Parque das Itoupavas está quase pronto, mas chegar até ele promete ser perigoso

Nova área de lazer de Blumenau será inaugurada em fevereiro sem viaduto para atravessar a BR-470 e com acessos precários

Com mais de 14 mil metros quadrados, o Parque Alcantaro Corrêa, também conhecido como Parque das Itoupavas, será entregue no mês que vem. A expectativa é que seja tão importante para a comunidade da região Norte quanto o Ramiro Ruediger é para a área central de Blumenau. No entanto, chegar até o parque promete ser um desafio.

O parque das Itoupavas se encontra ao lado da BR-470 e da rodovia Dr. Pedro Zimmermann, ambas com forte circulação de veículos pesados e sem muitas opções seguras de acesso, como ciclovias, ciclofaixas ou faixas de pedestre. A situação tende a ficar assim até que as obras de duplicação da BR-470 cheguem àquele trecho. O projeto prevê um viaduto na região, que resolveria parte dos problemas de acesso e tornaria a área de lazer mais segura.

De acordo com Julian Plautz, Diretor de Planejamento Viário, a prefeitura não tem autonomia para interferir, por exemplo, na sinalização da rodovia.

“Nosso problema é a BR-470. O projeto de duplicação prevê um viaduto, tanto é que nós planejamos o Parque das Itoupavas de acordo com ele. Se nós pudéssemos intervir na BR-470, com certeza já teríamos conseguido fazer o túnel para acessar a região”, lamenta.

Para quem vem pela rua Guilherme Scharf, a prefeitura prevê a construção de uma trilha de caminhada e ciclovia ligando a sede do Metropolitano até o parque. Porém, não há previsão para início das obras pois a prefeitura ainda está elaborando o projeto.

“Eu não sei como está a questão do financiamento porque ainda havia uma tira de terra que estava em negociação. A ideia é que a trilha fique iluminada e que sejam colocados outros equipamentos para que seja realmente seguro para pedestre e ciclista”, afirma Plautz.

O arquiteto Tiago Tamanini vê dois problemas para o futuro parque. O primeiro é a falta de acessos seguros. O segundo é o entorno.

“É importante que no entorno do parque seja possível ter pessoas morando e comércio. A gente diz que as pessoas têm os olhos virados para a rua, então, a proximidade à urbanização dá muito mais vida para a área pública. Você tem um parque que está perto de uma área industrial. Tem que ter ciclovia, calçadas mais acessíveis e transporte público. Vendo a localização e como ele está inserido, a maior parte da população vai acessá-lo de carro”, diz.

Haverá 50 vagas de estacionamento no Parque das Itoupavas.

Acesso a pé

Para quem mora nas redondezas, o acesso ao parque pode ser bastante perigoso. É o caso dos moradores da outra ponta da rua 1º de Janeiro, que precisarão atravessar a BR-470.

“Essa pessoa vai ter que correr o risco de atravessar na BR-470, infelizmente”, reconhece Plautz.

Osório Bernardo Schmitz, Presidente da Associação de Moradores da 1º de Janeiro, teme que a presença do parque possa trazer mais dissabores que saúde e lazer.

“Na minha opinião o local é inapropriado. Eu vejo as pessoas atravessarem a pé o trevo da Mafisa!”, afirma.

Sávio James Pereira

Enquanto a trilha pelo terreno do Metropolitano não estiver pronta, quem vier caminhando da Itoupava Central encontrará dificuldades. Faltam calçadas em diversos trechos da 1º de janeiro e os pedestres precisam dividir espaço com os ciclistas pela ciclofaixa.

De bicicleta

A situação não é melhor para quem quiser acessar o parque de bicicleta. Há ciclofaixa na rua 1º de Janeiro, mas falta conexão com a Itoupava Central via Guilherme Scharf. O projeto para a instalação da trilha, que também terá ciclofaixa, está sem previsão de sair do papel. No parque haverá bicicletários.

Para quem vem da Fortaleza, o ideal é contornar a região pelas ruas Samuel Morse e depois Guilherme Scharf, onde há ciclofaixas e calçadas compartilhadas.

De ônibus

Há a opção de ir de ônibus: as linhas Fidélis e Santa Clara passam pela rua 1º de Janeiro. Para chegar até elas é preciso ir ao terminal do Aterro. A prefeitura vai observar a demanda para somente depois avaliar se essas linhas precisarão de reforço.

De carro

Habitantes dos bairros Fortaleza Alta, Fidélis, Itoupavazinha e Itoupava Central poderão chegar ao parque desviando da BR-470. O acesso será feito diretamente pela rua 1º de janeiro, passando pelos fundos do parque. Contornar o trevo da Mafisa e cruzar a rodovia federal seria muito perigoso. Porém, antes mesmo da abertura do parque isso ocorre com frequência.

Sávio James Pereira

Vindo do Centro, a opção mais fácil será chegar pela Via Expressa e descer à direita até a 1º de Janeiro. No sentido inverso, de quem vem da região do Salto do Norte, será preciso fazer a volta no trevo da Dudalina para evitar o risco de cruzar a rodovia.

“É um problema sério que temos que resolver. Quando começamos a fazer o projeto do parque já era para estar pronta essa parte da duplicação, mas não foi o que aconteceu”, justifica Plautz.

O parque

O Parque das Itoupavas tem 14 mil metros quadrados (o Ramiro tem 45 mil). Contará com Playground, área de convivência, pista de caminhada, ciclovia, ciclofaixa, pista de skate infantil, academia para terceira idade, quadra de vôlei, quadra de futebol, cancha de bocha, mirante, além de um espaço para manifestações culturais.

Sávio James Pereira

Para que as pessoas possam entrar em contato com a natureza, terá um bosque para piquenique, pomar e uma horta. O espaço também oferecerá bicicletário, estacionamento, serviço gastronômico e banheiros.

O investimento na obra é de quase R$ 4 milhões, com auxílio estadual do Fundo de Apoio aos Municípios (Fundam).

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