Muitas conversas vinham acontecendo nos bastidores sobre a composição da mesa diretora da Câmara de Vereadores de Blumenau. Primeiro foi a reunião de quarta-feira, 16, entre o prefeito Mário Hildebrandt (Podemos) com os vereadores da base aliada, mais a vereadora Silmara Miguel (PSD), que foi convidada para participar.

Depois tinha-se um entendimento entre os vereadores de oposição para que o vereador Gilson de Souza fosse o nome escolhido. Tendo inclusive o apoio do executivo municipal. As coisas foram mudando no decorrer da semana e numa das reuniões entre os vereadores oposicionistas, o Professor Gilson acabou saindo da disputa. Ele só aceitaria ocupar um cargo na mesa se fosse o de presidente.

Como tinha escrito anteriormente na minha coluna de quinta-feira, alguns vereadores trocaram de lado e a ala chamada de oposição teve o acréscimo dos vereadores Egídio Beckauser (Republicanos) e Silmara Silva Miguel (PSD).

E na manhã deste sábado, 19, os vereadores Almir Vieira (PP), Bruno Cunha (Cidadania), Ito de Souza (PL), Adriano Pereira (PT), Alemão da Alumetal (PSL), Emmanuel Tuca dos Santos (Novo), Egidio Beckauser (Republicanos) e Silmara Silva Miguel (PSD) se reuniram na empresa Alumetal e definiram os componentes da nova mesa diretora do legislativo blumenauense.

Para os anos de 2021 e 2022 comporão a mesa Egidio Beckeuser (Presidente), Silmara Silva Miguel (vice-presidente), Almir Vieira (1º secretário) e Ito de Souza (2º secretário). Em 2022, haverá um remanejamento de cadeiras e Silmara Silva Miguel ocupará o cargo de presidente da Câmara de Blumenau.

Essa decisão partiu dos próprios vereadores e pode isolar Gilson de Souza em um mandato solo, votando as matérias de acordo com seu próprio entendimento e se transformando em um fiel da balança em decisões importantes.

A composição não é de todo ruim para o prefeito Mário Hildebrandt, pois terá Egidio e Silmara na presidência nos próximos dois anos. O que facilita muito a negociação entre a Prefeitura Municipal e a Câmara de Vereadores, já que Beckauser era secretário de Mário até o início das eleições municipais. Além disso, o PSD vem se aproximando do executivo nos últimos dias.

Mas toda essa engenharia política não deixa de ser uma surpresa. Pois não era esperado que dois novatos fossem assumir a principal cadeira do legislativo da cidade já nos dois primeiros anos de mandato. O que dá indícios que, mesmo num grupo de maioria oposicionista, há vereadores da base do governo que não querem ficar sendo comandados pelo prefeito municipal.

Ficou claro também a força do PSD através de Silmara, que levou vantagem sobre os dois outros vereadores ligados ao grupo evangélico, Jovino Cardoso Neto (Solidariedade) e Marcos da Rosa (DEM), e já mostra que ela não virá apenas para ser figurante.

Mas essa trama mostrou também a força que Bruno Cunha terá dentro casa legislativa, pois ele foi o principal articulador desse grupo e conseguiu, de certo modo, minar as estratégias da equipe do prefeito que esperava poder definir, entre os vereadores da base, quem seria o próximo presidente, o que acabou não acontecendo.