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Perícia indica que elevador de supermercado em que homem morreu em Blumenau não deveria estar funcionando

A perícia criminal que atuou no caso de Josmar de Sene Lima – trabalhador que morreu esmagado por elevador de serviço no supermercado Giassi, em Blumenau – concluiu o caso. Conforme o documento assinado pelo perito Lucas Morais Melo, da Polícia Científica de Santa Catarina, o elevador já apresentava falhas e não deveria estar à disposição dos trabalhadores.

O documento pericial indica, inclusive, que o equipamento causador da morte de Josmar estava desligado. Porém, ele foi reativado no dia do acidente. No local não haviam avisos de manutenção, barreiras ou isolamento do equipamento. As informações foram repassadas à perícia pela equipe técnica de manutenção do elevador.

O equipamento defeituoso deveria ter mecanismos de segurança que impedissem que ele descesse ou subisse na hipótese de uma das duas portas estarem abertas. Porém, o laudo confirma que a porta interna estava aberta e, no momento em que o profissional saiu do elevador, o equipamento se movimentou, esmagando sua cabeça.

Os técnicos informaram à perícia que o equipamento estava interditado justamente porque o mecanismo de segurança apresentava falhas. Ou seja, o elevador não deveria estar em operação.

Com o documento pericial em mãos, o delegado da 1ª Delegacia de Polícia de Blumenau, Isomar Amorim, indiciou criminalmente dois supervisores de Josmar e um técnico da empresa de manutenção dos elevadores.

No documento, o delegado afirma que houve indícios de negligência deste trio em questão. Isomar indiciou os três por homicídio culposo – quando não há intenção de matar. Agora, o caso corre na Vara Criminal de Blumenau.

“Entendemos que houve negligência tanto por parte do supermercado quanto da empresa de manutenção. No dia anterior, o equipamento foi desligado por estar com defeito, mas não haviam placas ou sinalização disto. Tanto que no outro dia ele foi ligado novamente pelo responsável pelo depósito. Este responsável pelo depósito diz que a equipe de manutenção não o avisou do defeito, mas a equipe de manutenção diz que avisou, então fica essa guerra de versões”, explica o delegado Isomar.

Posição da empresa

Em nota oficial para a reportagem, a empresa explica que está prestando todo o auxílio às investigações. Além disso, explica que prestou e presta o apoio necessário aos familiares. A empresa também lamenta o ocorrido e manifesta pesar.

Confira a nota oficial na íntegra:

“O Giassi & Cia. Ltda., em razão do incidente ocorrido no mês de abril/2022, nas dependências de sua loja localizada em Blumenau/SC e que vitimou um dos seus colaboradores, reafirma seu compromisso em prestar total auxílio às investigações que apuram as causas do ocorrido, prestando todos os esclarecimentos necessários às autoridades competentes.

O Giassi esclarece que as investigações e discussões judiciais que cercam o episódio tramitam em segredo de justiça, o que impede qualquer esclarecimento adicional neste momento.

Consternado e entristecido pelo incidente, o Giassi manifesta profundo pesar pelo falecimento do seu colaborador, informando que prestou e presta o apoio necessários a seus familiares, mantendo-se absolutamente sensível e alerta para a rápida solução do caso, sempre com o objetivo principal de confortar a família do colaborador nesse momento tão difícil.”

Defesa de família pede indenização urgente

Eduardo Barbosa, advogado da família de Josmar, explica que entrou com ação urgente na busca de que o supermercado pague pelo atendimento psicológico dos pais da vítima.

“O Josmar era pessoa com deficiência intelectual, e era muito querido pelos seus pais, portanto causou danos emocionais em ambos. Se faz necessário o pagamento urgente de profissionais para o atendimento deles”.


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