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MC Trans fala sobre lançamento com marca de Blumenau e cirurgias em clínica da cidade

A cantora MC Trans está cumprindo uma agenda corrida em Blumenau nos últimos dias. Em visita à região para o lançamento da sua nova coleção para uma marca blumenauense, ela aproveitou para passar pelo Transgender Center Brazil e ainda lançou sua nova música.

Em uma entrevista exclusiva a O Município Blumenau, ela falou sobre o novo momento da carreira, as cirurgias que vai realizar na cidade e sobre o lançamento de uma linha de lingerie voltada para pessoas trans.

“Por mais que aqui seja um lugar de colonização alemã, a cidade está evoluindo. Infelizmente me deparei com a notícia de uma travesti assassinada no ponto de ônibus. O Brasil segue sendo o que mais mata pessoas transgênero no mundo, inclusive em uma cidade tão educada, limpa e chique quanto Blumenau”, comenta.

Aos 34 anos, Ana Vitória já levou o nome MC Trans para a música, para a televisão e agora para o PodTravah, o primeiro podcast trans do país. Entretanto, após uma polêmica na qual se envolveu recentemente, ela decidiu investir no empreendedorismo.

Moda trans

Em fevereiro deste ano, MC Trans criticou a personagem Karen Kardasha após ela fazer publicidade para uma marca de lingerie. Para a cantora, o criador Renato Shippee estaria se apropriando da vivência das mulheres trans para lucrar.

“A partir daí várias meninas começaram a pedir para eu fazer uma linha de lingerie voltada para as mulheres trans. Não apenas para esconder o ‘bichinho da goiaba’ [risos], mas para podermos ser sensuais de forma confortável”, explica.

MC Trans relata que durante a infância chegou a se machucar ao usar diversas peças e até mesmo cordas e meias para tentar aumentar os seios antes da cirurgia. Uma realidade comum das pessoas trans em início de transição.

Em meio à polêmica, a blumenauense TGW (Transgender Wear) convidou MC Trans para ser embaixadora da marca. Com a coleção Damas da Noite, a proposta é trazer tecidos antialérgicos, modelos confortáveis e criados para mulheres trans.

Fotos: TGW

“É claro que mulheres cis também poderão comprar, mas mulheres trans precisam se vestir de forma confortável. Estar hoje dando entrevista para vocês é forma de mostrar que a cidade tem grandes empreendedores que se preocupam com a diversidade”, celebra.

MC Trans com a equipe que produziu peças e fotos para o lançamento. | Foto: TGW

Operações em Blumenau

Aproveitando a visita na cidade, MC Trans visitou o Transgender Center Brazil. O cirurgião José Martins é um dos poucos especialistas no mundo que realiza a feminilização facial, cirurgia pela qual a cantora passou durante a semana.

“Já viajei para vários países e conheci muitos profissionais. Se meninas de todos lugares do mundo e do Brasil buscam o dr. Martins, é porque ele é o melhor”, comenta.

 

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Leia também: Como uma clínica blumenauense se tornou referência mundial em cirurgias para pessoas trans

O próximo passo das operações da cantora envolvem perder peso para trocar os silicones da mama e, por último, passar pela redesignação sexual.

“Importante ressaltar que o pênis ou a vagina não é o que dita nossa transição. Eu sou trans por como me reconheço, existo e sou aqui dentro. Operar não me faz mais mulher do que uma trans que decide não fazer”, ressalta.

Colaborou Iáscara Zultanski


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