Angelina Wittmann | Registro para a Historia

Angelina Wittmann é arquiteta com especialização em - mestrado - "Urbanismo , História e Arquitetura da Cidade". Também é escritora, pesquisadora e professora nas áreas de artes, arquitetura e urbanismo - planejamento urbano e regional.

A história da Casa Prochnow, pioneira do estilo enxaimel, restaurada e reconstruída em Agrolândia

Território da Colônia Blumenau

Capa: A Casa Prochnow fotografada, em vários períodos históricos. Tudo levava a crer de que não seria preservada na paisagem de Agrolândia. Nesta sequência de fatos, faltou a fotografia do momento que não mais esteve no local onde fora construída. Após o incêndio, foi limpada e um tempo depois, desmontada e guardada em um contêiner. Até que foi decidido que seria reconstruída e restaurada, o que a técnica construtiva enxaimel permite. Entregue para a comunidade catarinense em 23 de outubro de 2024.

A Casa Prochnow foi construída para ser o lar da família de Leopold August Prochnow, que iniciou sua construção após ter chegado à região, em 1916. O irmão carpinteiro de Leopold, Christian Friedrich Otto Prochnow, esteve junto na empreitada. A família foi uma das pioneiras da região (conhecida na época, como Trombudo Alto), juntamente com as famílias Alves Paes, Zwicker e Will.

Leopold Gustav Prochnow nasceu em Mulde (Indaial atual), na época território de Blumenau, em 31 de janeiro de 1884, onde também nasceu outra personalidade histórica de Blumenau, Rikobert Döring. Seus pais foram Gustav Theodor Prochnow (1851 – 1928) de Steinbeck – Norte do Reno, Westphalia. Sua mãe foi Anna Emma Kopsch (1853 – 1942) de Frankenberg, Saxônia. Ambas as cidades de nascimento dos pais de Leopold, pertencem ao atual território da Alemanha.

Mapas e fotografias das cidades de nascimento do pai e da mãe de Leopold Prochnow, no atual território da Alemanha.
Registro de batizado de Leopold Gustav Prochnow.

Os pais de Leopold se conheceram em Blumenau, onde se casaram em 27 de junho de 1874, indo residir na povoação de Mulde, na época, parte do território de Blumenau e atualmente, de Indaial. Neste local nasceu Leopold e também todos seus irmãos.

Localização da região em que residia a família Prochnow, em Mulde, atualmente um bairro de Indaial.

Anna Emma Kopsch deixou um texto, de parte de um tipo de diário, de grande valor histórico para toda a região, do Alto Vale do Itajaí à sede da Colônia Blumenau. Neste texto ela também mencionou o Lar de Idosos Recanto do Sossego. A filha caçula de Gustav Theodor Prochnow e de Anna Emma, Ella, não se casou e ficou cuidando dos pais, em Mulde. Quando sua mãe Anna Emma faleceu, o pai já era falecido, Ella foi morar em Agrolândia perto dos sobrinhos, que depois, a internaram neste lugar, onde faleceu.

“Lar de Idosos Recanto do Sossego” – Braço do Trombudo SC.
Anna Emma Prochnow e Gustav Theodor Prochnow, pais de Leopold Gustav Prochnow. Acervo de André Bardini

Leopold foi o sexto filho de um total de nove filhos. Seus irmãos foram: Emma Auguste Anna Prochnow, Christian Friedrich Otto Prochnow, Albertine Maria Clara Prochnow, Clara Ella Prochnow, Bruno Prochnow, Oskar Louis Prochnow, Emma Caroline Martha Prochnow e Rosa Emma Maria Prochnow. Todos nascidos em Mulde – território de Blumenau e atual bairro de Indaial.

Texto de autoria de Anna Emma (Kopsch) Prochnow:

Tradução do texto para o português foi feita pelo autor do livro “Agrolândia, Nossa Terra Nossa Gente”(1991), Bruno Julius Kress.

Por Anna Emma (Kopsch) Prochnow – Um pouco de sua História

“Christine e Anna Emma Kopsch emigraram para o Brasil em companhia de seus pais e de Charlote Weigel. Foi no dia 6 de maio de 1861.”
Eu tinha 8 anos quando meus pais comigo, e mais 5 irmãos, emigraram. Conosco vieram mais 19 famílias de Frankenberg, perto de Chemnitz, no reino da Saxônia.

Era um dia bonito e ensolarado, quando no dia 6 de maio viajamos de trem de Chemnitz a Leipzig; de lá até Hamburg e depois num barco a vapor até Harburg. Em Harburg tivemos de deter-nos 14 dias, era Ascensão. No 14° dia fomos de Harburg para Cuxhaven. Viajamos num veleiro de três mastros; no 1 dia de Pentecostes, sob um sol radiante, continuamos a viagem no mesmo navio a vela.
Veio a ordem: “Todo mundo embarcar!”, e todas as 19 famílias foram fechadas a pregos no interior do navio.
Nós crianças deitamo-nos e pegamos no sono. E’ óbvio que nossos pais não conseguiram dormir. Na outra manhã, quando acordamos, foi aberto. Compreendemos somente agora: estávamos de Volta em Cuxhaven; pois na noite reinara uma tempestade. Todos Os três mastros de nosso veleiro estavam quebrados, e um marinheiro perdeu até a vida. Na mesma manhã retomamos a viagem e agora não houve mais como voltar.
Em poucos dias passamos pelo Canal Inglês (Canal do Mancha); a partir dele tivemos vento favorável, sem tempestade.
Mais tarde paramos um dia na ilha do Madeira; era um domingo. De lá atravessamos todo o oceano até Salvador Bahia, onde chegamos no ala 19 de julho. Ficamos 14 dias em Salvador. Depois fomos baldeados para um navio de guerra e levados até Rio das Contas.
Sem demora alguma fomos ali desembarcados, lanchas levaram-nos a terra.
Em Salvador todas as 19 famílias tinham de dormir em tarimbas e sobre tábuas. Estávamos deitados numa fileira, um ao lado do outro, que nem sardinhas em lata e sem cobertor nem lençol.
Quando agora em lanchas fomos levados a terra, carregaram nossos pertences em carretas de bois e nos transportaram todos para o interior.
Aí, finalmente, abriram-se-nos os olhos. Nós, todos gente branca alemã, chegamos entre mulatos e negros. Compreendemos que não chegáramos para onde devíamos chegar. Para comer ganhávamos apenas farinha ruim e um pouco de carne de rês seca, isto é, só para matar um pouco a fome.
Víamos como os negros cozinhavam aipim para si, e cada um sabe que a fome dói. Então nós também arrancamos e cozinhamos aipim e o comemos. Aí um atrás após outro ficou doente, começamos a vomitar e a gemer.
Assim passamos 18 semanas. Ninguém das 19 famílias sabia falar com aquela gente. Não recebemos nem serviço nem terra. De repente compreenderam alguns dos nossos, que tínhamos sido vendidos.
Quando queriam transportar-nos mais adiante, três dos nossos imediatamente voltaram por água e terra para o Consulado Alemão em Salvador.
0 cônsul conseguiu que fôssemos libertados e que o malfeitor nos levasse de volta para Salvador. A ficamos de novo 15 dias e ganhamos pão para comer, a primeira vez depois de 20 dias; aliás, aí pudemos comer até nos fartar depois de longo tempo.
Finalmente embarcamos num velho navio carregado de madeira, num vapor a hélice. Viajando em alto mar chegamos em 14 dias até Rio de Janeiro, e de lá seguimos em véspera de Natal num outro cargueiro de tábuas até Itajaí.
Ao chegarmos ali disseram-nos: Esta nem de longe é a nova Pátria. Mas pelo menos tínhamos chegado em terra firme a que nos fez alegres e felizes.
Durante a noite acampamos num velho galpão, no mato e também ao ar livre. Nossa bagagem ficou ao ar livre como coisa sem valor nenhum.
Ao romper do dia nossa bagagem foi carregada numa lancha e assim seguimos pelo rio para o mato, a região inóspita, até Blumenau.
Chegamos em Blumenau no dia 9 de janeiro de 1862.
Acomodaram-nos no galpão de imigrantes e fomos saudados cordialmente por nosso Diretor Hermann Blumenau.
Todos as famílias puderam escolher agora terra onde mais lhe conviesse. Uns foram para um lado, outros para um outro. Depois foi combinado: Vamos todos para o Jordantal (Vale do Jordão).
Agora começamos a trabalhar. A primeira foi derrubar um trecho da mata. Começamos pelo primeiro e continuamos. Até queimar a primeira roça, todos construíram um galpão de palmitos para que todos tivessem um abrigo provisório.
Assim fomos de uma para a outra até que cada um tivesse um pouco. Depois começamos tudo de novo: foram construídas casas. Naturalmente não havia pregos, tudo tinha de ser amarrado. Ripas de palmitos eram amarradas com cipó e revestidas com barro.
Assim cada um tinha sua casa em curto tempo. Alguns tinham suas casas só de palmitos amarrados. Todos se sentiam felizes quando tinham o primeiro aipim, milho, feijão preto e farinha.
Caça e pesca forneciam carne suficiente. O tempo foi passando e em breve tivemos milho para fazer pão. No início tínhamos pão só de vez em quando, não sempre. A farinha de milho tinha que ser transportada em lanchas de Itajaí até aqui. Estradas ainda não existiam. Em nossa redondeza tudo passava pelas picadas ou trilhas, e a maior parte das coisas tínhamos de carregar nas costas.
Terminada a maior parte da derrubada da mata e o plantio, alguns compraram vacas do campo alto. Naturalmente ninguém de nossa gente sabia como tratá-las; deram-lhes a comer tudo quanta queriam comer. Também não levou muito tempo, até que uma após outra delas perecesse. Somente um ficou com a sua, porque já tinha uma vaga noção de como lidar com tal animal.
Depois de termos trabalhado 5 anos já estávamos bem instalados. Vejo então certo dia uma tromba d’água que destruiu tudo. Em consequência disso, dispuseram-se meus pais a se mudar para Encano do Norte. Até lá havia então somente uma picada atravessando a mata. Em caminho pernoitamos debaixo de um toco de canela.
Agora tudo começou de novo. O que se precisava, devia ser buscado em Blumenau. Compramos um cavalo para as viagens: um dia até Blumenau, no outro de volta, e assim cada 15 dias. Mas mesmo assim não era tão mau, pois algumas famílias já tinham se instalado aqui antes de nossa chegada.
Em Blumenau já existia um centro urbano. Lá morava o diretor Dr. Blumenau num pequeno chalé, Louis Sachtleben, o veterinário Wilhelm Friedenreich, os comerciantes Mayer e Spierling e o açougueiro Schrapp. Esta era a população toda a cidade. Todos moravam em primitivos chalés. Era uma época solitária que a gente tinha de atravessar. Serviço tinha de montão, mas não trabalho em emprego remunerado. De repente veio a notícia de que seriam construídas estradas. Agora teríamos dinheiro; pois os homens puderam ir trabalhar. As mulheres e as crianças ficavam em casa. Recebia 800 Réis por dia quem levava comida; do contrário, exigindo alimentação, não havia serviço.
No ano de 1875 casei-me com Gustav Prochnow e constituímos nosso lar. Eu tinha então 21 anos. Meu marido imigrara com seus pais em 1864, quando tinha 13 anos. Ele tinha mais 5 irmãos, todos nascidos na Pomerânia. Para o casamento e o culto tivemos que ir a Blumenau. Tudo foi celebrado ali no galpão de imigrantes; pois então não havia igreja.
Meu marido foi depois para Mulde e, com uma entrada, comprou uma colônia. Agora fomos para a mata, pela terceira vez, para trabalhar. Todos os artigos de necessidade tinham de ser trazidos nas costas de Carijós e igualmente transportado para lá, passando por picados, o que tínhamos a vender.
Em Carijós se estabelecera com uma venda o Sr. Edgar Boettger. Naquele tempo ganhava-se 4 a 6 Vinténs por uma dúzia de ovos; a arroba de carne de porco custava 2 a 3 Mil Réis. 0 saco de milho de 60 Kg 3 a 4 Mil Réis.
E a gente pensava ganhar muito por seus produtos. Aos sábados juntava se geralmente uma turma e ia à venda. Durante muitos anos lutamos assim. Finalmente, quando estávamos novamente mais ou menos bem instalados, um após outro (dos vizinhos) mudou-se para outro lugar.
Um dia faleceu um tal Sr. Froehoer, avô de Heinrich Froehner de Passo Manso. Foi uma situação difícil.
Não havia cemitério nem lugar previsto para tal, nem tábuas para um caixão; a não ser que fossem trazidas nas costas de Blumenau. O tempo ia passando e o sepultamento tinha de ser feito. Então foram rachados palmitos e bem limpados. Enquanto isso era feito, quatro homens aprontaram a sepultura. Esta foi revestida de folhas de palmeira e embaixo colocado uma camada tão alta que nela pôde ser deitado o defunto. Uma camada de ripas e folhas foi colocado por cima e fechada a sepultura. Pronto estava o sepultamento.
Sob tais condições passamos muitos anos em alegria e pesar.
Ano por ano, Deus nos deu uma menina ou um menino até que eram cinco meninas e quatro meninos.
Assim passou o tempo e antes de o notarmos tinham decorridos tantos e tantos anos, até que um dia vejo meu cunhado Rudolf Kellermann e propôs a meu marido construir um engenho de serraria ou de moinho.
Este estava logo entusiasmado e o negócio de parceria saiu. O moinho ia bem, mas meu marido não aguentava o trabalho; resfriara-se tanto que ficou doente. Meu cunhado ficou então com o moinho.
Deste tempo em diante meu marido sempre andava adoentado. Continuávamos trabalhando em nossa propriedade rural até que nossos filhos ficaram mais velhos. Aí ele teve a ideia de montar um engenho de açúcar e farinha, o que deu bem. Cana e mandioca cresciam bem.
Assim os anos passavam, mas ele continuava doentio, e eu era também apenas uma mulherzinha pequena e débil. Mas com meus filhos sempre conseguia realizar tudo. As vezes quando não me sentia bem, pensava que não podia estar doente, e tudo sempre passava de novo.
Neste sentido tenho educado também meus filhos, e eles também eram assim. Nem se falava em doença.
Os anos iam passando, os filhos se casaram um após outro. Só minha filha Ella ficou solteira, ela ficou meu amparo.
Meu grande e forte marido já experimentara muitos remédios, mas não se restabeleceu. Entrementes chegou o dia de nossas bodas de prata; meus filhos com genros, noras e netos gozavam todos de saúde e contentamento. Só o pai ainda continuava doente. Também eu mesma já sentia que minhas forças enfraqueciam. Mais tarde morreu minha filha Emma e com ela metade de minha vida.
Muitos anos depois veio a data de nossas bodas de ouro; festejamo-la com todos os filhos e netos. Mas pai ficava cada vez mais doente.
Por este tempo nossos filhos já se tinham mudado para longe, a dias de viagem, e apenas dois continuavam morando perto, mas mesmo assim na distância de uma hora.
No mais dependíamos de bons vizinhos e, antes de tudo, de nossa Ella.
Assim passávamos o tempo com trabalho em nossa colônia.
Há nove anos o pai foi acometido por uma inflamação na bexiga que piorava com o decorrer dos anos e nos custou alguns Contos de Réis. No fim ele não podia mais fazer coisa alguma. As despesas de tratamento médico ultrapassavam as nossas possibilidades. Por isso nos arranjávamos com uma sonda, chamada cateter, até sua última hora.
Durante seu último ano de vida não temos dormido uma só noite sem cateterizar a cada uma ou duas horas. Em fins de dezembro até mandou vir todos os filhos faleceu no dia 29 de dezembro de 1928.
No dia seguinte foi sepultado pelo pastor Buehler no cemitério de Mulde Baixa sob numerosa assistência.
Como ele era fundador e um dos construtores do igreja, foram tocados os sinos de Carijós.
Agora, viúva aos 76 anos, reparto meu pesar e minha alegria com minha boa Ella. ass. Anna Emma Prochnow, nasc. Kopsch.”

Pós-escrito

Havia também muitas dificuldades com bugres e animais selvagens. Eduard Boettger foi o primeiro que deu a sugestão para a construção da igreja de Carijós (evangélica.-luterana). Hoje existe lá uma grande comunidade.

Apêndice

Quando em 1935 vim para Mulde como parteira, as duas mulheres ainda viviam na sua colônia. Ali tinham 3 vacas, 6 porcos, 50 galinhas, e uma plantação diversificada.

Continuavam a trabalhar durante 13 anos até que a mãe adoeceu. Ela faleceu em 29 de dezembro (bem como seu marido) de 1942 na idade de 89 anos, 9 meses e 15 dias.

Alguns anos depois Ella vendeu a propriedade. Em idade avançado foi morar com seus parentes lá longe na colônia -Trombudo Alto.
No dia 2 de julho de 1965 faleceu no ancionato “Recanto do Sossego” em Braço do Trombudo, Km 10.

O relatório acima descreve a situação que geralmente esperava a imigrante alemão que quase sem recursos vinha da Europa diretamente para a mata a fim de ali criar condições de vida.

O relatório expressa as experiências de todos e é um exemplo típico da inclemente dificuldade do começo.

Leopold, filho de Anna Emma Prochnow, que escreveu o texto histórico anterior, se casou em Mulde, bairro atual de  Indaial, com a filha do alemão Bernhard Heinrich Johann Haffemann e de Mathilde Luise Friedericke (Dräfke) Haffemann, Laura Auguste Hermine Haffemann, em 24 de outubro de 1907, há 117 anos atrás, se considerarmos a data de entrega de sua casa de Agrolândia, 23 de novembro de 2024.

Acervo de André Bardini

Leopold Gustav Prochnow (que era alfaiate), e Laura Auguste Hermine (Haffemann) Prochnow, foram residir no Alto Vale do Itajaí, aproximadamente 9 anos após seu casamento, em 1916. A região ainda pertencia ao território de Blumenau, condição esta, que durou até 1931, quando Rio do Sul, se desmembrou de Blumenau.

Lembram que três irmãos Prochnow saíram de Mulde, para explorar e encontrar o lugar para se fixarem e construírem família e chegaram onde atualmente fica a cidade de Agrolândia.

No local que escolheram e adquiriram o “chão”, construíram sua casa, com técnica construtiva enxaimel original, construção característica dos primeiros pioneiros, assim como eram construídas as primeiras casas permanentes da área rural e da área urbana, na região do Vale do Itajaí, mesmo estando no período histórico do início do século XX, quando se construíam o neoclássico e o ecléticos nas áreas urbanas do Vale do Itajaí e para não se dizer, criou-se o hábito de esconder a estrutura enxaimel atrás do reboco – reflexos de novas leis de construir da Alemanha. A madeira exposta facilitava os incêndios. Na Alemanha, isso aconteceu no período do Barroco.

Na Casa Prochnow, foi o carpinteiro e irmão de Leopold, Christian Friedrich Otto Prochnow, que iniciou a obra em 1930.

Aos interessados, em nosso livro “Fachwerk – A Técnica Construtiva Enxaimel”, efetuamos uma classificação dentro dos períodos históricos, com características distintas nas regiões urbana e rural – definindo a casa enxaimel do Vale do Itajaí. A “Casa Prochnow” é uma casa rural, permanente, do primeiro estágio, sem a presença dos anexos, ou pelo menos um deles (a varanda) que foram adaptações criadas na casa enxaimel desta região do Estado de Santa Catarina.

Nos primeiros tempos de colonização estas adaptações eram colocadas na casa já construída, como aconteceu com o acréscimo do anexo posterior da Casa Prochnow (há a emenda dos elementos de madeira que comprovam isto), ou, construídos juntamente com a casa nova enxaimel, contando já com os anexos no projeto.

A Casa Prochnow só recebeu um dos dois anexos, o posterior, onde estava a cozinha, ou, o local do fogão. Nos embriões da casa enxaimel, na Alemanha, construídos centenas de anos antes de Cristo, o local do fogo estava localizado no centro da casa, onde ocorriam tarefas e também aquecia todos os ambientes no período de baixas temperaturas.

A Casa Prochnow está contemplada nas páginas do livro citado como um exemplo das primeiras tipologias construídas na região do Alto Vale do Itajaí.
Exemplo de casa enxaimel com o ambiente do “fogo” separado do corpo principal. Itoupava Central, Blumenau, 2014.

Na região do Vale do Itajaí, o clima é outro e com isto, o “fogo” foi colocado neste anexo, ou até mesmo, em alguns casos, foi construída uma nova edificação para instalar a cozinha, separada do corpo principal da casa, tendo esta, uma passagem coberta, da casa para o anexo da cozinha.
A Casa Prochnow não recebeu o anexo frontal, o que justifica que seja providenciado algum elemento para proteger das intempéries a porta principal, como era comum nas casas enxaimel urbanas do final do século XIX e início do século XX, na região. A não presença da varanda vem confirmar que este patrimônio histórico arquitetônico de Agrolândia foi uma das primeiras casas construídas na região do rio Trombudo.

Esta característica de não possuir a presença da varanda, não tem nada a ver com a possibilidade de que família “não tivesse tempo de ficar na varanda” e “nem tempo de construir”, como ouvimos e lemos por aí.

Na casa nasceram 3 dos 11 filhos do casal Leopold e Laura Augustine. São eles:

  • Ella Prochnow (nasceu em 1908);
  • Alfred Prochnow (nasceu em 1909);
  • Alma Prochnow (nasceu em 1913);
  • Bruno Prochnow (nasceu em 1915);
  • Eduardo Prochnow (nasceu em 1918);
  • Ida Prochnow (nasceu em 1920);
  • Lily Prochnow (nasceu em 1923);
  • Edwin Prochnow (nasceu em 1926);
  • Herbert Prochnow;
  • Otto Prochnow e
  • Curt Prochnow.
Eduardo Prochnow. Acervo de André Bardini

Fotografia da família de Leopold Prochnow e de Laura Augustine Prochnow em data aproximada de 1941. Como mencionado, o casal Leonard e Laura Augustine se mudaram para Agrolândia em 1916 e tiveram seu filho Eduardo Prochnow em 10 de setembro de 1918, conhecido por ter sido a primeira criança que nasceu em Trombudo Alto, atual Agrolândia.
Quando o casal se mudou para o Alto Vale, possuíam quatro crianças. São eles: Ella Prochnow; Alfred Prochnow; Alma Prochnow e Bruno Prochnow.

Família de Leopold Prochnow e de Laura Augustine em 1941 – na frente da Casa Prochnow. Acervo de André Bardini.

O local que escolheram para construir a casa da família ficava no território de Blumenau, até 1931, quando houve o desmembramento e passou a pertencer a Rio do Sul. Em 1957 tornou-se distrito de Rio do Sul, com o nome de Trombudo Alto, pela lei municipal nº 301, de 1° de maio de 1957 e homologada pela Assembleia Legislativa do Estado de Santa Catarina pela lei nº 308 de 29 de agosto de 1957. Em 21 de junho de 1958, o distrito passou a pertencer ao município de Trombudo Central, que se emancipou de Rio do Sul. Em 12 de junho de 1962, por sua vez, o distrito passou a ser o município de Agrolândia, nome que tem sua origem na composição formada pelas palavras agro, que se reporta a agricultura e lândia, que se reporta a terra. A sua instalação aconteceu em 25 de julho de 1962. A Casa Prochnow já estava na paisagem de Agrolândia em todos estes períodos históricos do município.

Localização da casa

Rua dos Pioneiros n°1759, Agrolândia/SC.

O terreno recebeu aterro e a casa foi desmontada, após um incêndio em janeiro de 2019. Imagem Google Maps, 2024.
Localizada na Rua dos Pioneiros. Imagem Google Maps, 2024.

A casa e sua arquitetura

Casa Prochnow, como residência. Fonte: página do Facebook Resgate da história e da cultura de Agrolândia.

A Casa Prochnow, construída com a técnica construtiva enxaimel, possuía quatro ambientes no piso térreo e um no sótão. O anexo da cozinha possuía uma parede de madeira, segmentando-o em dois ambientes.

Interior do patrimônio em 28 de agosto de 2020.

O corpo principal da casa, igualmente era dividido em dois ambientes, separados por uma parede de alvenaria. O patrimônio é uma das tipologias mais antigas construída na região, marcada por uma das principais características, que é a ausência da varanda.

A varanda é um dos dois anexos agregados à planta original, dentro da evolução da casa enxaimel da região do Vale do Itajaí, na parte frontal e na parte posterior respectivamente. No caso da Casa Prochnow, existia, e assim se mantém, o anexo posterior, que tem indícios de que foi construído posteriormente, ao observarmos alguns elementos arquitetônicos da edificação a partir de sua estrutura de madeira:

– Cobertura: construída, como a estrutura da casa em madeira encaixada e coberta com telha rabo de castor – plana – germânica. A inclinação do telhado, reporta a uma das características identitárias deste tipo de edificação;

Estrutura de cobertura exposta, após um incêndio ocorrido em janeiro de 2019.

– Estrutura: caracterizada pela tradicional estrutura enxaimel, estrutura de madeira encaixada, sendo estas de nossa região construídas com a presença do Holtznägel – prego de madeira.

Em 2020, um de seus inúmeros encaixes.

– Fechamento – O mesmo conceito de parede feita de tijolos maciços – parte externa e alguma coisa com tábuas de madeira, divisória do anexo posterior.

Ruinificação, onde se pode registrar parte dos tijolos em agosto de 2020.
Porta principal em 2020. Material madeira, com a presença da bandeira envidraçada.
Uma das janelas frontais, com duas folhas envidraçadas, em madeira, com presença da bandeira envidraça.

Como conhecemos a casa

Fonte: Página Resgate da história e cultura de Agrolândia.

Nós conhecemos a Casa Prochnow, ministrando aulas, em sala de aula do curso de Arquitetura e Urbanismo da UNIDAVI, Rio do Sul, em 2018, como um dos exemplares importantes da história presentes na paisagem de Agrolândia e na região. Foi mencionada em trabalhos acadêmicos de pessoas que residiam na cidade em que se localizava, as quais também faziam parte do grupo de pessoas que tentavam mantê-la na paisagem de maneira original. A Casa Prochnow se encontrava vazia e sem manutenção. Aparentemente a casa havia sido vendida para uma empresa, e nesse ínterim, permaneceu desocupada.
O município de Agrolândia, na administração do prefeito Urbano José Dalcanale, buscou e conseguiu a posse definitiva do imóvel e do terreno no final de 2016, em processo de desapropriação judicial. Foram adquirido pelo valor de R$ 211.085,36.
O processo de restauração e tombamento da Casa Prochnow é acompanhado pelo Conselho Municipal de Turismo (Comtur) e por um grupo de pessoas da comunidade que apoia o movimento pela preservação do patrimônio histórico.

Registros da casa antes do incêndio

Fonte: Página: Resgate da história e cultura de Agrolândia.
Fonte: Página Resgate da história e cultura de Agrolândia.
Fonte: Página Resgate da história e cultura de Agrolândia.
Fonte: Página Resgate da história e cultura de Agrolândia.

A casa estava vazia e necessitava de manutenção. Localizada ao lado da rodovia ficava exposta ao vandalismo. Esporadicamente, recebia visitas de membros da grande família. Estas eram devidamente registradas pelos responsáveis na página do Facebook: Resgate da história e cultura de Agrolândia.

O incêndio

O local estava sendo ocupado por andarilhos e na noite de 26 de janeiro de 2019 a casa sofreu um incêndio que consumiu boa parte da estrutura de madeira e comprometeu muito o telhado. Com isto, expôs o que restou às intempéries. A preocupação do grupo de “guardiões” imediatamente se mobilizou.

O patrimônio histórico ficou muito comprometido após o incêndio de janeiro de 2019.
Ficou totalmente descoberta com parte das aberturas danificada.
Quadro desolador e para muito, era quase inimaginável se conseguir seu resgate.

Um grupo de pessoas da cidade de Agrolândia sempre buscou soluções, mesmo parecendo que era impossível recuperar a casa da família de Leonard e Laura Auguste.

Após o incêndio, foi solicitado ao carpinteiro (filho e neto de carpinteiros), Jones Schmidt, de Matador – Rio do Sul, que voluntariamente, juntamente com outras pessoas da comunidade, limpou e cobriu Casa Prochnow com telhas de fibrocimento, para que não comprometesse o que restara da construção, após o incêndio. O mutirão aconteceu nos dias 30 de novembro e 1° de dezembro de 2019.

Apresentamos Jones Schmidt à equipe responsável por esta iniciativa. Ele se envolveu com o mutirão marcado para uma manhã de sol e nos enviou imagens.

Mesmo vivendo da carpintaria, Jones Schmidt prestou assessoramento de maneira voluntária, ciente da importância dessa ação da comunidade de Agrolândia. Profissional de carpintaria e neste momento voluntário.

Os trabalhos feitos pelo grupo voluntário foi o de limpar, cobrir a casa e salvaguardar o material que restou do incêndio sofrido pela casa.

Uma amostra de seu trabalho profissional.

Estamos muito felizes com o processo e lembramos que a imagem desta tipologia primeira construída na região é uma das quase 400 fotografias que está no livro Fachwerk – A Técnica Construtiva Enxaimel, por sua importância e foi quando vimos seu estado na paisagem, alertamos. Angelina Wittmann – Facebook, novembro de 2019.

Jones Schmidt enviou, também, um pequeno vídeo ilustrando sua descrição sobre o trabalho efetuado. A edificação o sensibilizou muito.

Nesse momento, já havia sido efetuado um levantamento arquitetônico por um grupo do curso de Arquitetura da UNIDAVI, o qual foi usado posteriormente pela equipe de restauro e recuperação da edificação histórica.

Também foi efetuada também uma campanha de doações de materiais.
Posteriormente a estas medidas, houve um impasse no processo e na definição do futuro do patrimônio histórico, quando a administração pública de Agrolândia aventou a possibilidade de construir uma creche no terreno da Casa Prochnow. Recebemos informações de diferentes fontes comentando o assunto.

O tom dos debates aumentou e foi muito salutar, pois todas as representações sociais e políticas da comunidade se envolveram. Muitos participaram deste debate e inclusive nós mesmas, de maneira indireta, o que mais ainda valorizou o evento ocorrido em 23 de novembro de 2024, quando a Casa Prochnow, enfim, foi entregue à cidade, inteiramente reformada. Logo mais, sobre.

Maturidade cívica, social, cultural e democrática mostrou a sociedade de Agrolândia à história, não somente do município, mas de Santa Catarina.

Neste processo de debates, questionou-se amplamente sobre o projeto de utilização do terreno onde estava o patrimônio, uma vez que há tanta área livre no território da cidade, que poderia ser destinada para o mesmo fim. Passaram-se 5 anos e após o debate, aconteceu o entendimento e a definição da opção por manter a história no local de origem, no qual foi construída quase um século atrás.

Com acadêmica do curso de Arquitetura e Urbanismo da UNIDAVI, que também tinha ligação com grupo que estudava a edificação histórica. em 2020.
Em 2020, visitamos o local.

Em 2020, visitamos o local.

O terreno recebeu aterro, o que motivo o desmonte da casa, na época.

Notícias de Agrolândia SC – Um Registro para a História.
Acompanhamos o destino deste patrimônio histórico arquitetônico e cultural de Santa Catarina localizado em Agrolândia, há um bom tempo, sendo que membros e instituições do município, também o faziam com grande preocupação e nos mantinham informados.
Com tanta área livre na cidade, a administração e parceiros decidiram que o entorno desta casa deveria receber equipamentos públicos, sem querer discutir sobre sua importância ou não. Conhecemos bem o município, pois faz muito pouco tempo que assessoramos dois trabalhos de graduação – Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) de Arquitetura e Urbanismo e um dos trabalhos abordava justamente, a readequação da área urbana de Agrolândia, criando o direcionamento de seu desenvolvimento sustentável a partir de um projeto urbano que buscou definir as delimitações dos locais importantes para receber este tipo de projeto.
Mas escolheram este.
Resultado.
Recebemos a informação hoje, que o que restou desta edificação histórica está dentro de um contêiner, para ser usado de alguma forma para reconstruir sua volumetria, em algum local. Foi danificada, sob os aspectos dos encaixes, feitas por pessoas sem qualificação para a manutenção deste tipo de material.
Alguém deve uma explicação à parte da comunidade de Agrolândia. Facebook em 23 de julho de 2022.

Os debates prosseguiram e, em dado momento, em maio de 2024, recebemos a notícia da retomada das obras de reconstrução e restauro da Casa Prochnow, no local em que sempre esteve. Foi contratada a equipe do engenheiro de Benedito Novo, Rubens Ralf Löwen e sua equipe da empresa Fachwerkhaus – Construções Enxaimel, cujo trabalho conhecemos há algum tempo. Bons ares em Agrolândia. O capital investido foi de R$400.000,00. O prazo previsto no cronograma de execução para a entrega da obra era de um ano.

A Casa Prochnow foi entregue à comunidade de Agrolândia após 7 meses de trabalho, em 23 de novembro de 2024.

Achamos importante destacar, que além dos trabalhos da equipe da prefeitura, através do Prefeito José Constante, do Conselho do Patrimônio Histórico, através do arquiteto Alysson José Krause, dos familiares, muitos, destacando-se o nome de Bruno Prochnow, André Prochnow, da empresa de restauro, através de Rubens Löwen, destacamos o trabalho do viveiro Adauri Plantas, na pessoa de Adauri Nasato, que está tratando da histórica camélia, que ficou doente diante das movimentações em torno de si e quase sucumbiu. Adauri preparou o terreno e tratou da arbustiva que se encontra em observação. Também doou outras duas espécies de camélia que serão plantadas no entorno da casa. Também o engenheiro florestal Márcio Salin realocou um “Pau-Brasil” para os fundos do lado direto da casa.

Família Prochnow que acompanhou todo o processo de perto e alguns até auxiliaram.
A Casa Prochnow recebendo uma relíquia histórica que esteve nela por durante muito tempo. A fotografia do casal Leopold e Laura Augustine Prochnow.
Adauri Nasato e o arquiteto Alysson José Krause.
Bruno Prochnow e o prefeito José Constante.
O engenheiro Rubens Ralf Löwen, o arquiteto Alysson José Krause e André Prochnow.
O engenheiro florestal Márcio Salin junto à planta “Pau-Brasil” plantada aos fundos do lado direito da Casa Prochnow.
O prefeito de Agrolândia José Constante, a arquiteta Angelina Wittmann e o engenheiro Rubens Ralf Löwen.
O engenheiro Rubens Ralf Löwen adquiriu 6 exemplares do livro “Fachwerk – A Técnica Construtiva Enxaimel” e os doou ao Conselho de Patrimônio Histórico de Agrolândia. Quem recebeu foi o arquiteto Alysson. Registro da entrega.
A Casa Prochnow e a camélia quase centenária com as novas mudas- ao lado direito da casa doadas por Adauri Nasato que está tratando da antiga camélia. Esta referenciava o local histórico da casa, amplamente respeitado.

A cápsula do Tempo

Os responsáveis pela entrega da Casa Prochnow à comunidade, tiveram uma ideia, que faz parte desta cultura que prestigia e valoriza a história. No interior da sala, destacaram um espaço em uma das principais paredes da casa. Convidaram a todos os presentes, que desejassem deixar um depoimento para o futuro que o fizeram, porque ele seria colocado e uma caixa, que depois foi chumbado à parede. Foi um espetáculo testemunhar este momento. Esta caixa será aberta em 2124, passados 100 anos. Nós escrevemos e colocamos nosso pequeno texto na célula do tempo.

Local onde foi cimentada e chumbada a cápsula do tempo que será aberta a 100anos.

A solenidade de apresentação da Casa Prochnow iniciou-se exatamente às 10h da manhã de 23 de novembro de 2024. Estiveram no local todas as equipes de trabalho, representantes do legislativo municipal e do executivo, os que estão saindo do cargo e os que vão assumir em janeiro de 2025. Polícia militar, escritores e imprensa. O mais importante, estavam presentes as pessoas da comunidade e da grande família Prochnow. O programa abriu com a apresentação dos hinos nacional e de Agrolândia.
Iniciaram-se, a seguir, os depoimentos, no qual falaram pessoas da família de Leopold e e Laura Augustine Prochnow, emocionando os presentes. Falaram o arquiteto Alysson José Krause do Conselho do Patrimônio Histórico, o engenheiro Rubens Ralf Löwen da equipe Fachwerkhaus – Construções Enxaimel, membros da Câmara de Vereadores e o Prefeito de Agrolândia, José Constante, registro em vídeo, para a História

Prefeito de Agrolândia com a palavra. Agradeceu a muitos.
Primeiro Baile da banda Os Meteoros – Clube Floresta – Agrolândia, em 25 de outubro de 1969.

Outro fato histórico que fez parte deste programa foi a apresentação da Banda Os Meteoros formada por músicos, que na sua maioria, eram membros da família Prochnow e também foram alunos do professor Erich Teichmann. Antes de ser Os Meteoros a banda se chamava banda The To Shines, formada por 9 músicos. Entre estes, também estava Wilson Schaade, nascido em Agrolândia, atualmente residente em Blumenau.

Acervo: André Prochnow.

Os Meteoros trouxeram melodia no momento festivo.
Musicaram uma pequena de danças na sala da casa histórica, despertando memórias nos presentes que conviveram com estes momentos festivos no seio famílias, quando os móveis eram afastados e acontecia o bailinho, principalmente nas festas de casamento.

Os Meteoros.

Também foi tudo muito bem registrado.

Na sequência, o vídeo com imagens dos principais momentos da entrega da Casa Prochnow na manhã de 23 de novembro de 2024, em Agrolândia. Nas imagens, as falas, a música, a dança, a cápsula do tempo, a família, representantes das equipes de trabalho e a arquitetura enxaimel, nos detalhes e no paisagismo do entorno.

Um comentário. Com toda esta história pretérita e com fortes marcas nas famílias atuais no interior do Alto Vale do Itajaí, como Rio do Sul não apresenta quase nada desta cultura na paisagem?

Vídeo dos momentos da entrega da Casa Prochnow

De maneira inédita, se possível dizer que apresentamos este “final feliz”, quando, aparentemente tudo depunha contra. Foi a persistência de muitos, a compreensão e a boa vontade do Poder Público e a conscientização de todos que entregaram este patrimônio não somente à comunidade de Agrolândia, mas ao estado de Santa Catarina, que contém uma adversidade cultural e histórica. Também poderíamos dizer, na contramão das práticas atuais, quando se fala em patrimônio histórico arquitetônico. O exemplar da construção enxaimel foi restaurado de maneira original.
Seguem os registros fotográficos que comunicarão, no futuro, no âmbitos das nova gerações.

As imagens comunicam

Mariza Cristina Ern Martins, bisneta de Leopold e Laura Augustine Prochnow, que nos emocionou com seu depoimento.

A cidade tem melodia, espacialização, aroma, sabor, dança, momentos. Tem ainda,  arquitetura, a casa da Oma e a canção que ela cantava. Desperta saudades, sorrisos, lembranças e a música.

Os Meteoros.

Os Meteoros, cuja formação apresenta sua maioria de músicos da família Prochnow.

Com o Prefeito de Agrolândia José Constante e o engenheiro Rubens Ralf Löwen, responsável pela reconstrução e o restauro da Casa Löwen.

O engenheiro Rubens Ralf Löwen, o arquiteto Alysson José Krause e André Prochnow.
Família Prochnow de Agrolândia.
Família Prochnow de Agrolândia.
Adauri Nasato, doou duas novas camélias e está cuidando da saúde da velha camélia plantada pela filha de Leopold Prochnow à frente da casa.
Bruno Prochnow e José Constante, prefeito de Agrolândia.
Adauri Nasato e o arquiteto Alysson José Krause.
Cápsula do tempo chumbada na parede da Casa Prochnow.

André Prochnow e José Constante, prefeito.

O engenheiro florestal Márcio Salin e a planta “Pau-Brasil” realocada junto à casa.

Leopold Gustav Prochnow (que era alfaiate), e Laura Auguste Hermine (Haffemann) Prochnow.

Um Registro para a História.

Sou Angelina Wittmann, Arquiteta e Mestre em Urbanismo, História e Arquitetura da Cidade.
Contatos:
@angewittmann (Instagram)
@AngelWittmann (X)

 

 

 

 

 

 

 

 

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