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“A motivação não guarda nenhuma relação com a origem dele ser indígena”, diz delegado

Delegados da Polícia Civil envolvidos na investigação do assassinato do professor indígena Marcondes Namblá, ocorrido em Penha na virada do ano, sustentam que o crime teve motivo fútil. Gilmar Cesar de Lima, 22 anos, teria atacado a vítima com um pedaço de pau porque teria mexido com o cachorro dele.

Conforme o relato dos policiais, o cão estaria dentro do cercado da casa onde Lima estava. Namblá teria parado em frente ao portão e mexido com o animal. O assassino teria visto a cena e houve discussão. O professor então saiu caminhando, mas foi perseguido e agredido. Uma câmera de segurança registrou as agressões.

Atenção: imagens fortes

Em entrevista coletiva na Delegacia Regional de Polícia Civil, em Blumenau, os policiais disseram que Lima confessou o crime. Conforme o delegado Douglas Teixeira, não há hipótese de crime encomendado ou de conflito envolvendo a origem de Namblá.

“Ficou bem claro que a motivação não guarda nenhuma relação com a origem dele ser indígena”, afirmou.

Desde o crime, familiares, lideranças indígenas e movimentos sociais vêm pressionando as autoridades para que investiguem o caso a fundo. Um pedido para que a Polícia Federal investigue o crime chegou a ser apresentado. Para Teixeira, não há dúvidas sobre a motivação do crime e não há necessidade de uma investigação adicional.

Prisão

Gilmar Cesar de Lima foi preso na manhã desta sexta-feira, 12, na casa da irmã, em Gaspar. Conforme a polícia, houve buscas em sete locais diferentes ao mesmo tempo na manhã desta sexta-feira, dia 12, de forma a garantir que o criminoso fosse identificado. Mais de 40 policiais civis e militares de Itajaí, Gaspar e Blumenau participaram das buscas após denúncias anônimas desvendarem o paradeiro dele.

Polícia Civil/Divulgação

Lima já era foragido da Justiça antes mesmo de matar Marcondes Namblá, no dia 1º de janeiro. Ele é suspeito de participação em outras duas tentativas de homicídio, além lesão corporal, receptação de furto e violência doméstica.

A vítima

Marcondes Namblá era professor em uma escola indígena em José Boiteux, atuava como juiz na aldeia, foi um dos formuladores da política indígena da Furb e era um líder xokleng que lutava para fortalecer a língua de seu povo.

Segundo a coordenadora técnica da Funai, Natalina Vergueiro, Marcondes estava na praia tentando fazer uma renda extra vendendo picolés para construir uma casa.

Arquivo pessoal/ Facebook