Projeto do Museu Fritz Müller prevê restauro, deque e café com vista para a natureza

Prefeitura conta com apoio de empresas estrangeiras para financiar a obra via Lei Rouanet

O projeto arquitetônico de restauro e ampliação do Museu Fritz Müller, apresentado nesta terça-feira, 20, pretende resgatar antigas características do imóvel onde viveu o naturalista alemão, na rua Itajaí, em Blumenau. O telhado e a aparência externa da edificação serão modificados de maneira a aproximar o ambiente de antigos registros fotográficos.

Além do restauro, a prefeitura de Blumenau pretende reorganizar o espaço interno do museu, criar um auditório, um deque com vista para o verde e o rio Itajaí-Açu, além de um café. O presidente da Fundação Municipal do Meio Ambiente (Faema), Alexandre Baumgratz, estima em R$ 1,5 milhão o custo das obras, dinheiro a ser buscado com a Lei Rouanet.

Segundo o prefeito Napoleão Bernardes, a embaixada do Reino Unido no Brasil estaria disposta a auxiliar na captação de recursos junto a empresas de lá que tenham atuação no Brasil. Isso devido à correspondência científica que Fritz Müller manteve com o britânico Charles Darwin no século XIX, contato que ajudou a fortalecer a teoria da evolução das espécies via seleção natural. O Consulado da Alemanha também já foi contatado.

Neste início de 2018, um terreno vizinho ao museu foi desapropriado pela prefeitura. Uma segunda área foi decretada de utilidade pública para compra futura. Não há prazo de conclusão definido, mas Baumgratz acredita em “uma obra rápida”.

Atrativos

Segundo a arquiteta Rosália Wal, contratada pelo município para desenvolver o projeto, o objetivo é valorizar a história e a relevância de Fritz Müller junto à comunidade científica internacional, mas sem abandonar a experiência lúdica das crianças blumenauenses que se encantam com animais taxidermizados e a coleção de borboletas.

Três espaços foram idealizados: um com uso de tecnologia, um segundo para concentrar a história de Fritz Müller e um terceiro para abrigar as coleções de animais.

História

Há mais dúvidas do que certezas sobre qual parcela da atual construção na rua Itajaí já existia à época em que Fritz Müller viveu no local. Mas sabe-se que reformas, especialmente entre os anos 1970 e 1980, uniram casas construídas em diferentes épocas em um único conjunto.

Conforme arquiteta Rosália Wal, o projeto prevê a diferenciação dos três espaços, especialmente o telhado e a aparência externa. A casa à esquerda seria a mais antiga, embora já tenha passado por reconstrução e não se saiba o quanto ainda preserva do original. Este espaço voltará a ter pé direito alto.

Tanto esta casa quanto a da direita, construída no século XX para abrigar o caseiro que cuidava do museu, deixarão de exibir os traços do estilo enxaimel. Ambas não obedecem ao estilo construtivo, apenas simulam a aparência externa.

Apenas a casa do meio, que foi construída na década de 1930 sobre o que seria a verdadeira casa de Fritz Müller, manterá as características do enxaimel. Rosália acredita que apenas a estrutura de sustentação seja da época do naturalista.

Novo edifício

Rosália ainda apresentou uma proposta de novo prédio para a administração do museu, onde também seriam abrigados o setor de taxidermia, biblioteca e um espaço para pesquisadores. O edifício seria erguido em separado, sem interferir na área histórica.

A própria sede da Faema poderia ser transferida para lá. Ainda não há clareza se o prédio novo fará parte do projeto a ser cadastrado junto ao Ministério da Cultura para obter recursos da Lei Rouanet.

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