A chegada de Jorge Boeira ao PSB vem chamando a atenção nas últimas semanas em Santa Catarina. O deputado federal catarinense já é cotado para ser o candidato ao governo do estado pela chamada “frente democrática” – a união dos partidos de esquerda em SC.

Politicamente falando, a mudança partidária é normal, mas a questão que vem incomodando parte dos membros da esquerda catarinense é o nome de Jorge como candidato ao cargo mais importante, representando esses partidos.

Leonel Camasão, um dos principais nomes do PSOL em SC, foi enfático nas redes sociais ao falar sobre o tema. Criticou a possibilidade do apoio dos partidos de esquerda a Boeira e relembrou fatos como apoio ao impeachment da ex-presidente Dilma Roussef (PT) e a eleição de Jair Bolsonaro (PSL) em 2018.

“Há semanas especula-se na imprensa que Jorge Boeira, que saiu do PP apenas ontem, irá para o PSB para ser candidato a governador com o apoio dos partidos de esquerda. Além do golpe e de ter permanecido no PP até agora, Boeira apoiou a eleição de Bolsonaro em 2018. O que poderia ser apenas devaneio parece ter apoio de lideranças importantes do nosso campo, convencidos da mesma tática de sempre: moderação. Que cálculo político é este? Que militância vai às ruas defender o indefensável? Vejam os vereadores eleitos em 2020 pelo nosso campo. Qual deles tem perfil “moderado”? Vejam as eleições no Brasil e no mundo. Ou nos apresentamos como a antítese da barbárie bolsonarista ou estaremos fadados ao fracasso. Quem se arrependeu pelo golpe e pelo apoio à Bolsonaro cabe na luta contra o governo. Mas não deve caber em uma frente eleitoral do nosso campo”, publicou Camasão, que foi candidato ao governo do estado em 2018, pelo PSOL.

“Pelos princípios que eu ensinei as minhas filhas, da ética, honestidade, da moral e que quero que ela ensine esses princípios a meus netos, pelo povo de SC que vai às ruas protestar contra a corrupção eu voto sim”, foram as palavras de Boeira ao votar sim pelo impeachment da ex-presidente Dilma, em 2016.

A desaprovação ao nome de Boeira assola outros muitos membros dos partidos de esquerda, principalmente nos bastidores. Porém, Décio Lima (PT), um dos principais nomes dessa união de partidos catarinenses pensa diferente.

Para o ex-prefeito de Blumenau, o momento é de “deixar as coisas pequenas e os erros do passado para trás”. Décio afirma que o momento para os partidos de esquerda no estado é histórico, tendo já oito siglas incluídas numa união para ter apenas um candidato e derrotar a extrema direita catarinense nas eleições.

“Essa aglomeração de partidos está consistente, dificilmente será fracionada. Já superamos o problema de ter PT e PDT juntos aqui, sendo que teremos Lula e Ciro no Brasil. Então, sabemos que teremos problemas a enfrentar, mas iremos superar todos para fazer história”, pontuou Décio.

“Boeira ainda não se filiou, mas está sendo muito bem acolhido. Ontem esteve conosco e falou sobre a chegada ao PSB. Sua manifestação não foi para ser candidato, mas para ajudar a nossa frente democrática”, complementou Décio.

A união das siglas de esquerda em Santa Catarina já possui oito partidos. Além dos que já estavam confirmados há meses – PT, PSOL, PDT, PCdoB, Rede, PV e PSB – Décio destacou a chegada também do Solidariedade ao grupo.

“Já estamos ouvindo ‘quem será o adversário de vocês no segundo turno?’, brincou Décio.


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