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VÍDEO – “Corremos o risco de fechar as portas”, desabafa diretor do Hospital Oase

Na manhã desta sexta-feira, 5, o diretor administrativo do Hospital e Maternidade Oase esteve na Câmara de Vereadores de Timbó para fazer um apelo para os legisladores. A unidade, que é referência exclusiva de atendimento a pacientes com Covid-19 no Vale do Itajaí, está com os leitos de UTI lotados desde o fim de fevereiro.

Durante o relato, Richard Choseki passou um vídeo para os vereadores verem com seus próprios olhos a situação dentro do hospital. Porém, pediu que as imagens não fossem repassadas ao público e deletadas logo em seguida por serem muito pesadas.

“O problema não é a falta de leitos de UTI ou de medicamentos, são as nossas ações. Estou aqui fazendo um apelo para os senhores. Não temos mais condições de expandir porque não existe mão de obra suficiente no mercado. Não adianta fazer o corretivo sem prevenção”,  explicou.

Choseki se posicionou contra o lockdown. Para ele, parte do dinheiro voltado para o hospital deveria ser destinado para que a Polícia Civil, a Vigilância Epidemiológica e a Defesa Civil pudessem focar na fiscalização.

“Nosso problema hoje não é dinheiro. É a prevenção. Estamos matando nossos amigos. Quando vamos parar pra entender isso? Não é restrição de comércio, é como vamos andar na rua. Como manter o pessoal vivo sem tanto perigo”, explicou.

Durante a reunião de emergência, o diretor afirmou que funcionários de Taió, São João Batista e Itapema já foram acionados para atuar no hospital timboense. A medida foi necessária para que os trabalhadores do dia a dia pudessem tirar uma folga.

“Eles estão no limite. Os números apontam que ainda não estamos no primeiro 1/3 da curva ascendente do que ainda vamos viver. Como não sabemos quando essa pandemia vai parar, abrimos um curso de enfermagem com 65 alunos que se formam daqui um ano e meio e talvez ainda vão precisar trabalhar na pandemia”, comentou.

Desde o início da pandemia, 212 pessoas morreram no Hospital Oase. Apenas nos últimos quatro dias, foram 12. Diariamente, mais de cem pessoas buscam o pronto atendimento respiratório, além das mais de 180 no pronto socorro geral.

“Fomos criticados por atender Covid da região toda, mas estamos com 12 pacientes de Timbó. Antes da pandemia, só tínhamos oito leitos de UTI SUS. Ou seja, estaríamos sem lugar. Temos pacientes na clínica médica que poderiam estar na UTI, mas não temos como subir”, desabafou.

Ele ainda relatou se sentir envergonhado por ter trabalhadores que não foram imunizados. Funcionários da manutenção e do administrativo, por exemplo, não receberam a vacina. Porém, precisam acessar a UTI e ficam em contato com o vírus.

“Eu to vendo gente morrer todo dia. Se eu que trabalho no administrativo não aguento mais, o que falar de uma equipe que teve que preparar sete corpos para óbito em só um dia? Não adianta ficar dizendo que vacina não funciona e churrasco não existe e fazer churrasco fim de semana pros amigos e postando nas redes sociais. Corremos o risco de fechar as portas”, alertou.

Confira um trecho do desabafo do diretor


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