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VÍDEO – Relembre o Show da Criança, programa que marcou uma geração de jovens de Blumenau

Criada em 1997, a TV Galega marcou várias gerações de crianças e adultos com sua diversidade de programação sobre Blumenau. Entre os vários programas que eram exibidos durante os dias da semana, havia um que chamava atenção de todas as crianças e jovens blumenauenses: o Show da Criança.

Com seu primeiro episódio lançado em 31 de outubro de 1998, o Show da Criança possuía uma programação variada com muita música, danças, apresentações de talentos, interação com outras crianças e muitas entrevistas para ensinar as crianças sobre diversas áreas, como quais as profissões existentes. 

O programa existiu durante seis anos, de 1998 até 2004 e foi apresentado totalmente pela blumenauense Ana Julia Marchi, e dirigido e pensado por sua mãe, Olivia M. S. Marchi. “Apesar de ter toda a produção da TV Galega, o programa era feito por crianças e para crianças, então ele acabava se transformando nas coisas que as crianças propunham, e por isso, o programa teve tanto sucesso”, conta Ana.

Show da Criança 

Ana Júlia era uma criança muito comunicativa, sempre brincava com câmeras e gostava de ficar se filmando. Tanto na escola quanto brincando na rua, adorava brincar também de interpretar jornalistas e apresentadoras de TV. 

Foi percebendo essa desenvoltura de Ana, que sua mãe, Olivia, teve a ideia de sugerir para a TV Galega um novo programa com foco em crianças. “Minha mãe juntou algumas das minhas amigas da rua e da escola, e juntas gravamos um programa piloto – uma amostra de como funcionaria o programa – para poder mostrar qual era minha desenvoltura em frente as câmeras”, 

Após gravar o programa piloto, a fita foi deixada nos estúdios da TV Galega, e Altair Carlos Pimpão, criador do canal, adorou a ideia e entrou em contato com a família de Ana, para poder realizar a inciativa. Dessa forma, surgiu o Show da Criança.

Quando começou a apresentar o Show, Ana tinha apenas nove anos, muita energia e gostava muito de conversar, por isso criou diversas amizades durante o programa. Amizades que foram mantidas até os dias atuais. 

“Fiz muitas amizades durante o tempo do programa, amizades que seguiram comigo e mantenho contato até hoje; inclusive uma das meninas é madrinha do meu filho. Foi inevitável que isso acontecesse, ainda mais que ficávamos muito tempo juntas por conta do programa. Tirarmos ferias juntas e saímos juntas sempre. Tínhamos um mundo só nosso e isso fez com que criássemos uma linda amizade”, relata.

Produções do Show

O programa era gravado durante as tardes de sexta-feira, para que várias crianças pudessem sair da escola e depois irem participar das gravações. Após a gravação, o programa era editado e transmitido aos sábados, e como começou alcançar grande audiência depois de um tempo, começou a também a ser reprisado aos domingos. 

Qualquer criança ou jovem podia participar das gravações, já que era um programa muito acessível. Para participar, da plateia e para apresentações, bastava aparecer nos estudos da TV Galega durante as 14h e ficar até o fim das gravações, que terminavam por volta das 16h.

“Como eu não tinha essa posição de ‘estrela’ e ‘apresentadora famosa’, quando as crianças começavam a chegar, todo mundo se reunia na recepção e ficávamos brincado e interagindo até começarem as gravações. Não era um programa só meu, era um programa feito por todos”, comenta Ana. 

Apesar de sempre parecer, as gravações não eram pesadas e, segundo Ana, não eram cansativas. Como era um programa realizado por crianças – elas que apresentavam as músicas, as danças, as brincadeiras, as chamadas – os produtores entendiam que não havia como ter um “excesso de profissionalismo”. 

Por conta disso, todas as gravações eram feitas de forma direta, sem nenhum corte ou regravação de alguma cena, as coisas ficavam da forma como eram gravadas, para não causar nenhum desconforto para ninguém. 

“Às vezes cometíamos algum erro, mas já arrumávamos na hora e ficava assim. Gostava de dizer que era como se fosse um programa ao vivo. Então a gente não sofria nenhuma pressão, e dessa forma, tudo ficava muito mais autentico e mil vezes mais fofo. Era muito legal e todo mundo se divertia gravando o programa”, conta Ana. Ela ainda acrescenta ser isso que dava um “tempero” e deixava o programa autentico, já que era tudo super leve.

Músicas, danças e participações especiais

Toda a produção de músicas, letras e melodias eram caseiras e pensadas por Olivia, com ajuda da produção de um dos irmãos dela. Além disso, durante o começo, as danças eram pensadas e coreografadas pela própria Ana e pelas “Jullys Puppers” – amigas de Ana e dançarinas no Show da Criança. 

Já as músicas, depois de pensadas, eram gravadas em um dos melhores estúdios de música da cidade, o Studio de gravação em áudio Geraldo Bispo. “Era muito legal toda essa preparação e os dias de gravação. Todas as semanas ensaiávamos as músicas e danças. Era muito divertido e legal”.

Ana ainda comenta que devido ao sucesso de tudo, ela e as “Jullys Puppers” gravaram dois CDs, que eram vendidos em lojas da cidade como a Bruneti, e também gravaram alguns clipes. 

Durante a entrevista, Ana ainda relatou que diversas participações marcaram a vida dela, e que as vezes, quando ela assiste os vídeos atualmente, ela percebe como o programa era legal, e trazia pessoas que se tornaram importantes para Blumenau.

“Um dos participantes foi agora um grande amigo meu, o Gustavo Siqueira. Nos conhecemos lá e mantivemos amizade desde então! O Napoleão Bernardes também participou do programa, assim como a modelo Mariana Weickert. Mas a presença que mais me marcou foi a da Elke Maravilha! Achei ela tão linda uma figura incrível e ela foi tão legal!”, relembra Ana.

Confira a participação de Elke Maravilha no Show da Criança:

Evolução e fim do Show da Criança

Como o programa durou cerca de seis anos, Ana cresceu junto com o Show da Criança. Por conta disso, o programa também foi se alterando durante os anos. O que começou como um programa infantil, com danças e brincadeiras, se tornou um programa focado em assuntos mais sérios e discussões com foco em um público mais velho e adolescentes. 

Além disso, conforme o tempo ia passando, Ana começou a ajudar mais na produção do programa e sente que tudo lhe deu muita experiência. 

“Eu adorava escrever e, enquanto eu crescia, conseguia ir contribuindo para o que eu queira que tivesse durante o programa e quais seriam as minhas falas, e o fato de eu ter essa atividade, me permitiu desenvolver muitas habilidades de comunicação e responsabilidade”.

Confira vídeo do aniversário de 5 anos do programa:

Como Ana Júlia se apaixonou por essa área de apresentações em TV e começou a sonhar alto em ser atriz, ela decidiu que iria para alguma grande cidade com um mercado de TV maior, para tentar carreira lá. Então, com 16 anos, ela mudou para o Rio de Janeiro, e foi assim que o Show da Criança chegou ao fim.

“Eu nunca quis sair de Blumenau, mas eu tinha esse sonho, então mudei para o Rio, porque lá parecia ter um mercado melhor, onde eu poderia ganhar espaço para virar uma atriz. Acho que se não fosse por isso, o Show da Criança teria continuado até hoje” brinca.

Vida atual 

Chegando no Rio, Ana começou a fazer diversos cursos de Teatro e tentar correr atrás da carreira de atriz, contudo, quando começou a entrar no ritmo profissional, percebeu que não era aquilo que ela queria para a vida.

Foi então que ela conheceu o curso de Publicidade e Propagada, e se apaixonou pela área também. “Depois que decidi que iria seguir a carreira na área de Publicidade, voltei para Blumenau, já que não fazia mais sentido continuar morando lá, e eu amo essa cidade”, finaliza.

Atualmente, Ana Júlia tem 34 anos, é casada e possui dois filhos. Além disso, ela seguiu na área de Publicidade e é dona de do maior escritório de comércio de mídia de Santa Catarina: a Mídias MMarchi – empresa que presenta comercialmente diversos portais de comunicação, aeroportos, cinemas, festivais, premiações entre outros.

Arquivo Pessoal

“Sou uma pessoa muito realizada na minha vida, apesar de ainda ter coisas que quero alcançar com a minha empresa. Porém, sou muito grata sobre tudo que já vivi até agora. Blumenau é uma cidade muito viva e as pessoas apoiam muito tudo o que acontece aqui, então sou muito agradecida por todo mundo que viveu o programa comigo”, finaliza.


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