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Quase dois meses após sumiço de empresária de Blumenau, funcionárias ainda esperam por respostas

Quase dois meses depois de encontrarem os portões da empresa onde trabalhavam fechados, as funcionárias da Bumer Confecções ainda esperam uma resposta. A proprietária do negócio, Claudete Censi, sumiu em meados de setembro. Desde então, algumas já conseguiram novos ofícios e outras dependeram da Justiça para encaminhar o seguro-desemprego.

De acordo com informações do advogado que representa mais de 30 colaboradoras, Dalto Eduardo dos Santos, a Justiça expediu determinações para que todas pudessem sacar o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) e entrar com o pedido do seguro-desemprego. Porém, muitas sequer recebiam o depósito do FGTS.

Estes casos e todos os demais direitos, como salários atrasados e indenizações, serão buscados através de ações judiciais, que ainda não têm prazo para chegarem ao fim. Santos explica que a defesa tenta identificar a influência que as empresas tomadoras de serviço tinham sobre a Bumer. Assim, dois acordos já foram feitos. As instituições tiveram de arcar com as despesas das desempregadas.

Conforme as notificações são enviadas, novas tentativas de acordo ocorrem. Caso a Justiça não enxergue obrigatoriedade das tomadoras assumirem os acertos, Claudete pode ser obrigada a pagar as ex-colaboradoras.

“Ela pode, inclusive, ser condenada à revelia (que é quando a parte acusada não comparece à audiência)”, detalhou Santos.

De acordo com o presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias do Vestiário (Sindivest), Julio Rodrigues, em uma das três tentativas de assinatura das rescisões, uma advogada e uma familiar de Claudete estiveram na sede do Sindivest. Nada foi feito porque as funcionárias não compareceram. Elas preferiram resolver a questão judicialmente, com a tutela antecipada.

Contata pela reportagem, a advogada da empresa, Gisele Trettin, explicou que a Bumer não foi notificada até o momento, mas que, quando isso ocorrer, não haverá omissão por parte da empregadora. Ela conta que houve uma queda no faturamento após a falta de repasse de serviço por parte das indústrias têxteis, causando a falência.

Questionada sobre como a empresa pagará o que deve se a Justiça exigir, Gisele disse apenas que ainda não discutiu esses detalhes com a cliente.