Promotora pede a prisão do ex-deputado João Pizzolatti

Com a habilitação suspensa pela Justiça, ele foi flagrado dirigindo em Rio dos Cedros

O Ministério Público pediu pela segunda vez a prisão do ex-deputado federal João Pizzolatti (PP) no processo em que ele réu por tentativa de homicídio em um acidente de trânsito. O motivo é o fato do ex-parlamentar ter sido flagrado dirigindo um veículo, apesar de ter a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) suspensa pela Justiça desde o ano passado.

No pedido apresentado nesta quarta-feira, 8, a promotora Cristina Nakos sustenta que Pizzolatti deve responder ao processo detido para garantir a ordem pública. No ano passado, um pedido semelhante foi rejeitado pela Justiça.

À época, o MP apresentou multas registradas no veículo que pertence ao ex-deputado. A defesa rebateu afirmando que o motorista no momento das infrações era o filho de Pizzolatti.

Desta vez, o ex-deputado foi flagrado conduzindo o Jeep Renegade da esposa na rua Pomeranos, em Rio dos Cedros, na manhã de 29 de abril, um domingo.

De acordo com o advogado Fernando Henrique Becker, Pizzolatti assumiu a direção momentaneamente porque a filha do casal, de um ano de idade, estava chorando muito e a mãe precisou acudi-la. Becker garantiu que a situação foi “circunstancial e excepcionalíssima” e que o ex-deputado está cumprindo a ordem judicial.

Acusação

Em dezembro de 2017, Pizzolatti dirigia uma caminhonete Volvo na rodovia Werner Duwe quando invadiu a pista contrária e acertou o Fiat Mobi, conduzido por Paulo Marcelo Santos, à época com 23 anos. O carro pegou fogo, o rapaz foi salvo por populares, mas teve ferimentos graves e queimaduras.

Segundo a Polícia Militar Rodoviária (PMRv), o ex-parlamentar apresentava sinais de embriaguez no dia do acidente. Ele chegou a ser levado pelo Corpo de Bombeiros ao Hospital Santa Isabel, mas deixou a casa de saúde antes que recebesse atendimento.

Em vídeo gravado por populares na cena do acidente, Pizzolatti aparece confirmando que estava bêbado. Porém, a defesa do ex-deputado sustenta que ele estava sob o efeito de medicamentos. No processo, ele nega que tenha ingerido bebidas alcoólicas.

Processo

João Pizzolatti foi acusado pelo Ministério Público de tentativa de homicídio, porque teria assumido o risco de causar o acidente. A defesa dele afirma que crimes de trânsito não podem ser considerados dolosos, de acordo com a legislação brasileira.

No dia 16 de fevereiro ele compareceu ao Fórum de Blumenau para a audiência de instrução e julgamento. Porém, não houve tempo hábil para concluir os depoimentos de todas as testemunhas, incluindo o do réu.

Uma nova audiência foi marcada para o dia 17 de junho, quando ele deve ser ouvido.

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