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MP denuncia e pede nova prisão de homem que matou blumenauense a tiros em Curitiba

O Ministério Público do Paraná denunciou Antonio Humia Dorrio por homicídio qualificado e por posse irregular de arma de fogo. Em maio, Dorrio matou o blumenauense Douglas Junkes a tiros após uma discussão sobre som alto. Ambos moravam no mesmo prédio em Curitiba e Douglas estava tocando contrabaixo no interior do apartamento dele.

O empresário foi preso em flagrante e teve a preventiva decretada na audiência de custódia, no dia 22 de maio. Porém, na terça-feira, 5 de junho, foi solto.

“Nós ficamos muito tristes, muito indignados, nós estamos trabalhando com um advogado junto com o Ministério Público. Ninguém sabe dizer como isso foi possível”, lamentou o irmão de Douglas, Eduardo Junkes.

O advogado de Dorrio, Bruno Thile da Silveira, explica que como o cliente foi detido em flagrante, a investigação deveria ter terminado em dez dias. O inquérito foi concluído antes do prazo, mas a promotoria entendeu que faltavam alguns laudos.

Com a investigação de novo nas mãos da polícia, extrapolaram-se os dez dias de apuração.

“Nós entramos com um pedido de revogação da prisão dizendo que se extrapolou o prazo legal da prisão. Então, passado os dez dias, o preso passa a sofrer um constrangimento ilegal, porque ele passa a ficar mais tempo preso do que a lei determina”, explicou Silveira.

O juiz da 2ª Vara do Tribunal do Júri de Curitiba, Daniel Avelar, concedeu a liberdade e recebeu, dois dias depois, a acusação da promotora Roberta Massa. No documento há também o pedido para que o juiz volte a decretar a prisão preventiva de Dorrio. No entendimento da promotoria, ele apresenta perigo à sociedade:

“Condutas hediondas como a praticada pelo denunciado abalam a ordem pública, causando clamor social, demandando resposta rápida e enérgica do Poder Judiciário”, defendeu em texto.

Junto com a acusação, chegou à mesa da Justiça petição do advogado para evitar uma nova detenção. A decisão de aceitar a denúncia e decretar ou não a prisão deve ser tomada nos próximos dias.

Até lá, Dorrio segue em liberdade, mas com medidas cautelares que o impedem de voltar a morar no apartamento e de falar com qualquer testemunha ouvida ou intimada no processo.

“A necessidade de ele estar preso era para garantir que as pessoas fossem no juiz e falassem o que sabem sem medo. A periculosidade do agente também é uma coisa que deveria ter sido levada em conta. A preventiva deveria ter sido mantida. Isso gerou um estranhamento muito grande e muita revolta”, finalizou o advogado da família Junkes, Eduardo Ávila.