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“Brasil virou laboratório de experiências malsucedidas e lockdowns que não servem para nada”

Completou-se um ano desde o surgimento do primeiro caso de coronavirus no Brasil e, desde então, o país não conseguiu criar nenhuma estratégia para tentar diminuir a velocidade do contágio do vírus na população brasileira.

O que temos visto é o presidente da República brigando com governadores e com jornalistas, cada governador adotando uma estratégia, os prefeitos fazendo de conta que combatem a pandemia com decretos que fecham os estabelecimentos de meia-noite até às 6h e a população continua fazendo festa como se nada estivesse acontecendo.

Enquanto Israel já vacinou todas as pessoas do país com mais de 18 anos, enquanto o Reino Unido chegou a 55% da população vacinada, enquanto os Estados Unidos já vacinou 85% dos idosos das casas de repouso, o Brasil sequer chegou a vacinar 5% da sua população.

Nós viramos um laboratório de experimentos desastrosos, atirando para tudo quanto é lado e não conseguindo acertar um vírus que mata e a cada dia que passa lota as nossas enfermarias com casos cada vez mais graves.

As políticas públicas são um desastre e esses lockdows disfarçados servem apenas para ocupar os policiais nos fins de semana, que são obrigados a ficar atrás de festas clandestinas que, na maioria das vezes, não recebem nenhuma punição exemplar.

Segundo o médico Luis Fernando Correia, coordenador de Relações Institucionais do Hospital Samaritano, no Rio de Janeiro, a primeira coisa a ser feita, lá em março de 2020, era a testagem em massa e o isolamento total dos contaminados e das pessoas com quem ele teve contato.

Um país que tem capacidade científica, capacidade técnica e tem o maior programa de vacinação do mundo não consegue sequer comprar um número suficiente de vacinas porque preferiu dar mais valor para a disputa política do que para a vida das pessoas.

Esse caos de hoje nos hospitais é, sem dúvidas, decorrente da falta de controle das autoridades na época do Carnaval, no qual vimos festas em tudo quanto é canto de Santa Catarina e do Brasil.

Segundo o doutor Luis Fernando, sabe-se que o vírus tem o seu ciclo e um lockdown, para ser minimamente eficiente, tem que durar, pelo menos, três semanas, caso contrário ele não tem eficácia nenhuma.

Para o médico, entre uma pessoa se infectar e ela precisar de um hospital, pode levar quase um mês. Se alguém se infectar hoje, ela geralmente ficará assintomática por aproximadamente sete dias e essas pessoas vão ter as maiores complicações da doença lá pelo 17º dia.

Nos casos mais graves, as pessoas acabam precisando de um CTI no 27º dia após o primeiro sintoma, o que configurou todo o aumento de caso no momento atual, gerado principalmente no período do Carnaval onde os governos não fizeram quase nada para proibir as aglomerações daquela época.

Com isso, sabemos então que a contaminação de hoje vai aumentar o número de casos daqui a dez dias, aumentando a demanda hospitalar daqui a vinte dias e vai aumentar a demanda por CTIs daqui a um mês.

Isso é ciência e não tem como fugir, pois a biologia não está nem aí para o que a gente pensa, o vírus não está nem aí para o que a gente acha e esse ciclo vai continuar se ninguém fizer nada para mudar.

O aumento do número de morte vai ser proporcional ao número de casos, é matemático, e se essas pessoas ainda tiverem que enfrentar o colapso na saúde, o número de mortos vai aumentar ainda mais.

Falando especificamente sobre a vacinação no Brasil, o doutor Luis Fernando Correia enfatiza que o país distribuiu poucas vacinas e que precisaria já ter chegado, nesse momento, a 100 milhões de doses distribuídas, mas até agora só conseguimos chegar ao número de pouco mais de 6 milhões de pessoas vacinadas.

O presidente Joe Biden (EUA), quando assumiu o governo, prometeu vacinar nos 100 primeiros dias do seu mandato 100 milhões de americanos. No 39º dia como presidente ele já tinha vacinado 48 milhões de pessoas no seu país, e muito provavelmente chegará na meta muito antes dos 100 dias a frente dos Estados Unidos.

Epidemiologicamente falando, o Brasil não poderia distribuir as vacinas de forma per capita, de acordo com o tamanho do estado, mas sim de acordo com a situação de cada estado, onde se mandaria mais vacinas para os estados com mais contaminados. Nós temos cinco vezes mais mortes do que deveríamos ter, pois o Brasil representa 2,7% de toda a população mundial e temos 9,7% de mortes por coronavirus do mundo todo.

Então meus amigos, usem máscara, não aglomerem, se protejam e quando puderem, tomem a vacina, seja ela qual for, pois só a vacina acabará com essa pandemia, pois se dependermos das pessoas que estão planejando as ações contra a Covid-19, teremos a pandemia por muito tempo ainda.


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