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Manifestantes que pedem intervenção militar ameaçam e agridem jornalista na BR-470

Manifestantes que pedem intervenção militar no país agrediram e ameaçaram o jornalista e locutor de rádio Arnaldo Zimmermann quando ele fazia uma transmissão ao vivo nesta manhã de terça-feira na BR-470, em Indaial. Ele estava às margens da rodovia relatando via Facebook o nono dia de concentração dos caminhoneiros quando foi abordado.

Locutor da Rádio Cultura, de Timbó, Arnaldo fazia uma transmissão de vídeo. Pelas imagens, é possível ver um homem se aproximando para ouvir o que ele dizia. Primeiro, o manifestante interrompe a transmissão por discordar de seu conteúdo. Em seguida, chama outros homens para intervir.

Depois de alguns minutos de conversa, em que o jornalista explica o que estava fazendo, um dos homens dá um tapa no braço de Arnaldo e o impede de continuar filmando com o celular.

O jornalista, que mora em Blumenau, contou à reportagem que tem parado diariamente na concentração de caminhoneiros para fazer transmissões via Facebook e rádio. Nesta terça, porém, ele escolheu um ponto diferente, para registrar um ângulo mais amplo da mobilização.

“O cara que me deu um tapa na mão queria vir pra briga. Tinha mais quatro ou cinco pessoas em volta. Eles só pararam quando disse que sou filho de caminhoneiro e que vou todos os dias ali conversar com os líderes da manifestação”, relatou.

Segundo Arnaldo, dois caminhoneiros que estão no local se aproximaram para dizer que pretendem sair mas estão sendo impedidos pelo grupo que quer intervenção militar. Quando tentava sair do local, um grupo ainda cercou o carro de Arnaldo para tentar bloqueá-lo.

O Município Blumenau já mostrou que, entre as pautas do movimento que bloqueia a BR-470 em diversos pontos, o desejo de uma intervenção por parte do Exército ganha destaque.

Arnaldo Zimmermann pretende telefonar para os líderes do protesto para saber se há segurança suficiente antes de retornar ao local. O jornalista mora em Blumenau e está receoso de passar de carro pela rodovia, uma vez que os manifestantes marcaram o automóvel dele.

Ameaças à imprensa

Este foi o primeiro caso de agressão a jornalistas durante o protesto dos caminhoneiros, mas já houve outros casos de ameaça e intimidação. No domingo, um cinegrafista da RIC Record foi ameaçado de morte enquanto trabalhava na concentração em frente à empresa Segala’s, entre Blumenau e Gaspar.

A Associação de Imprensa do Médio Vale do Itajaí (Assimvi), inclusive divulgou nota sobre esses casos. Confira a íntegra abaixo:

A diretoria da Associação de Imprensa do Médio Vale do Itajaí, em nome de seus associados, profissionais de imprensa, repudia ameaças que estão sendo efetuadas por participantes do movimento grevista dos caminhoneiros a esses colegas de Jornalismo que tão somente estão exercendo seu trabalho de informar a sociedade.

A Assimvi não discute o mérito do movimento e quer acreditar tratarem-se de casos isolados, mas deixa registrada sua preocupação à segurança desses profissionais, bem como repúdio ao que podemos considerar uma censura ao trabalho da imprensa.