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Maçonaria: conheça sua origem em Blumenau, trazida pelo próprio fundador

Estamos apresentando o 17° artigo da Coluna “Registro Para a História” e alternadamente, também, nossas pesquisas sob o enfoque histórico – observando a arquitetura/cidade, o homem, biografia e sociedade e por último, suas atividades/práticas, para podermos conhecer melhor Blumenau e região após várias leituras apreendendo todos os atores do contexto a partir do espaço, do homem e da ação do homem neste espaço.

Neste 17°, vamos abordar uma organização que possui um certo mistério sobre si e existe há muito tempo na Europa – desde o século XV  e na Colônia Blumenau, desde a segunda metade do século XIX – que é a Maçonaria.

Quando escrevíamos o livro sobre a Ferrovia EFSC, fomos até o Arquivo Histórico da cidade para encontrar imagens do fundador da Colônia Blumenau que não fossem muito conhecidas. Mostraram-nos exatamente esta imagem da capa do presente artigo, explicando-nos que esta nunca havia sido publicada e que em um determinado período histórico – centenário de Blumenau, havia sido proibida por uma parte da sociedade blumenauense, o que nos fez decidir imediatamente a publicar esta imagem, por ser parte da História de Blumenau que não estava sendo “mostrada”.

Foi publicada como, a segunda imagem do livro A Ferrovia no Vale do Itajaí – Estrada de Ferro Santa Catarina, publicado em 2010, pela EDIFURB de um total de 213 imagens.

Parte da página número 21 do livro A Ferrovia no Vale do Itajaí – Estrada de Ferro Santa Catarina, com a fotografia da plaqueta de bronze que mostra uma homenagem póstuma a Hermann Blumenau, fundador da Loja Maçônica Zur Friedenspalme de Blumenau, século XIX

Um pouco sobre esta História…

Em 24 de junho de 1870, Hermann Bruno Otto Blumenau  – juntamente com outros nomes da Colônia Blumenau (não é possível e permitido somente uma pessoa fundar uma loja maçônica) fundaram a Loja Maçônica Zur Friendenspalme À Palmeira da Paz – na Colônia Blumenau, mas o calendário alemão maçônico registrou a data de sua fundação somente em 24 de junho de 1885. Interessante registar que na ata oficial da fundação da loja de Blumenau, em 1885, não consta o nome de Hermann Blumenau (informações recebida de uma pessoa que conhece, e está na Alemanha e que possui cópia da ata que documentou este momento histórico – aguardamos a cópia desta ata – que existe e se for possível, publicaremos). Há uma explicação para esta variação de datas a ata.

Kurt Prober, em seu artigo publicado na revista Blumenau em Cadernos de 1961 – Tomo 4 – N°2 – menciona esta questão e também lamenta que durante as comemorações do Centenário de Blumenau, em 1950, nada foi comentado sobre este fato histórico de Blumenau e de que este não fez parte do conteúdo do Livro – Centenário de Blumenau (1850-2 de setembro de 1950). Talvez isso se deva às mesmas decisões sociais que influenciaram o não uso da placa de bronze na data de homenagem à memória de Hermann Blumenau.

“Sobre as atividades da loja, muito pouco se conhece, pois, daquele tempo, os trabalhos eram sigilosos, embora isso não fosse usual no Brasil, pois a maçonaria nada tem que esconder, e que hoje é até tido como uma falha e um entrave na difusão do pensamento maçônico.” Kurt Prober

De acordo com SILVA, a história iniciou quando em 1864, em uma de suas viagens para a Alemanha, Hermann Blumenau entrou na loja de Hamburg, Absalom zu den drei Nesseln, número um de Hamburg e a mais antiga loja da maçonaria moderna da Alemanha. Nesta loja, Blumenau se inscreveu na maçonaria e alcançou os graus de Companheiro e Mestre Maçom. Esta, como já  foi mencionado, é a mais antiga loja da Alemanha – fundada em 06 de dezembro de 1737.

Quando Hermann Blumenau retornou para a Colônia Blumenau em 1869,  5 anos após sua partida, juntamente com outros nomes da colônia, aparentemente fundou a Loja Maçônica Zur Friedenspalme, em 24 de junho de 1870, embora não registrada no calendário alemão macônico. A loja maçônica da Colônia Blumenau obrava no Rito Schroeder, conforme rituais trazidos por Blumenau, da Alemanha.

Apesar de congregar grandes nomes da história da Colônia Blumenau, como Wilhelm Scheeffer, Otto Stutzer, Louis Altenburg Sênior, Gustav Salinger (fundador e primeiro presidente da Associação Comercial do Vale do Itajaí, atual ACIB) e Peter Christian Feddersen – por muito tempo, a Loja Maçônica Zur Friedenspalme  operou irregularmente, pois era disputada diplomaticamente entre o Grande Oriente do Brasil e a Grossem Loge von Hamburg. Isso explica as diferentes datas para: a  de existência e a de registro formal. Foi somente em 10 de novembro de 1885, após o retorno definitivo de Hermann Blumenau para a Alemanha, que a Loja Maçônica Zur Friedenspalme foi, de fato instalada, sob os auspícios da Grande Loja de Hamburg, a qual apresentou uma Carta Magna de Reconhecimento em 24 de junho de 1885.

O vídeo a seguir, do “Templo da Humanidade” – mostra as comemorações dos 275 anos da Maçonaria em Hamburg – imagens atuais desta loja de Hamburg. É interessante que fazem sua ligação com o espírito Hanseático. Comentam que a loja de Hamburg “Absalom zu den Drei Nesseln” deseja minimizar os preconceitos e argumentos contrários mostrando que, entre outras coisas, defendem a fraternidade e a tolerância. Ole von Beust diz: “O espírito da Maçonaria está alinhado com o espírito hanseático…”

Hermann Bruno Otto Blumenau

Curiosamente o Site “Memória Digital” – Secretaria de Cultura e Relações Institucionais da Prefeitura Municipal de Blumenau apresenta outra versão para a iniciação de Hermann Blumenau na maçonaria, a qual destoa um pouco de outros fatos históricas que envolvem a loja de Blumenau. De acordo com o resumo apresentado, quando Hermann Blumenau estava em Erlangen, na Baviera, em 1845, ele passou pelo ritual de iniciação na Loja Maçônica Vereinigte Freimaurerloge, tornando-se membro ativo da Irmandade. Após sua iniciação, transferiu-se para Hamburg, onde, na Loja “Absalon zu drei Nesseis”, foi elevado ao Grau de Mestre Maçom. Após a fundação da Colônia Blumenau, em 1850, por volta de 1870, Hermann Blumenau, juntamente com outros maçons pioneiros da Colônia Blumenau, efetuaram a fundação da “Zur Friedenspalme”. Deixamos aqui, também esta versão, que poderá ser útil à pesquisa de outros investigadores sobre este assunto. Não há comprovação documental e nós somos da opinião que, observando os fatos em conjunto, não confere.

Há vários relatos de contemporâneos de Hermann Blumenau, na Colônia Blumenau, alegando que a data correta de fundação da loja maçônica na Colônia de Blumenau é, de fato, o dia 24 de junho de 1870 – sempre lembrando que atuava de maneira irregular – até 1885.

Também a publicação do artigo da revista Blumenau em Cadernos T1 – N°4 – Ano 1958, esclarece que existia um convite formal para a fundação de uma Liga Maçônica em Blumenau, em 24 de fevereiro de 1883.

O nome correto é Otto Stutzer
Otto – Stutzer Ex- Prefeito de Blumenau

Foi encontrado um recebido no meio dos papéis do maçom – Otto Stutzer – nome citado na publicação da Revista Blumenau em Cadernos – imagem anterior – referente a gastos de construções, com a data de 31 de dezembro de 1883. Fato que confirma a existência da loja maçônica da Colônia Blumenau e esta já se encontrava em atividades nesta data.
Kurt Prober afirma com certeza, que em 1883, momento da instalação do município (que é antes da data oficial – 1885), a Loja Maçônica Zur Friendenspalme contava com a seguinte Diretoria:

Mestre – Hermann Bruno Otto Blumenau;
1° Vigilante – Wilhelm Scheefer;
2° Vigilante – Friedrich von Ockel;
Secretário – F. Bocklmann;
Irmãos – Louis Altenburg Sênior, Gustav Salinger e Peter Christian Feddersen.

Após a partida de Hermann Bruno Otto Blumenau para a Alemanha, que seguiu atrás da família que já se encontrava lá desde 1882, aconteceu uma nova eleição da Diretoria da Zur Friendenspalme, em 1886.

Nova Direção após a partida de Hermann Blumenau

Mestre – Wilhelm Scheeder;
1° Vigilante – Friedrich von Ockel;
2° Vigilante – Louis Altenburg Sênior;
Secretário – Gustav Salinger;
Tesoureiro – Abrahan Mellola;
Irmãos – F. Dockkelmann – Franz Lungershausen e Levy Blumberg.

Curiosamente em 1886 foram realizadas as segundas eleições para Vereadores à Câmara Municipal de Blumenau e foram eleitos os seguintes nomes: Heinrich Clasen (Altona, vizinho do Comercial Salinger), Wilhelm Scheefer, Franz Lungershausen, Leopoldo Hoelsch, Louis Altenburg Sênior, Jacob Zimmermann e Gomes. Três nomes pertenciam a nova Diretoria da Zur Friendenspalme.
Uma curiosidade – Friedrich Zimmermann possuía o único exemplar do distintivo da loja, cunhado na Alemanha e também uma das poucas conhecidas plaquetas que os irmãos da Zur Friendenspalme, por ocasião do falecimento Hermann Blumenau, em 31 de outubro de 1899, mandaram fundir em bronze.
Até bem pouco tempo, tínhamos uma versão para a existência desta plaqueta e que a mesma foi guardada sem ser usada.

Datas de nascimento e de falecimento de Hermann Bruno Otto Blumenau. Mais informações – parte inferior da plaqueta: “Irmão Blumenau – Pioneiro alemão na Colônia Sulbrasileira – Cultura no exterior”

Em 2007, durante a pesquisa que  desenvolvíamos, fomos informados erroneamente sobre a existência e uso da plaqueta de bronze e publicamos esta informação no livro que escrevíamos: A Ferrovia no Vale do Itajaí – Estrada de Ferro Santa Catarina. Simultaneamente a esta questão, há a publicação acompanhada de uma imagem de uma destas plaquetas, avariada, semelhante com esta mesma discrição que colocamos no livro, na Revista Blumenau em Cadernos (imagem no final). Texto da revista Blumenau em Cadernos – referenciando a plaqueta:

“Dr. Blumenau (plaqueta de Max von Kawaczynski, 1899). Placa (distintivo) que seria adotada como símbolo do Centenário de Blumenau (comenda medalha comemorativa). Porém, a parte inferior deste distintivo foi retirada por decisão da comissão organizadora, que não concordou com a citação da maçonaria.”

Distintivo da loja blumenauense cunhado na Alemanha, na lapela do Doutros Blumenau

Observando a data da plaqueta, lado  direito – 1899, é perceptível que esta é diferente da data do centenário de nascimento de Hermann Blumenau – 1919, ou até mesmo, do centenário de fundação da cidade de Blumenau – 1950.
Prober menciona que a plaqueta de bronze foi gravada e fundida na Alemanha, pelos irmãos da Zur Friendenspalme e , comemorativa, foi feita pela passagem da data de morte de Hermann Blumenau, fundador da loja maçônica de Blumenau. Isto faz sentido e as datas são coerentes. Ainda observando a plaqueta de bronze, vê-se na lapela da figura de Hermann Blumenau, o distintivo da loja blumenauense, este também foi cunhado na Alemanha.
A autoria da plaqueta é  de Max von Kawaczynski – um artista renomado de Berlin – e esta possui a seguinte inscrição: “Herm. Bruno Otto Blumenau Dr. Phil. 25-12-1819 – 31 Okt. 1899, datas do nascimento e morte do fundador de Blumenau.”
Quanto a Loja Maçônica Zur Friendenspalme, muito pouco foi exposto sobre suas atividades. Os trabalhos internos eram feitos discretamente, embora isto não fosse usual no Brasil.
A primeira loja maçônica de Blumenau e do Vale do Itajaí estava instalada em uma casa simples, com uma tipologia residencial e até 1961, ainda estava na paisagem. Estava localizada na Rua Itajaí, Bairro Vorstadt, sob o número 516.

No lado esquerdo, do circulo de corrente central tem  um distintivo  semelhante aquele da lapela de Hermann Blumenau

Na época, século XIX, a contribuição mensal era de $800 e oficiava-se de acordo com o ritual de Schroeder. A Loja Maçônica Zur Friendenspalme, a partir de 1885, tornou-se filiada à Grande Loja de Hamburg, que também fornecia os certificados necessários para Blumenau. No Brasil existia a Grande Oriente do Brasil, neste mesmo período.

Alguns irmãos da loja maçônica de Blumenau

Otto Stutzer
Otto Stutzer

Stutzer nasceu em 13 de fevereiro de 1836, na cidade de Scesen, no Harz. Seu pai era Pastor evangélico, e chegou no Brasil no dia 10 de agosto de 1856. Trabalhou alguns anos na Serraria de Hermann Blumenau e em 1870, exercia as funções de juiz de paz da Colônia Blumenau. De 1875 a 1881 trabalhou na construção da estrada para Curitibanos e em 1882, foi eleito vereador. Foi superintendente municipal de 1895 a 1898. Faleceu em 28 de fevereiro de 1927, com 91 anos.

Friedrich Zimmermann

Possuía o único exemplar dos distintivos da loja de Blumenau cunhado na Alemanha, e também uma das poucas plaquetas feitas por ocasião do falecimento de Hermann Blumenau, em 1899 – primeiro Mestre maçônico da Colônia Blumenau.

Com as movimentações políticas no Brasil e na região, pós Proclamação da República, em 1889, após a grande enchente de 1880 e o falecimento de Hermann Blumenau (dezembro de 1899) a Loja Maçônica Zur Friedenspalme, primeira loja maçônica do Vale do Itajaí, enfraqueceu. Talvez porque permitiu a infiltração de assuntos puramente políticos em suas reuniões.

Gustavo Salinger

Gustav Salinger nasceu em 23 de janeiro de 1849, em Uckermark, parte do território da nação alemã criada em 1871. Seus pais foram Nathan Salinger e Ida Salinger. Salinger. Salinger chegou ao Brasil em 1876 com 27 anos, fixando-se em Brusque. Um tempo depois, mudou-se para a cidade de Itajaí, para trabalhar no Comércio de Wilhelm Assenburg. Lecionou matemática para os filhos de Assenburg. Em 1881 se mudou para Blumenau para gerenciar a filial da Asseburg & Cia, localizada no Stadtplatz da Colônia Blumenau. Gustav Salinger comprou a filial de Wilhelm Assenburg.  A partir desta firma do Stadplatz da Colônia Blumenau, fundou inúmeras filiais no grande território da Colônia Blumenau, com o então sócio e também maçon, Peter Christian Feddersen. Em 1881, Salinger se naturalizou brasileiro. Em 5 de janeiro de 1884 foi eleito 1º Suplente na subdelegacia e em 18 de novembro de 1885, suplente de Juiz Municipal. Em 1888 foi eleito titular e suplente de Juiz de Órfãos entre os anos de 1885 e 1887. Presidiu a Câmara Municipal de Blumenau entre 1889 e 1890, que era a mesma função do atual prefeito. Em 1887 fez parte da Sociedade da Imigração e ocupou o cargo de Cônsul Honorário da Alemanha em Blumenau, por 25 anos.

Peter Christian Feddersen

Peter Christian Feddersen nasceu no dia 05 de outubro de 1857, na cidade de Tondern – Schleswig-Holstein – Atual Dinamarca. Na metade do Século XIX, esta região estava sob domínio dos alemães, que ainda não estava organizados como país – o que de fato somente ocorreu em 1871. Feddersen chegou ao Brasil, com aproximadamente 19 anos, desembarcou em Santos/SP e seguiu para Blumenau/SC, onde chegou em 22 de setembro de 1879, onde fixou residência. Em 1880, após a grande enchente, mudou-se de Blumenau, retornando em 1885, quando foi trabalhar com o maçon Gustavo Salinger, que já era proprietário da Companhia Salinger Indústria e Comércio. Logo tornou-se gerente da firma e depois, tornou-se sócio e depois com a morte de Salinger, passou a ser Diretor Geral. A Cia Salinger era responsável pela fabricação de charutos, marcenaria, latoaria, exportação de manteiga, beneficiamento de arroz, oficina mecânica, atafona, e posteriormente serraria e fundição. Administrando a empresa, instalou 16 filiais na Colônia Blumenau e foi um dos idealizadores da construção da Estrada de Ferro Santa Catarina. Fundou casas creditárias, iniciando um sistema bancário em Santa Catarina. Em 16 de abril de 1895, tomou posse pela primeira vez como Conselheiro de Blumenau (atual cargo de Vereador), sendo três vezes Presidente do Conselho, além de ser um dos chefes do Partido Republicano na Colônia Blumenau. Pelo Partido Republicano Catarinense (PRC), elegeu-se Deputado Estadual seis vezes e participou das seguintes Legislaturas, 4ª Legislatura (1898-1900), eleito com 6.555 votos, o mais bem votado na eleição; 5ª Legislatura (1901-1903); 9ª Legislatura (1913-1915); 12ª Legislatura (1922-1924); 13ª Legislatura (1925-1927); e 14ª Legislatura (1928-1930). Participou da construção privada da Usina Hidrelétrica do Salto Weissbach, em Blumenau, em 1915, no curso do Rio Itajaí-Açú, com os sócios: Gustavo Salinger, Paulo Zimmermann e Carl Jensen, da empresa Eletricidade Salto, fundada em 1909. Integrou a equipe que viabilizou a construção da primeira hidrelétrica de Santa Catarina, conhecida como Empresa de Força e Luz Santa Catarina S.A. Recebeu o título de “Coronel”, pelo município de Blumenau, por sua dedicação econômica, política e pública.

As lideranças maçônicas da Colônia Blumenau não tinha um bom relacionamento com a igreja católica de do Padre José Maria Jacobs. Ele relatou ações da maçonaria contrária à igreja em um reunião de uma sociedade católica regional. O assuntro foi publicado na Revista Blumenau em Cadernos de 1968.

Loja Maçônica Zur Friedenspalme manteve suas atividades até meados de 1900, quando encerrou. Permaneceu nos Calendários Maçons alemães até 1901. Muito de sua documentação acabou se perdendo ao longo dos anos. De acordo com SILVA, também em 1933, o Partido Nazista alemão confiscou boa parte da documentação maçônica, comprometendo o acervo histórico da Ordem, na Alemanha e também da loja blumenauense do século XIX.

“Apesar do encerramento de suas atividades, o legado da Loja “Zur Friedenspalme” pode ser sentido no século XX adentro, mediante a atuação dos membros formados em suas fileiras, nos diversos segmentos da sociedade blumenauense, liderando projetos e iniciativas que fizeram do Vale do Itajaí uma das regiões mais prósperas do país.” SILVA

Breve Biografia – Kurt Prober

Kurt Prober nasceu em 12 de março de 1909 em Berlim e faleceu no Rio de Janeiro no dia 23 de março de 2008. Seus pais foram Max Prober e Anna Virchow Prober. Chegou ao Brasil por volta do ano de 1920, fixando residência no Rio de Janeiro. Naturalizou-se brasileiro no dia 19 de outubro de 1936. Escreveu sobre vários estudos importantes da numismática brasileira.

Entre esses está o Catálogo das Moedas Brasileiras, Rio: Livraria Kosmos Editora, 1981 – terceira edição da obra que influenciou outros estudos sobre numismática brasileira. Associado a várias agremiações de numismática brasileiras e estrangeiras entre essas: membro vitalício, número 95, da American Numismatic Association; fundador e Presidente da Associação Brasileira de Numismática (Rio de Janeiro); e autor de livros sobre numismática brasileira e estrangeira. Foi colecionador, estudioso, editor e comerciante. Autor de estudos clássicos sobre moedas, medalhas e legislação monetária, tendo seus estudos citados por novos pesquisadores.

Divulgou a história de alguns artistas e gravadores ligados à numismática, bem como, registros de coleções e colecionadores de moedas. Desenvolveu estudos sobre medalhas e moedas fiduciárias. Foi comerciante numismático responsável. Comprou e vendeu algumas das importantes coleções numismáticas formadas durante um certo período de tempo no Brasil.

Foi radioamador, jornalista profissional, desde 1946, e participava ativamente da Maçonaria – Daí este texto publicado em Blumenau em Cadernos de 1962 sobre a loja maçônica de Blumenau. Como maçom teve vários livros de seus estudos publicados e publicações suas no jornal maçom – editado por ele, no qual publicou, ainda em 2006 – A BIGORNA (publicação iniciada em 1983, que totalizou um conjunto de mais de 1500 páginas, distribuída aos estudiosos e as autoridades maçônicas) – e, no arquivo e na biblioteca maçônica, obtido com determinação e paciência.

Foto de 1989 – Do livro de sua autoria Ouro em Pó e em Barras Meio Circulante no Brasil 1754-1833 2 vols., Rio 1990.

A seguir, citação de Prober sobre sua participação na Maçonaria publicada no livro de sua autoria História do Supremo Conselho do Grau 33.: do Brasil Vol. I / 1832 a 1927, Rio: Livraria Kosmos Editora, 1981. Na página 405: “Para quem ainda não conhece o Ir.: Kurt Prober, vão aqui alguns dados: Iniciado Gr.1 em 1951(…) Gr.33 em 1975(…)Recebeu 34 medalhas Honoríficas de LLoj. MMaç.:(…) Publicou até aqui (1981) 8 livros sobre Maçonaria.
Esse total aumentou, depois, para mais de 30 livros. Desse mesmo livro, na página 17:

“ Pelo simples fato de ser maçom “militante” e “consciente”, e ter a ousadia de dizer a verdade, seja em que circunstâncias for, e, como historiador, não ter peias em acabar com antigas lendas, inverídicas, e sobre as quais se tornou tabu sequer “pensar”, quanto mais escrever, criei a fama de autor ríspido e zangado, mas o que não é verdade, como poderão confirmar os que me conhecem pessoalmente no contato diário”.

Perguntas sem respostas

Pesquisa

Existe um livro de autoria do advogado e professor Fernando Henrique Becker Silva: Zur Friedenspalme:a primeira loja Maçônica do Vale do Itajaí, idealizado para lembrar os 120 anos de fundação oficial da Loja Maçônica ‘Zur Friedenspalme, formalmente fundada em 10 de novembro de 1885  e desativada desde o ano de 1900 na cidade de Blumenau.  O livro apresenta fatos que discorre sobre questões históricas ocorridas antes da fundação da Colônia Blumenau até as primeiras décadas do século XX. Apresenta temas da história da cidade de Blumenau e do Vale do Itajaí, como os maçons e a maçonaria blumenauense no século XIX, e a influência da ordem no desenvolvimento social, cultural e econômico da região.

A história da Maçonaria de Blumenau presente na Filatelia do Brasil

Um registro para a História!

Referências

Eu sou Angelina Wittmann, Arquiteta e Mestre em Urbanismo, História e Arquitetura da Cidade.
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