O ciclone veio para encerrar o primeiro semestre de um ano que vai entrar para a história sob todos os aspectos. E o governador Moisés parece trazer para esse segundo semestre a mesma aura pesada que carregou nos seis primeiros meses do ano, pois já no primeiro dia de julho detectou Covid-19, justamente num momento em que a sua presença é essencial para as cidades atingidas.

Mas nem tudo são espinhos, pois o presidente da Assembléia Legislativa, deputado Júlio Garcia (PSD), liberou R$ 30 milhões para que o governo do estado use nas áreas atingidas pelo ciclone que passou pelo estado.

Sem perder tempo, o deputado estadual Ricardo Alba (PSL) enviou no mesmo dia ofício para o governador Carlos Moisés solicitando que R$ 10 milhões dos trinta milhões recebidos sejam reservados para o Vale do Itajaí, com justificativa de que várias cidades da região foram atingidas pelos fortes ventos e que muitos estragos, como queda de árvores, destelhamentos de casas e empresas e obstrução de vias, terão que ser reparados.

Mas muito provavelmente a maior parte desse dinheiro deva ir para as regiões oeste e grande Florianópolis, onde muitas cidades foram devastadas pelo forte vendaval que ocorreu na terça-feira, 30.

O fato mais importante de quarta-feira, 01, foi à aprovação, na Câmara dos Deputados, da transferência da data das eleições municipais deste ano para os dias 15 e 29 de novembro, como já havíamos noticiado em junho aqui na coluna.

A PEC deve ser ratificada no senado, às 10h de quinta-feira, 2, e aí tudo passa para as mãos do Superior Tribunal Eleitoral organizar o pleito nas 5.570 cidades do Brasil. Esse fato também alterou a data da confirmação da escolha dos candidatos a prefeito e vice por parte dos partidos.

Antes, a data limite para a realização das convenções era o início de agosto e acabou passando para o dia 16 de setembro, dando aí mais um mês para que as legendas façam as discussões necessárias para a composição de suas candidaturas majoritárias.

Quem gostou disso foram os pré-candidatos João Paulo Kleinubing (DEM) e Mário Hildebrandt (Podemos), pois ambos terão mais tempo para brigar por Ronaldinho Baungarten (PSD) para ver quem leva esse vice para a sua chapa.

Ricardo Alba (PSL) também deve ter comemorado a prorrogação, pois poderá, como diz o jornalista Carlos Tonet, dar mais uma ensebada na sua candidatura a prefeito de Blumenau.

O único que deve continuar ácido, independente da data das eleições, é o deputado estadual e pré-candidato do PL a prefeitura da cidade, Ivan Naatz, que já definiu sua estratégia e seus alvos até o dia 15 de novembro.

Carlos Moisés continua no radar e deve acentuar suas críticas em cima de Ricardo Alba e Mário Hildebrandt, que hoje são seus maiores adversários na política local.

Agora em Blumenau, com pandemia, a passagem do ciclone e adiamento das eleições, a política entra novamente em estado de estagnação, pois político algum quer falar desse assunto até a chegada da primavera para não se queimar e dar munição para o inimigo, pois em política tudo vira pretexto para ataques e críticas.


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