Número de mortes por afogamento cresce 65% em Santa Catarina

Maioria dos acidentes aconteceram em água doce

O número de mortes por afogamento nas praias de Santa Catarina neste verão já é 65% superior ao da temporada passada. O Corpo de Bombeiros registrou 38 acidentes do tipo entre 1º de outubro de 2018 e 15 de janeiro de 2019. No mesmo período do ano passado, foram 23 mortes.

Dos óbitos registrados nesta temporada, 24 ocorreram em água doce, todos em área não monitorada. Em água salgada, foram 14 mortes, sendo duas em área guarnecida e 12 em locais sem a presença do guarda-vidas.

O tenente Ian Triska, instrutor de salvamento aquático e chefe de Comunicação Social do Corpo de Bombeiros Militar, explica que a maioria dos locais de óbitos por afogamento ocorrem em água doce, como rios, represas, lagoas e cachoeiras, e onde não há a presença da corporação.

São vários os fatores. O tenente relata que, no interior do Estado, muitas pessoas não têm o hábito de praticar natação, e a profundidade dos rios de uma hora para outra pode aumentar, além das correntezas, que são fortes.

Também é muito comum o uso de embarcações, às vezes precárias, e sem o uso dos coletes salva vidas. Outro fator constatado é a ingestão de bebidas alcoólicas que, associadas aos fatores citados, podem colaborar para as mortes por afogamento, assim como a falta de supervisão com as crianças.

“A educação é imprescindível para que este número de mortes seja reduzido”, observou.

Principais causas

As principais causas dos afogamentos relatadas pelo Corpo de Bombeiros são normalmente a falta de experiência com a água e descuido. Outro fator de risco é a ingestão de bebidas alcoólicas.

“A maior parte dos arrastamentos acontecem das 16 às 18 horas, fato atribuído a ingestão de bebidas alcoólicas”, ressaltou Ian.

No mar, as correntes de retorno são a causa de aproximadamente 90% das ocorrências de afogamento em Santa Catarina. Neste caso, a água retorna com mais força da areia e puxa o banhista para dentro do mar.

Em água doce, as correntes já estão presentes no curso do rio, no entorno de cachoeiras. Além disto, nestes locais os perigos com o fundo (com troncos de árvores, redes e ferragens), a profundidade e a falta de cuidados podem ser fatais.

Os cuidados

A orientação do Corpo de Bombeiros para evitar acidentes é procurar se banhar próximo aos postos de guarda-vidas, verificar as condições do local onde pretende mergulhar e não deixar a água ultrapassar a linha da cintura. Nunca nadar após ingerir bebidas com álcool. Outro cuidado é com as crianças, que precisam estar sempre a um braço de distância dos responsáveis.

Outro cuidado é evitar se aproximar de costões. Ao caminhar sobre as pedras destes ambientes, observe antes se uma onda não poderá atingi-lo e jogá-lo no mar ou até mesmo escorregar.

Nunca se atirar de cabeça para mergulhar; certifique-se da profundidade e verifique a presença de pedras ou mexilhões grudados nas pedras que podem cortar, no caso do mar. Um acidente pode provocar sequelas irreversíveis. Estes cuidados são essenciais também para costões e pedras de riachos, lagoas, açudes, cachoeiras, rios e represas.

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