Monstros do Natal vão às ruas para manter viva tradição dos antepassados

Sociedade do Pelznickel percorreu as ruas de Guabiruba nesta segunda-feira

Voluntários e membros da Sociedade do Pelznickel percorreram os bairros de Guabiruba nesta véspera de natal, 24, para a distribuição de balas e doces para crianças e moradores da cidade. Em alguns casos, como na rua Lorena, no bairro de mesmo nome, também houve a entrega de presentes em parte das casas.

A ação, segundo o presidente da Sociedade do Pelznickel, Ivan Fischer, 47 anos, é uma forma de transmitir o modelo de Natal e valores tradicionais da cidade aos mais jovens. No início dos desfiles, lembra, a prática era feita por grupos de duas a três pessoas.

Hoje, estima haver organizações para a passagem dos “papais noéis do mato” em praticamente todos os bairros. Cerca de 60 deles circularam pelo município neste ano, repetindo uma tradição que remonta aos antepassados.

Os bairros São Pedro, Alsácia e Lorena estiveram na rota dos carros que levam o grupo. O roteiro, explica, é marcante para boa parte dos participantes por ter sido na Rua São Pedro onde a cultura do Pelznickel, começou a ganhar uma organização de sociedade. “Para nós é uma tradição e sempre voltamos lá, pois foi onde começamos”.

Fischer, assume o papel de Pelznickel desde os 15 anos. Segundo ele, um ano depois de ter perdido o medo da figura marcante da cultura local. ”Era muito gostoso e, por ter vivido isso na infância, queria levar isso adiante, para que outras pessoas tivessem acesso”.

Marcelo Gouvêa

De pai para filho

Para dar vida aos Pelznickel, os voluntários enfrentam mais de 15 quilos de roupas. A vontade de manter a tradição faz com que os desfiles sejam mantidos mesmo sob a ameaça de chuva ou calor excessivo.

Neste ano, o desfile contou com dois estreantes, que demonstram uma renovação na cultura do Pelznickel. Orlando Fischer Neto, 9 anos, é filho de Ivan e integra o grupo há dois anos. Até o período, ele tinha medo da figura, mesmo acompanhando a organização. O sentimento é semelhante ao que afirma perceber nos amigos.

Assim como Orlando, Wesley Fischer, 14, tinha curiosidade pelos desfiles. No seu caso, o pai, Luiz Fischer, 55, também já participava da Sociedade. No começo, a atuação era nos bastidores, auxiliando na organização dos itens.

Há cerca de três anos ele recebeu uma das roupas para acompanhar os demais Pelznickels nas visitas às casas da cidade. Com a mudança, passou a valorizar mais a atuação do grupo. “Em alguns lugares tem crianças que não respeitam o pai e a mãe, aí ele cobra o respeito e a obediência”

Orgulhoso, Fischer, afirma que o ato faz parte da educação e formação das crianças. Com a participação dos jovens e o trabalho da Sociedade, ele acredita ser possível manter a tradição do município. Os pedidos de participação dos jovens no grupo também é motivo de satisfação para ele.

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