vagina.

Conclusão do inquérito e denúncia

Conforme destacado no início da reportagem, o delegado ainda está aguardando todos os resultados oficiais dos exames para poder confrontar com o depoimento da mulher.

Outras diligências serão feitas e a expectativa é que em até 30 dias o inquérito seja concluído e entregue ao Ministério Público de Santa Catarina. O período de um mês é também o tempo da prisão temporária dos dois suspeitos. 

Enquanto está presa, os outros dois filhos da mulher foram para outros lares. Um menino de seis anos ficou com o pai biológico, enquanto outro de nove meses para o Conselho Tutelar.


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