“O que o governador tem contra o Vale do Itajaí?”

Avelino Lombardi, presidente da Acib, critica decisão de Carlos Moisés de deixar região fora do plano de investimento de R$ 200 milhões a obras

Nesta semana o governador Carlos Moisés (PSL) anunciou o plano Novos Rumos – Santa Catarina em Movimento, que injetará R$ 200 milhões em obras de infraestrutura em cinco regiões do estado. Nenhuma delas é o Vale do Itajaí.

O anúncio gerou revolta nas entidades empresarias da região, como a Acib, a CDL Blumenau, a Associação de Micro e Pequenas Empresas (AMPE) e a OAB. “Só na região dos municípios que compõem a Associação dos Municípios do Médio Vale do Itajaí (Ammvi), o governador teve 81% dos votos nas últimas eleições. O elegemos com a esperança de que olhasse para a nossa região como ela merece”, criticou em nota o grupo.

Avelino Lombardi, presidente da Acib, assinou o manifesto que foi enviado à imprensa e aos deputados (leia na íntegra abaixo). Indignado, para ele Blumenau e região foram deixadas de lado mais uma vez e a atitude se assemelha às de governos passados. Confira a entrevista:

Como vocês receberam a notícia de que a região não entrou nessa primeira fase do novo plano do governo?

Avelino Lombardi: É uma coisa que revolta, porque nós historicamente temos sido preteridos às demais regiões. Nós somos a região que mais paga impostos no estado. Nós representamos 32% do PIB catarinense. Então poxa, aí a única que fica fora é a nossa região? Nós tínhamos um governo anterior que não mandava nada para o Vale do Itajaí. Agora esse também?

E os deputados que representam a região? As entidades tiveram alguma conversa com eles sobre isso? 

Avelino Lombardi: Nós mandamos esse manifesto escrito para eles. Faz uns 15 dias que houve uma reunião na Ammvi, onde foi fundada a Frente Parlamentar do Vale do Itajaí. E aí o governador faz um negócio desses? Nós temos 11 deputados do Vale do Itajaí. Esse pessoal vai bater palma?

Sou obrigado a dizer que nossos representantes não têm feito o papel que deveriam fazer. Nessa hora precisamos nos unir, que a nossa força está na união. Tem que juntar a classe política, as entidades empresariais, a sociedade como um todo e exigir essa contrapartida por parte do estado, seja na área da saúde, da infraestrutura…

Quais obras vocês acreditam que deveriam estar no pacote? 

Avelino Lombardi: Nós temos que exigir o que é nosso direito. Nós estamos com o Centro de Eventos parado, que não tem nem um tijolo ainda, a SC-108 parada, a rodovia Jorge Lacerda a passos de tartaruga. Isso são obras do estado. Nós queremos as obras na velocidade que cobram os impostos. Nossas obras de acesso às cidades estão numa situação muito difícil. Nós queremos que ele nos atenda como atende as outras regiões.

Qual a avaliação que a entidades fazem do trabalho do governador na nossa região nesses primeiros meses de gestão? 

Avelino Lombardi: Nós entendemos que os primeiros meses são para estudo. Ele é um governador que não era político. Um militar, pessoa de bem e etc. Em outubro terminou a eleição, aí você tem que pegar e estudar o estado. E como é que você vai estudar o estado para fazer o plano de obras de infraestrutura sem conhecer a região mais rica que é o Vale do Itajaí? O que ele tem contra o Vale? Por que ficamos em segundo plano?

A nota

A ACIB, CDL Blumenau, Associação de Micro e Pequenas Empresas de Blumenau (AMPE), Conselho de Desenvolvimento da Itoupava Central (CODEIC) e OAB Subseção Blumenau, repudiam veementemente a decisão do governador do Estado de Santa Catarina, Carlos Moisés, ao anunciar um investimento em torno de R$ 200 milhões para cinco regiões de Santa Catarina, sem contemplar o Vale do Itajaí. Só na região dos municípios que compõem a Ammvi, o governador teve 81% dos votos nas últimas eleições. O elegemos com a esperança de que olhasse para a nossa região como ela merece.

No entanto, o que vemos é o descaso da equipe de Governo. Temos carência de diversas obras importantes, que acelerariam o desenvolvimento do setor produtivo, gerando renda e trabalho para nossa população do Vale do Itajaí. Não entendemos por que, mais uma vez, somos preteridos. O que queremos é mais respeito e sensibilidade do governador para que atenda nossos pleitos e traga para nossa região aquilo que nos é de direito, tendo em vista nossa representativa contribuição para a economia catarinense.

 

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