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“Se não formos atendidos, mais paralisações devem ocorrer”, diz sindicato de transporte coletivo de Blumenau

As paralisações do transporte coletivo que ocorreram na manhã desta quinta-feira, 31, em Blumenau, podem não ser as únicas nos próximos dias. Conforme explicou o dirigente sindical do Sindicato dos Trabalhadores do Transporte Coletivo de Blumenau (Sindetranscol), Ricardo Freitas, mais ações deverão ocorrer enquanto os representantes patronais das empresas Piracicabana/Blumob não realizarem reunião.

O representante não compareceu já à reunião marcada para esta quarta-feira, 30, com o Seterb e também desmarcou um encontro que estava previsto para esta quinta. Por esse motivo, os ônibus só começaram a circular a partir das 6h desta quinta.

Conforme explicou Freitas, eles encaminharam um e-mail afirmando que o representante deverá se reunir somente na próxima quarta-feira, 6. “O Sindicato não vai esperar quieto. Estamos à disposição para reunião todos os dias, mas devemos nos movimentar enquanto não formos atendidos”, afirma.

Segundo Freitas, a reunião trataria de assuntos como a mudança da data-base, da nomenclatura de cobrador para agente de bordo e também sobre as condições de trabalho em terminais.

Conforme afirma o sindicato, a data-base é 1º de novembro e por este motivo a Convenção Coletiva de trabalho deveria estar assinada até nesta quinta.

Blumob se manifesta

A empresa responsável pelo transporte coletivo de Blumenau, a BluMob, manifestou-se sobre a paralisação dos trabalhadores ocorrida nas primeiras horas da manhã desta quinta-feira, 31. Segundo os representantes patronais, houve desrespeito à lei que regulamenta o direito de greve.

Na nota, a BluMob garante estar com as reuniões da negociação salarial em dia, diferente do que afirma o sindicato dos trabalhadores. O Sindetranscol fará uma coletiva de imprensa no fim desta manhã para falar sobre o assunto. De acordo com a empresa, para atender aos pedidos dos colaboradores seria necessário aumentar a tarifa em R$ 0,22.

Confira a nota na íntegra:

Nesta quinta-feira, 31 de outubro, sem qualquer comunicação prévia, desrespeitando milhares de usuários e a legislação, o Sindicato dos Trabalhadores do Transporte Coletivo promoveu greve, paralisando integralmente o sistema de transporte coletivo de Blumenau desde as 3h. Toda a estrutura pronta para prestação dos serviços foi bloqueada nos terminais e garagem.

A convenção coletiva da categoria encontra-se plenamente respeitada e ainda em vigor. Reuniões foram realizadas nos últimos dias e a negociação salarial encontra-se em andamento, inclusive com propostas em mesa e tentativa de novas rodadas na próxima semana, sem qualquer necessidade de promover prejuízos à sociedade como ocorreu.

O sindicato reivindica aumento real de 5%, além da reposição pela inflação, o que resultaria em quase 8% de reajuste salarial. Além disto, aumento de 10% no vale alimentação mensal (R$ 880,00), alteração da data base e mudança na nomenclatura dos cobradores. Solicita ainda revisão de dezenas de cláusulas da convenção coletiva. 

Cientes de que todo o custeio da tarifa recai sobre o passageiro pagante e que só o reajuste salarial proposto impactaria a tarifa em aproximados 22 centavos, sem contar ainda demais pontos solicitados, evidente a necessidade de discussão do tema com responsabilidade e razoabilidade.  

Nos últimos anos foram concedidos aumentos corrigidos pela inflação, além de avanços em benefícios. Os salários também tiveram reajuste real de 1% anualmente, conforme consta da convenção coletiva, ou seja, sempre com aumento real e em condições mais privilegiadas que a grande parte das categorias.

A proposta da empresa foi de renovar todos os termos da convenção coletiva, reajustando salários e benefícios pela inflação de 12 meses, aguardando índice do INPC de outubro, como é praxe. Proposta alternativa para avanço em outros pontos foi colocada em mesa e em ata, permitindo assim que pontos sejam negociados entre as partes. 

A empresa confia na via negocial, disposta a continuar discutindo os temas, sem prejuízos à cidade e aos funcionários. As medidas judiciais serão tomadas considerando a ilegalidade da greve. 

Colaborou Bianca Bertoli