Capa: Morro do Aipim – Frohsinn em 1975, contando com apresentação da banda “Rigo e seu Conjunto” – embrião da Banda Cavalinho Branco.

Nasceu em 04 de maio de 1868 em Hamburg, Alemanha. Faleceu em Constantinopla, em 7 de março de 1917 com apenas 48 anos de idade, vítima de uma pneumonia. Está sepultado em Istambul – Turquia.

O terreno onde esteve e está instalado o icônico Restaurante Frohsinn, localizado no elevado conhecido como “Morro do Aipim”, é um local natural privilegiado e importante para a cidade de Blumenau sob várias óticas, desde a paisagística, histórica, geográfica e urbanística.

O terreno pertencia a Hermann Bruno Otto Blumenau e fazia parte de seu patrimônio pessoal. Quando o adquiriu, tinha planos de construir sua casa permanente de Blumenau neste local, o que não aconteceu. Encontramos um artigo publicado em 1929 assinado pela filha de Hermann Blumenau – Christine Blumenau, no qual informa que o fundador da cidade pretendia construir sua casa permanente no seu terreno localizado no Morro do Aipim, o qual ficou de herança para Pedro Hermann Blumenau, que por sua vez, doou às municipalidade, aos Blumenauenses.

Hermann Bruno Otto Blumenau, retornou para a Alemanha em 1884, 4 anos após a grande enchente onde viveu em Braunschweig, no atual estado alemão da Baixa Saxônia, com a família. Quem decidiu sobre o destino do terreno no Morro do Aipim, foi seu filho Pedro Hermann Blumenau, no início do século XX.

Blumenau – localização do Morro do Aipim.

Em 1893, o local do Morro do Aipim foi o cenário de uma batalha entre tropas do governo e os federalistas, durante a Revolução Federalista.

Blumenau – inicio do Século XX – Foto: do acervo Bruno Kadletz.

Em 10 de abril de 1911, devidamente registrada em Ata no mandato do prefeito Alwin Schrader, Pedro Hermann Blumenau, filho do fundador da cidade, doou o terreno da família, localizado no cimo do Morro do Aipim, à municipalidade de Blumenau.

Segue documento da doação do terreno, efetuado pelo filho de Hermann Blumenau. Observar o grifado.

Ata da Sessão Ordinária do Conselho Municipal de Blumenau do dia 10 de Abril de 1911

Aos 10 dias do mês de abril de 1911, às 10:30 horas da manhã, presentes os conselheiros Abry, Hering, Jensen, Fouquet, Germer, Hardt, Gadotti, e o suplente Braga e havendo número legal, o presidente abriu a sessão. Expediente: Um requerimento de Celso Mello e outros moradores do Rodeio pedindo abrir-lhes um caminho de carruagem. Ao superintendente para informar em oficio da Diretoria Geral de Estatística do Ministério de Agricultura pedindo informações sobre as escolas públicas. Ao superintendente para esclarecer e informar. Um relatório sobre episódio pelo Dr. Constantino Sloppe inteirado, O presidente comunicou a existência de defeitos na ponte novamente construída no bueiro no lote de Kretzartmar, Estrada Geral pelo que sustou o pagamento até nova informação pela respectiva comissão do Conselho O mesmo informou ao Conselho que achava necessária a criação do lugar de arruador. Levou de conhecimento do Conselho que o Sr. Blumenau, filho do fundador da colônia, ofereceu como doação à municipalidade o cine do Morro de Aipim, sob a condição de não levar mais cascalho do referido morro, bem como construir e preservar um caminho para o mesmo. O conselho aceitou a doação e assinando um voto de gratidão na ata autorizou o senhor presidente de levá-lo ao conhecimento do mesmo Sr. Blumenau.
O senhor presidente comunicou ao Conselho a viagem do senhor superintendente Alwin Schrader fazendo-se intérprete das despedidas dele. O conselheiro Jensen propôs o exame das contas e balancetes do terceiro distrito e do posto zootécnico. O conselheiro Hardt apresentou diversos talões sobre um imposto de olarias propondo que fosse examinado o caso, sendo que as duas propostas foram à respectiva comissão para se rem examinadas. Em seguida o sr. Superintendente apresentou as contas e balancetes relativos ao primeiro trimestre que foram também à comum são de finanças. Nada mais havendo a tratar, o senhor presidente deu por encerrada a sessão, marcando a próxima sessão para o dia 15 de maio. Sr. Eugen Fouquet, servindo de secretário a escrevi e assino. Em tempo, o conselheiro Jensen requereu também a apresentação de um pedido convencionando com o diretor do posto zootécnico.

Assinam:
Luiz Abry
Frederico Jensen
Tomé Braga
Arthur Germer
Max Hering
Eugen Fouquet
Henrique Hardt

Ata da doação publicada no “Blumenau em Cadernos”.
“Rigo e seu Conjunto” – embrião da Banda Cavalinho Branco.

A paisagem local do terreno permaneceu natural, com somente a presença do mirante natural até o ano de 1968, quando foi construída a edificação com as técnicas construtivas enxaimel e autoportante. O Restaurante Frohsinn foi inaugurado em 1969. O Grupo Folclórico Alpino Germânico, fundado em 29 de setembro de 1968 por Franz Zmazek e sua esposa, era uma das atrações do Restaurante Frohsinn em 1969. O grupo folclórico se apresentou no local entre os anos de 1969 até 1976. Faziam duas apresentações semanais para os visitantes. O nome do restaurante, a princípio, também era Alpino. Outra atração do local desde o ano de sua fundação, mais precisamente, a partir de 2 de julho de 1969, era Rikobert Döring e sua banda, ou, “Rigo e seu Conjunto”, que mais tarde daria origem à Banda Cavalinho Branco.
O Restaurante Frohsinn tornou-se um ponto muito bem frequentado, não por todas as esferas e representantes da sociedade de Blumenau, e perdeu a característica de um lugar público, pois mesmo sendo patrimônio público, foi usado, por anos, pelo setor privado sob as orientações de um contrato de concessão.

A cidade de Blumenau sempre foi carente de espaços públicos, e como esta área sob sua tutela, deveria preservá-la. Não terá capacidade de adquirir e construir tal espaço com a limitação de recursos que vem ocorrendo nos últimos tempos. A natureza sozinha já muito bem feita e com equipamentos adequados, será um grande espaço para cidade. Talvez fosse esta intenção de Hermann Pedro Hermann quando fez este presente à municipalidade.

Em 2003, a Prefeitura Municipal de Blumenau lançou um edital de licitação para a nova ocupação do Restaurante Frohsinn, que até então era usado sob concessão. O contrato de uso, especificado nesse edital era para um período de 5 anos. Uma das cláusulas do contrato esclarecia que se o interessado e contemplado, não precisava pagar aluguel, em um dos pontos mais valorizados sob ponte de vista paisagístico (mirante) e próximo da centralidade, histórico e urbanístico, se o mesmo arcasse com os custos da pavimentação da Rua Gertrud Sierich.

Localização da rua Gertrud Sierich. Google Earth.

Em 2004, a empresa vencedora da licitação iniciou a exploração do espaço nobre e público, sem ter cumprido a clausula que exigia a pavimentação da via pública. Cinco anos após, em 1909, que era o tempo determinado em contrato para o uso, a Prefeitura Municipal de Blumenau, na administração de Wilson Kleinubing, emitiu uma uma notificação extrajudicial cobrando o pré-acertado em contrato. Nada aconteceu e também, o imóvel não foi desocupado.
Em 2010 a Prefeitura Municipal de Blumenau entrou com um pedido de reintegração de posse, pela justiça. Em 2012, na administração de João Paulo Kleinubing, o restaurante foi fechado e seu mobiliário foi retirado, sob ordens da Prefeitura Municipal de Blumenau.
No ano seguinte, em 2013, a justiça determina que o edifício retornasse ao poder da administração pública, que previa, entregá-lo novamente para o setor privado, com um novo contrato, quando em 2014, na administração de Napoleão Bernardes, a Prefeitura Municipal de Blumenau expressou o interesse em vender o terreno doado por  Pedro Hermann Blumenau à municipalidade, onde foi construído o restaurante que ficou conhecido como Frohsinn. A intensão de venda foi freada, quando o Conselho Municipal de Cultura de Blumenau emitiu uma resolução contra, assinada pela presidente Jacqueline Bürger, o que deu início a um grande debate público, envolvendo vários segmentos sociais, políticos e privados e instituições de Blumenau, cuja o tema da pauta, muito interessava a imprensa local, que publicava ostensivamente qualquer nova informação sobre o embate. Com isso temos muito material para este registro histórico.
Houve outras manifestações na cidade, contrárias a venda.

Setembro de 2013 – Grupo “Vamu Si Uní” Chamando atenção para o estado do patrimônio público.

Em setembro de 2013, houve a manifestação do grupo “Vamu Si Uní” no Morro do Aipim. A iniciativa, chamou atenção da sociedade de Blumenau, principalmente de diversas entidades de Blumenau ligados à cultura. Após esta data, a administração pública de Blumenau isolou o local e colocou tapumes nas abertura da edificação onde funcionava o Restaurante do Frohsinn.
Em janeiro de 2014, através das redes sociais, aconteceu uma campanha para que o uso do “Frohsinn” – situado no Morro do Aipim, e todo seu entorno, retornasse a ser de utilidade pública, para o uso público e para os blumenauenses. Os envolvidos desejavam que a venda do patrimônio, informação vinculada na mídia ao longo de semanas, fosse somente especulação. As manifestações contrárias à venda deste patrimônio teve origem em diversos segmentos sociais e tomou grandes proporções.
Nesta campanha, em especial, lembravam da história da doação à municipalidade e, de como este tornou-se patrimônio da cidade. Também foram feitas sugestões para o uso mais apropriado, de acordo com os objetivos da família que doou – Família do fundador – Blumenau.

Material divulgado

O Restaurante Frohsinn, localizado no alto do Morro do Aipim, no Bairro Vorstadt, em Blumenau, em foto de novembro de 1973. O local, que é um dos principais pontos turísticos da cidade, foi desocupado em outubro de 2012, por determinação da Justiça, e hoje encontra-se fechado. (Imagem: acervo de Wanderley Pugliesi) – Foto Clic RBS 15/06/2013 | N° 12908.

O terreno pertencente ao Dr. Blumenau denominado Morro do Aipim foi doado ao município de Blumenau por seu filho Pedro Hermann em 1911, local este de extremo valor histórico por ter sido palco da guerra dos revolucionários em defesa da República. Além de ser um bem comum da cidade de Blumenau e de seus munícipes. Sou contrária a venda ou privatização do Imóvel situado no Morro do Aipim, antigo prédio do antigo Frohsinn. O patrimônio foi doado ao município e não à prefeitura municipal. O espaço deveria ser utilizado principalmente ou exclusivamente para manifestações culturais e turísticas como espaço multicultural, expográfico e museológico.

Campanha do “Vamo Si Uni”. Voluntários atenderam ao chamado das redes sociais, compareceram e fizeram sua parte, limpando o patrimônio histórico arquitetônico.

Também houve manifestações no setor de “Cartas” do Jornal de Santa Catarina.
Setor de cartas do Jornal Santa dias 14 e 18 de janeiro de 2014.

14/01/2014 | N° 13088
CARTAS
FROHSINN
Li o comentário do colunista Valther Ostermann sobre a venda do imóvel do antigo restaurante Frohsinn (Santa, 13 de janeiro) e preciso expor a seguinte ideia: o valor do patrimônio material está na terra, que tem oferta limitada dentro de uma cidade. O valor é ainda maior quando está localizado numa área central como esta – local livre de enchente e com vista panorâmica da cidade. Deixe o terreno do Morro do Aipim lá. No momento, se nada for feito, já é um mirante natural, que é nosso. Ideias para seu uso não faltarão. Se for transformado em um saco de dinheiro, o que acontecerá? Se Blumenau quiser adquirir o terreno de volta, conseguirá? É visível a incoerência.
Angelina Wittmann
Arquiteta – Blumenau

18/01/2014 | N° 13092
CARTAS
FROHSINN
Concordo com a carta da arquiteta Angelina Wittmann, a respeito do Frohsinn (Santa, 14 de janeiro). A localização é ultraprivilegiada, sendo um mirante para a cidade e, especialmente, livre de enchentes. Importa que a comissão que estuda o assunto analise os prós e contras para a tomada de decisão. Uns pretendem, com o dinheiro advindo da venda, um hotel, outros o Mercado Público Municipal. Se Blumenau pretende ser cidade turística, não pode desfazer-se desse patrimônio, pois o Frohsinn é um patrimônio histórico.
Almerindo Brancher
Aposentado – Blumenau

Jornal de Santa Catarina – Coluna
Publicado em 23/01/2014
N° 13096
Coluna: Viegas Fernandes da Costa
O Frohsinn não está à venda
“…Defender a venda da propriedade ocupada pelo Frohsinn constitui-se em atentado contra o patrimônio histórico da cidade e ao interesse público. O terreno no qual está instalado o prédio foi doado diretamente pelo filho de Hermann Blumenau à municipalidade em 1911. Trata-se, portanto, do último espólio legado por Dr. Blumenau à comunidade que ajudou a criar. (…) Pertence aos cidadãos desta cidade, tão carentes de espaços de lazer e cultura. Cabe a nós, cidadãos, decidirmos pelo destino do Frohsinn. Não me recordo, entretanto, da Secretaria de Turismo ter chamado audiências para debater tema tão importante. Não há preço que pague o valor simbólico desta propriedade no Morro do Aipim, que em 1893 serviu de trincheira aos blumenauenses quando combateram as tropas federalistas dispostas a invadir a cidade. Do seu mirante temos a mais exuberante vista da curva do rio. O antigo Frohsinn poderia abrigar nosso museu de arte, salas de leitura e de exibição de filmes e uma feira de artesanato. Seu entorno poderia servir como área de lazer. Afinal, como patrimônio público que é, deve atender aos interesses da população e não aos de uma minoria responsável por impor uma lógica que está tornando Blumenau uma cidade cada vez menos interessante e mais restrita.”

Conselho Municipal de Política Cultural, também se manifestou e protocolou junto ao prefeito, ao Secretario de Turismo, Câmara de Vereadores e o Presidente da Fundação Cultural uma resolução assinada pela presidente Jaqueline Bürger, repudiando a venda do imóvel localizado no Morro do Aipim. Aproveitou o documento e requereu a ocupação imediata, após as devidas reformas emergenciais, para fins culturais e turísticos de acesso gratuito e facilitado a comunidade.

Resolução NR. 001/2014

O Conselho Municipal de Politica Cultural de Blumenau, órgão colegiado, paritário, de caráter permanente, de natureza consultiva e deliberativa, Integrante da estrutura administrativa do Poder Executivo Municipal vinculado a estrutura do Sistema Municipal de Cultura e ao Sistema Nacional de Cultura, responsável pela atuação na formulação de estratégias e controle da execução e aplicação das politicas públicas de cultura do Município de Blumenau, no uso das suas competências e atribuições estabelecidas na Lel 833/2011 e Lei 904/2013, em reunião ordinária.

CONSIDERANDO QUE:

O terreno pertencente ao Dr. Blumenau denominado Morro do Aipim foi doado ao município de Blumenau por seu filho Padro Hermann em 1911, local este de extremo valor histórico por ter sido palco da guerra dos revolucionários em defesa da República. Além de ser um bem comum da cidade de Blumenau e de seus munícipes. (anexo Ata do Conselho Municipal de Blumenau de 1911, publicada na Revista Blumenau em Cadernos/Agosto de 1997)
Após 163 de sua fundação, Blumenau cresceu, evoluiu e prosperou, hoje sendo um dos mais importantes centros turísticos do pais. A cidade oferece aos visitantes produtos artesanais e coloniais típicos da região, tradições culturais da imigração que estão estampadas no património edificado e na culinária tradicional. Este aglomerado cultural é patrimônio imaterial da cidade de Blumenau e deve ser protegido.
Um projeto de reurbanização do espaço bastante aguardado, está presente no Projeto Blumenau 2050, que valoriza o Morro do Aipim com um belíssimo elevador panorâmico – proporcionando o potencial turístico com caminhadas e roteiros ecológicos e um majestoso Museu Contemporâneo.
Para que ocorra qualquer alteração da proposta presente no Projeto Blumenau 2050, as mesmas devem ser submetidas ace Conselhos de Planejamento. Conselho Municipal de Politica Cultural, Conselho de Turismo, Conselho de Patrimônio Histórico e outros pertinentes, bem como propiciar uma audiência pública para discutir com a sociedade o que deve ser feito com este bem comum doado ao município.

RESOLVE

Manifestar-se CONTRARIO sobre a venda, cedência ou privatização do Imóvel atuado no Morro do Aipim, prédio do antigo Restaurante Frohsinn.
Que o Poder Público Municipal consulte aos Conselho de Planejamento, Conselho Municipal de Política Cultural, Conselho de Turismo, Conselho de Patrimônio Histórico e a comunidade de Blumenau sobre a venda do Imóvel.
-Que o Poder Público Municipal crie Lei de Patrimônio Imaterial do Morro do Aipim pela relevância Histórica e Cultural do mesmo,
-Que o Poder Público Municipal e Secretaria de Turismo não vendam, concedam ou privatizem o imóvel localizado no Morro do Aipim, antigo imóvel cedido ao restaurante Frohsinn;
-Que o Poder Público na atual gestão priorize o Plano do Projeto Arquitetônico previsto no Projeto Blumenau 2050, contemplando o espaço com elevador panorâmico, teleférico e museu contemporâneo, através de iniciativas público-privadas, sem que haja a perda ao município da posse do imóvel:
– Que o Poder Público Municipal realize, em caráter emergencial, reforma paliativa que garanta segurança a estrutura do imóvel e quem venha nele a circular,
– Que o Poder Público Municipal permita o uso compartilhado do espaço entre Secretaria de Turismo e Fundação Cultural de Blumenau ou o ceda a Fundação Cultural de Blumenau:
-Que o Poder Público Municipal habilite o espaço para que seja utilizado principalmente ou exclusivamente para manifestações culturais e turísticas como espaço multicultural, expográfico e museológico.
Cabe o poder público garantir o requerido, devidamente exposto, ficando o mesmo Impossibilitado de vender o patrimônio que foi doado ao município e não a prefeitura municipal
Salientamos ainda a profunda necessidade de garantir a ocupação imediata do Imóvel pela Fundação Cultural de Blumenau.
Esta resolução entra em vigor na data de sua publicação.

Blumenau, 14 de janeiro de 2014.

Jacqueline Bürger
Presidente do Conselho Municipal de Politica Cultural de Blumenau

Resolução NR. 001/2014.

No final do mês de janeiro de 2014, aconteceu, mais uma vez, o debata na coluna do leito do Jornal de Santa Catarina.

Publicado em 25/01/2014
N° 13098
CARTAS
FROHSINN
Não tenho absolutamente nada a acrescentar ao artigo “O Frohsinn não está à venda” (Santa, 23 de janeiro). Desculpe, mas é uma vergonha para quem o blumenauense ter que conviver com tamanho absurdo de vender o Frohsinn. Blumenau foi cidade exemplo de turismo no Brasil e hoje as autoridades envolvidas com esse assunto sinalizam que querem talvez vender um dos mais importantes sítios do patrimônio turístico da cidade.
Dagoberto Blaese Jr
Agente de Viagens – Blumenau

Publicado em 28/01/2014
N° 13100
FROHSINN (1)
É inadmissível o poder público querer vender patrimônios públicos para sanar pendências mal administradas. Blumenau não merece isso! Já perdemos uma área (antigo campo do BEC) que poderia ter sido adquirida pela prefeitura e transformada em parque. Estão querendo vender um terreno ao lado do Parque Ramiro, que muito bem poderia ser anexado ao parque. Agora querem vender também o Frohsinn. Uma cidade é boa de se viver quando a administração promove uma cidade para as pessoas.
Wilberto Boos
Blumenau

29/01/2014 | N° 13101
CARTAS
Concordo plenamente com o leitor Wilberto Boos (Santa, 28 de janeiro). Pagam quase R$ 50 mil mensal para alugar um espaço para a Câmara de Vereadores e ainda atrapalhar a logística do trânsito local. Então pergunto: além de querer vender mais um patrimônio histórico adquirido e merecido da cidade de Blumenau por herança, por que não instalar a Câmara dos Vereadores no Frohsinn? Poderiam aumentar o local e revitalizá-lo com uma praça pública, além de levar todo o trânsito para uma área longe das ruas centrais.
Gilmar Feltz
Blumenau

Em 30 de janeiro de 2014, o Jornal de Santa Catarina publica um editorial sob o título “O que será do Frohsinn?” Não fomos convidados a contribuir com este material. A matéria foi assinada pela repórter Sarita Gianesini.

Jornal de Santa Catarina – 30 de janeiro de 2014
30/01/2014 | N° 13102
Morro do Aipim
O que será do Frohsinn?

Até março prefeitura vai definir destino de área histórica no morro do Aipim em Blumenau
O futuro do restaurante Frohsinn será definido até março. Enquanto a construção no topo do morro do Aipim aguarda fechada sob tapumes e pichações, prefeitura e sociedade debatem qual o melhor destino para o ponto de referência no sul da cidade.
Desde o início do ano são consideradas a venda e o lançamento de um novo contrato de concessão. Dia 14, depois de uma resolução do Conselho Municipal de Política Cultural de Blumenau, a transformação do Frohsinn em local para manifestações culturais e turísticas com administração pública se juntou às opções cotadas pelo município. Além dessas três ações, um grupo cogita pedir o tombamento do morro do Aipim transformando o espaço em patrimônio paisagístico.
Antes de decidir o destino do Frohsinn, a prefeitura pretende regularizar a área. A construção não possui registro no cadastro imobiliário e terrenos serão desmembrados para ser individualizada a área do complexo do morro do Aipim, segundo o secretário de Planejamento de Blumenau, Alexandre Gevaerd.
Ricardo Stodieck, titular da Secretaria de Turismo, garante que, após a conclusão dessas etapas, a discussão sobre o futuro do Frohsinn será estendida à sociedade através dos conselhos municipais:
– Durante quatro décadas foi importante o uso do Frohsinn como ponto turístico. Se vem a proposta do uso cultural, vamos discutir também. O governo não tem opinião formada, mas vai resolver isso ainda no primeiro trimestre.
A presidente do Conselho Municipal de Política Cultural, Jacqueline Bürger, deixa clara a posição da entidade deliberativa:
– Se formos analisar bem, todo aquele morro foi doado para Blumenau. O prédio é parte do patrimônio público. Perdemos tanta coisa ao longo dos anos, não está na hora de perder mais.
O integrante do grupo Vamo Si Uní, Luís Guilherme Holl, se manifestou no Facebook e disse que o Frohsinn é público, por isso deve ser mantido como tal. “Não queremos ser privados daquele lugar. Queremos que qualquer pessoa possa subir no mirante e desfrutar da vista sem ter que pagar por isso”, disse ele.
O tombamento é a ideia do advogado e integrante do Conselho Municipal do Patrimônio Histórico, André Jenichen. Ele prepara ações para encaminhar o pedido de conservação para prefeitura, Fundação Catarinense de Cultura (FCC), Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e Judiciário.
– É um patrimônio público. Como se vai vender um ponto turístico da cidade? – questiona o advogado.
Jenichen acredita que o tombamento é uma forma de garantir o acesso da população ao local. Sarita Gianesini

Em 10 de fevereiro de 2014, a repórter Magali Moser assinou a matéria do jornal Sinsepes – Expressão Universitária – FURB com o título: “Possível venda do Frohsinn levanta discussão em Blumenau”.

Enquanto prefeitura e sociedade não entram em acordo, o destino do Frohsinn permanece incerto. Sob tapumes e pichações, a construção histórica no Morro do Aipim espera uma definição. A venda e o lançamento de um novo contrato de concessão estavam entre as possibilidades consideradas pelo governo municipal. As pressões populares levaram à hipótese de transformação do Frohsinn em local para manifestações culturais, além ainda da ideia de tombamento do morro do Aipim como patrimônio paisagístico. Diante da polêmica, o Expressão Universitária ouviu alguns dos representantes envolvidos diretamente nesta discussão e ainda consultou especialistas, a fim de garantir a promoção do debate sobre o futuro do espaço como patrimônio blumenauense.
O último prato típico alemão servido no restaurante ocorreu em 21 de outubro de 2012. A falta de cumprimento das cláusulas do contrato e o atraso nos aluguéis estão entre os motivos da batalha judicial que garantiu à prefeitura a reintegração de posse. Fechado por decisão judicial, o local aguarda por uma solução por parte do poder público municipal, que promete definições ainda para este primeiro semestre. O imóvel está abandonado e sofre com depredação. Em coluna publicada no Jornal de Santa Catarina, em janeiro deste ano, o escritor e historiador Viegas Fernandes da Costa denunciou a possível venda da sede do antigo restaurante Frohsinn. “Defender a venda da propriedade ocupada pelo Frohsinn constitui-se em atentado contra o patrimônio histórico da cidade e ao interesse público. O terreno no qual está instalado o prédio foi doado diretamente pelo filho de Hermann Blumenau à municipalidade em 1911. Trata-se, portanto, do último espólio legado por Dr. Blumenau à comunidade que ajudou a criar. Não pertence ao Stodieck, tampouco ao Napoleão. Pertence aos cidadãos desta cidade, tão carentes de espaços de lazer e cultura. Cabe a nós, cidadãos, decidir pelo destino do Frohsinn”, analisou.
O escritor concluiu ainda que não há preço que pague o valor simbólico desta propriedade no Morro do Aipim. Ressaltou que do mirante temos a mais exuberante vista da curva do rio e que o antigo Frohsinn poderia abrigar nosso museu de arte, salas de leitura e de exibição de filmes e uma feira de artesanato. Afinal, como patrimônio público que é, deve atender aos interesses da população.

Parcela da população civil organizada no grupo “Vamu Si Uni” no espaço do Frohsinn, em manifestação contra a venda.

A opinião manifestada provocou repercussão entre a comunidade e imprensa blumenauense. O Conselho Municipal de Política Cultural também se manifestou contrário a venda, com uma carta de repúdio assinada pela presidente Jacqueline Burger. Assim como o jornalista Giovanni Ramos, do portal Controversas, que também se posicionou contrário à venda. Valter Ostermann e Carlos Tonet preferiram a privatização, algo que era feito até agora (em forma de concessão).
Em setembro do ano passado, os órfãos da Prainha que ajudaram a limpar o terreno do Frohsinn utilizaram o espaço público para promover mais uma edição do “Vamo Se Uni”, iniciativa criada para incentivar o uso e a ocupação dos espaços públicos como lugares de convívio e troca cultural. O evento terminou com ação policial e posteriormente o Frohsinn foi coberto por tapumes de madeira a fim de evitar o acesso da comunidade ao local.
A casa onde foi erguida em 1968 е о restaurante de culinária alemã inaugurado em 1969. O terreno foi doado ao município pelo filho de Dr. Blumenau, Pedro Hermann Blumenau, em 1911. A prefeitura abriu edital e iniciou a exploração do espaço em 2003. Moser, 2014

Nossa contribuição, como urbanista, para a matéria de Moser, 2014.

Nossa opinião profissional para a matéria de Moser.

Neste momento lembramos que o lixo e a estrutura são, dos males e problemas das áreas públicas, os menores. Pode-se construir e limpar. Difícil é encontrar área desta importância na área central da cidade, além , do seu valor cultural, com base em sua história.
Em 2 de abril de 2014, Clic RBS em matéria assinada pelo jornalista Francisco Fresard, alertava sobre a divulgação da avaliação do Patrimônio que estava para acontecer e lembrava do estado de abandono da edificação enxaimel sobre o Morro do Aipim.

Até o fim de abril a prefeitura de Blumenau deve decidir qual o melhor destino, na opinião do poder público, para o espaço do Frohsinn, no Morro do Aipim. As possibilidades são: concessão, venda ou aproveitamento próprio. É o que diz o secretário de Turismo, Ricardo Stodieck:
– Saindo a licitação para o Biergarten, já deveremos ter definida a posição sobre o Frohsinn.
Stodieck deixa claro que a opção escolhida pela prefeitura será discutida em quatro conselhos que representam a sociedade: Planejamento, Cultura, Patrimônio Histórico e Turismo. Só depois dessa discussão é que o martelo será batido em definitivo.
Que o façam o quanto antes. Estive lá na semana passada para mostrar a um parente turista a melhor vista da cidade. Nem como mirante o local está estruturado, apesar da divulgação nos folhetos da prefeitura como tal.
Não há como explicar a um visitante o porquê de tanto lixo, abandono e falta de segurança. Pancho, 2 de abril – Postado por Pancho, às 13h51

Em 28 de maio de 2014, o Conselho de Turismo de Blumenau emitiu parecer positivo para a venda do patrimônio público – o Restaurante Frohsinn e o terreno público.

O Conselho Municipal de Turismo aprovou ontem os planos da Secretaria de Turismo para o espaço antes ocupado pelo Frohsinn, no Morro do Aipim. A ideia do governo é tombar o imóvel e vendê-lo para exploração exclusiva de alguma atividade relacionada ao turismo.
Hoje a mesma discussão será feita com o Conselho Municipal de Patrimônio Histórico e até a primeira semana de junho o secretário de Turismo, Ricardo Stodieck, também vai ouvir os conselhos de Cultura e de Planejamento Urbano. Se todos aprovarem, o imóvel deve ser tombado e vendido como desejado pela secretaria. Pancho, 28 de maio de 2014

Olá Angelina,
O coletivo “Vamo Si Uní” esta mobilizando um encontro para esse domingo lá no estacionamento do Frohsinn (se não chover). Estamos articulando uma feira de trocas, atrações musicais e queremos mobilizar um debate sobre o Frohsinn. Estamos procurando pessoas que se sintam aptas e tenham vontade de se mobilizar a respeito daquele lugar.
Uma boa semana. L. G. H. 26 de maio de 2014

Em 5 de junho de 2014, foi publicado na imprensa local, que o Conselho Municipal de Planejamento Urbano – COPLAN aprovou a venda do patrimônio.

O Conselho Municipal de Planejamento (Coplan) aprovou ontem, por 20 votos a quatro, a ideia da Secretaria de Turismo de vender o imóvel do antigo restaurante Frohsinn no Morro do Aipim. Também aprovou as condições para a possível venda: preservação do imóvel e exploração de atividade ligada ao turismo.
Com isso, a secretaria tem o aval de dois dos três conselhos ouvidos. No terceiro houve empate. Falta levar a discussão para o Conselho Municipal de Cultura. Ainda não há data para a reunião.
A secretaria decidiu consultar os conselhos para que eles ajudassem na tomada de decisão de vender ou não o imóvel. Quis o secretário Ricardo Stodieck ouvir, de certa forma, a comunidade.
Alguns questionam, dizendo que os conselhos não representam a comunidade, já que em grande parte eles são formados por órgãos do governo municipal. Votariam, então, a favor de qualquer ideia da prefeitura.
Ora, se assim for, que lutem pelas mudanças nas composições dos conselhos.
Discussão não foi encerrada.
O que mais me preocupa nessa história é a venda em si. Tento imaginar quem investiria em um imóvel praticamente destruído com o ônus de reformá-lo, preservá-lo e ainda explorar uma atividade relacionada ao turismo.

Narrativas – o imóvel público não perdeu o valor imobiliário, histórico e urbanístico por ter estado abandonado. Não há data de validade, mas sim o valor do local sob todos os aspectos citados.

No mês de maio ainda, foi criado um grupo em uma plataforma com o nome: “Movimento contra a venda do Frohsinn”.
Em 6 de junho de 2014 foi noticiado no Clip RBS, na categoria Cultura, de que fazia 6 meses que o Conselho Municipal de Cultural não se reunia.

O atraso é dado como normal pelo poder público, mas incomoda quem queria estar mais atuante no setor cultural. Há exatos dois meses, completados ontem, Blumenau está sem Conselho Municipal de Cultura (CMC). Há nesse atraso burocrático, ao meu ver, um pouco de descaso com a função do CMC, principalmente agora que a prefeitura diz que quer ouvir o conselho para definir o futuro do Frohsinn.
No dia 5 de abril, durante a Conferência Municipal de Cultura, houve eleição, concorrida inclusive, com interessados em compor o quadro do conselho. Dali, o documento foi para a prefeitura, onde aguarda até hoje publicação que vai oficializar o CMC e permitir que as reuniões e ações ocorram.
Segundo o presidente da Fundação Cultural de Blumenau, Sylvio Zimmermann, os trâmites ocorrem no prazo normal e os adiamentos da posse dos conselheiros ocorreu para não atropelar outros processos, como o Salão Elke Hering, o encontro do Conselho Nacional de Incentivo à Cultura e a assinatura dos contratos do Fundo Municipal de Apoio à Cultura. Segundo Zimmermann, o documento já está assinado e no dia 26 o CMC será empossado.
Entre o grupo eleito para o conselho, porém, o processo é visto como um atraso e atrapalha as atividades do CMC. Segundo a ex-presidente do conselho, Jacqueline Bürger, ações e discussões como a minuta da lei de isenção fiscal para a cultura, atividades do plano de cultura e a criação e implantação do Museu da Imagem e Som (MIS) ficaram prejudicadas.
Além disso, voltando à questão do Frohsinn, a não efetivação do conselho impediu, inclusive, uma participação de forma mais incisiva desde o início sobre o futuro do espaço no Morro do Aipim. Ou seja, a prefeitura quer ouvir um órgão que ela instituiu oficialmente ainda. Vinicius, às 9h11 – Categorias: Cultura

Nesse mesmo dia, o Clip RBS publica a matéria noticiando que o núcleo Blumenau do Instituto de Arquitetos do Brasil – IAB, se manifestou contra a venda do patrimônio.

O núcleo Blumenau do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB) é contra a ideia da Secretaria Municipal de Turismo de vender o imóvel que abrigou o Frohsinn, no Morro do Aipim. Enaltece, em ofício, o “valor histórico, referencial paisagístico e turístico” que representa o espaço.
Discorda da maneira com que o poder público conduz as consultas que faz a conselhos municipais sobre o assunto. Sugere, como já fez sem sucesso o vereador Jefferson Forest (PT), a realização de uma audiência pública para debater o tema. Por fim, coloca-se à disposição para discutir alternativas para o espaço.
O aval necessário para a prefeitura vender o imóvel vai demorar. Apesar de ter dois conselhos favoráveis e um indefinido, o secretário Ricardo Stodieck quer ouvir o Conselho Municipal de Cultura. O problema é que, como bem explicou o colega Vinicius Batista no blog Contracapa, os conselheiros ainda não tomaram posse. Além disso, tem toda a discussão e trâmite necessários na Câmara Municipal.
Com tempo, tem muita gente contrária à venda que está se organizando para levantar o tema no momento certo. Enquanto isso, o abandono e a insegurança no belo mirante continuam. Infelizmente. Pancho, às 21h54

A Associação Catarinense de Preservação da Natureza – ACAPRENA, também decidiu sobre o assunto, em reunião interna ocorrida em 3 de julho e publicada para a comunidade de Blumenau em 28 de junho de 2014. Segue a imagem do ofício – com data de 28 de junho de 2014, e anexos, assinado pela Presidente da Entidade – a professora Lúcia Sevegnani. Os documentos foram endereçados: ao Prefeito Municipal de Blumenau – Napoleão Bernardes; ao Conselho Municipal de Planejamento Urbano; ao Conselho Municipal de Meio Ambiente; ao Institutos de Arquitetos do Brasil – IAB e à FAEMA.

Reunião da ACAPRENA, presidida pela professora Lúcia Sevignani.

Oficio nº 20/2014
Blumenau 28 de junho de 2014

Ao Prefeito Municipal de Blumenau
Ao Conselho Municipal de Planejamento
Ao Conselho Municipal de Meio Ambiente
Ao Instituto de Arquitetos do Brasil
À FAEMA

Assunto: Frohsinn e Morro do Aipim

Excelentíssimos Senhoras,
A ACAPRENA Associação Catarinense de Preservação da Natureza, ONG conservacionista reconhecida de utilidade pública pelo Município de Blumenau e Estado de Santa Catarina, fundada em 1973, com 41 anos de existência e ação em prol da biodiversidade e do Património Histórico, membro atuante do Conselho Estadual do Meio Ambiente, do Conselho Consultivo do Parque Nacional da Serra do Itajaí e em Blumenau dos Conselhos Municipais de Meio Ambiente, Planejamento e Saúde, vem manifestar as autoridades sua opinião o fazer questionamentos em relação ao terreno situado no Morro do Aipim, na Rua Gertrud Sierich, imóvel que abrigou o antigo Frohsinn, conforme segue:

1. Entendemos que legalmente esta propriedade é de domínio público do Município de Blumenau e a seus cidadãos pertence, desde a doação feita pela família do Dr. Blumenau (Figura 2),
2. Consideramos que Município de Blumenau carece de áreas públicas com uso público organizado e estimulado, cujo espaço em foco pode minimizar esta deficiência;
3. Constatamos que a maior parte do terreno encontra-se em acentuado aclive (APP de encosta e margem de curso d’água conforme o novo Código Florestal Figura 1), restrito para edificações (ZPA-Figura 2) e, portanto, deve ser preservado, para evitar escorregamentos de encosta, a exemplo do ocorrido em novembro de 2008;
4. Ressaltamos que a floresta existente em grande parte da propriedade encontra-se em estádio avançado de regeneração pertence ao bioma Mata Atlântica e sujeita a esta Lei (Figura 1);
5. Questionamos a legalidade das ocupações por residências existentes no Morro do Aipim, nesta propriedade pública (Figuras 1 e 2). Bem como, solicitamos explicações relativo a falta de floresta na parte alta da propriedade, em direção à Empresa Sulfabril, conforme indicado na Figura 1.
6. Destacamos que a falta de recursos financeiros, de visão e criatividade dos governantes não justifica a perda deste importante sitio natural, cultural e histórico do Município;
7. Entendemos que a privatização do imóvel (Figura 2) e destinação para o mesmo ou outros fins, não garante que o local seja bem administrado, a exemplo de outros existentes no Município
Diante do exposto a Acaprena vem ratificar seu posicionamento CONTRÁRIO A PRIVATIZAÇÃO DO REFERIDO IMÓVEL PÚBLICO, unindo-se a manifestação do Instituto de Arquitetos do Brasil.

Cordialmente,

Dra. Lucia Sevegnani
Presidente da Acaprena

Em 13 de julho de 2014 aconteceu mais uma mobilização do grupo “Vamu Si Uní”, no qual foi citado o trecho da constituição brasileira, para legitimar o movimento, mediante a sociedade de Blumenau.

Ação Popular Art. 5º – CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL
Qualquer cidadão é parte legitima para propor Ação Popular que vise anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o estado participe, a moralidade Administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural.

Nossos registros do Morro do Aipim e do Frohsinn, olhando da Prainha, em 2014.

Frohsinn fotografado da Prainha, no mesmo estado de conservação do mirante, sem condições de uso.

Artigo do advogado Edson Passold, na Coluna do Jornal de Santa Catarina, publicado em 12 de julho de 2014.

O que fazer do Morro do Aipim
EDSON PASSOLD
Advogado
Blumenau sofre de uma carência crônica de parques públicos. Digno do nome temos apenas o Parque Ramiro Ruediger, que é um sucesso absoluto de público. Blumenau precisa mais. Com a conclusão da obra da margem esquerda, existe a promessa de um parque ciliar que dará aos que aqui vivem e aos que visitam nossa cidade uma opção para atividades de lazer, tendo como brinde o belo visual do Rio Itajaí-Açu.
Pergunto: por que não integrar a essa empreitada o Morro do Aipim, onde está localizado o que já foi o Restaurante Frohsinn? Seria um empreendimento que permitiria resgatar a vocação turística de Blumenau. A área do Morro do Aipim, que não é só aquela ocupada pelo prédio em estilo enxaimel, de veria ser integrada ao parque ciliar central. Trilhas para caminhadas e rotas para ciclistas, teleférico ou elevador panorâmico seriam excelentes atrativos. E um restaurante poderia voltar a funcionar. Certamente belos projetos podem ser concebidos, sem que o ambiente natural seja prejudicado. E sem que seja preciso vender o patrimônio público.
O Parque Tanguá, em Curitiba, localizado em lugar acidentado, foi adaptado de tal forma que virou uma magnífica atração turística. O Parque Unipraias de Balneário Camboriú é outro modelo de adaptação e integração entre cidade e ambiente natural. E Rodeio está construindo a maior tirolesa do Brasil.
Nossos administradores precisam ousar e está diante dos olhos uma excelente oportunidade de marcar nossa cidade com um empreendimento vistoso, de fácil acesso, que beneficie os moradores locais e agradem os que nos visitam. O que preocupa é a demora na implementação das ideias e dos projetos.
Porém, havendo disposição como houve quando decidiu- se pela construção da Vila Germânica em substituição à antiga Proeb/Famosc, com a participação de empreendedores priva- dos, as coisas podem realmente acontecer. Blumenau precisa e merece mais.

Em 17 de julho de 2014 recebemos uma importante contribuição, a qual, manuseando restos de documentos salvos de um incêndio, encontrou a Ata original da doação do terreno do Morro do Aipim à cidade de Blumenau.

Foto: Arquivo Histórico José Ferreira da Silva.
Foto: Arquivo Histórico José Ferreira da Silva.

Frohsinn e o incêndio

O edifício do Restaurante Frohsinn sofreu um incêndio que teve início por volta das 18h de 20 de agosto de 2014.

Matéria publicada por Francisco Fresard em 20 de 2014

Incêndio do Frohsinn poderia ser evitado?
20 de agosto de 2014
Sobre o fogo no Frohsinn, tenho uma coisa a dizer. O Corpo de Bombeiros foi chamado pelo menos uma vez no fim de semana para apagar um foco de incêndio no local. Pergunto: o dono do imóvel, leia-se poder público, tomou providências para evitar novas ocorrências semelhantes?
O fato é que um dos entraves para a desejada venda do imóvel pelo poder público era a vontade dos quatro conselhos consultados (Patrimônio Edificado, Cultura, Planejamento Urbano e Turismo) de preservar a casa que abrigou por mais de 40 anos o restaurante do Morro do Aipim.
A casa não existe mais.
Postado por Pancho, às 19h07

Frohsinn, incêndio
20 de agosto de 2014 – Clic RBS

Acontecendo agora, tendo se iniciado às 18h, aproximadamente. O impressionante foi a velocidade das chamas, que em poucos minutos tomaram todo o prédio.Valther Ostermann

Jornal de Blumenau
20 de Agosto de 2014
O incêndio de grandes proporções que atingiu o antigo restaurante Frohsinn, localizado no Morro do Aipim, no Bairro Vorstadt, foi criminoso.
As chamas começaram por volta das 18h de hoje, quarta-feira, 20 de agosto.

A prefeitura divulgou nota a respeito e cogita reconstruir o prédio nos mesmos moldes.
Câmeras foram furtadas e a prefeitura se preparava para reforçar a vigilância.
Durante o dia o local conta com vigias presenciais. O incêndio começou depois que o vigia saiu do local.
O imóvel era frequentado por usuários de drogas, principalmente maconha e crack.
O Corpo de Bombeiros foi acionado pouco depois das 18h e está no local trabalhando no controle do fogo. O Samae também foi acionado para ajudar no transporte de água para combater as chamas. Ainda não há informações sobre as causas do incêndio.
A maior parte estrutura do antigo restaurante foi danificada pelo fogo, que ainda não foi apagado totalmente, mas já está controlado. Parte do telhado também caiu e algumas das paredes ficaram comprometidas.
O Seterb e os Bombeiros pedem colaboração para os motoristas, que devem evitar transitar pelo local. A mata nos arredores também foi atingida pelas chamas, porém, segundo os Bombeiros, o fogo não deve se alastrar.
O imóvel está abandonado desde outubro de 2012, quando fechou por decisão judicial. A Prefeitura de Blumenau estudava a hipótese de vender a propriedade.
Da Redação

Incêndio na antiga sede do restaurante Frohsinn no Morro do Aipim em Blumenau
Agencia RBS
A prefeitura de Blumenau divulgou na noite desta quarta-feira uma nota oficial sobre o incêndio ocorrido na antiga sede do Restaurante Frohsinn, no Morro do Aipim.
Na nota a prefeitura afirma que havia um vigia durante o dia e monitoramento de vigilância privada. Além disso, informa que já tinha registrado outro foco de incêndio no local na semana passada. Osíris Reis

Em 21 de agosto de 2014, observamos a fotografia de Luciano Bernz e concluímos que a técnica enxaimel permite a recuperação. Esta técnica enxaimel permite isto. Há técnicos que a partir das ruínas podem efetuar todo o levantamento e detalhes. Sem contar que o neto do arquiteto responsável pelo projeto original da edificação mantém o projeto consigo. Matéria publicada pelo Clic RBS Fresard.

O Projeto Arquitetônico – HS Arquitetura

Projeto do Frohsinn. Ficou claro que o restaurante, originalmente, tinha o nome de Restaurante Alpino, como o grupo folclórico.

A existência do projeto foi lembrado, depois que a edificação enxaimel que recebia o antigo Frohsinn sofreu um incêndio, em 20 de agosto de 2014.

Quanto ao projeto, foi publicado um depoimento no neto do arquiteto que assinou o projeto do Frohsinn.

Emocionante o texto postado nas redes sociais pelo arquiteto Paulo Herwig, da HS Arquitetos, logo depois de testemunhar o incêndio que destruiu parcialmente o imóvel onde funcionava o restaurante Frohsinn, no Morro do Aipim, em Blumenau.
Paulo é neto de Henrique Herwig, carinhosamente chamado de Heini, mentor do projeto que faleceu no início dos anos 1990. Com autorização dele, reproduzo abaixo o texto em que pede desculpas ao avô por não conseguir impedir a destruição do imóvel.
Pois então Heini! Desculpa! Não sei o que te dizer… foi mal! Desculpa por eu não conseguir preservar a sua Obra! Tristeza também sinto, mas vergonha muito mais! Fui incapaz de me mexer… fiquei inerte, esperando tudo ser esquecido… ser reduzido a cinzas! Mas me comprometo a ir até lá amanhã cedo, buscar um pedaço da sua Obra, que deixarei na minha mesa de trabalho: para lembrar da incapacidade minha de poder preservar a sua História.
Muitas histórias de um projeto de 46 anos! Um desafio na época a ser construído, muito maior que o desafio de hoje a preserva-lo! Mas não adianta lamentar, apenas um pedido: me desculpa meu avô! Henrique Herwig, o Heine, foi mentor do Projeto e esteve a frente do Gerenciamento da Obra na década de 60!
PS: mas não precisa ficar irritado! Tenho o Projeto inteiro comigo, detalhe a detalhe! Quem sabe possamos algum dia, fazer uma réplica!
Paulo Henrique Herwig, arquiteto

Matéria assinada pelo jornalista Giovanni Ramos – Jornal Controversas, em 21 de agosto de 2014.

VERGONHA! Não há outra palavra para falar do incêndio do antigo restaurante Frohsinn, no Morro do Aipim. O fogo destruiu praticamente toda a edificação, construída em 1969 e que tinha se tornado um símbolo da cidade. A Prefeitura fala em reconstruir o lugar, mas não teve a capacidade de proteger o local.
O Frohsinn está abandonado desde outubro de 2012, quando a antiga administração tirou o antigo concessionário do local, por não cumprir cláusulas do contrato. O mandato acabou em dezembro do mesmo ano e a nova administração assumiu em janeiro de 2013 já com a missão de encontrar uma solução para o caso.
Em setembro de 2013, o movimento Vamo Si U

ní decidiu fazer seu evento junto ao prédio abandonado, ajudando a LIMPAR O LOCAL, o que eles chamavam de “vandalismo inverso”. A Prefeitura fechou o espaço semanas depois COLOCANDO TAPUMES na frente da edificação.
No começo deste ano a Prefeitura manifestou o interesse na VENDA do imóvel. O Controversas foi o primeiro a se manifestar contra e várias entidades da sociedade como a Acaprena e o Conselho Municipal de Política Cultural se posicionaram contra a venda. O vereador Jefferson Forest (PT) pediu uma audiência pública na Câmara para trata do assunto, mas os seus pares, em sua maioria da base do governo, rejeitaram o pedido.
Em maio, a Prefeitura voltou a afirmar o interesse pela venda e o movimento contra a venda só cresceu. Com quase dois anos de abandono, o prédio foi incendiado. Essa é a Alemanha sem passaporte. A Alemanha sem cuidado com o patrimônio.
QUANDO O VAMO SIUNÍ USOU O FROHSINN, COLOCARAM TAPUMES, SEGURANÇA, NÃO PODIAM FICAR LÁ. AGORA, PARA UM INCÊNDIO CRIMINOSO NINGUÉM VÊ?
UM PRINCÍPIO DE INCÊNDIO OCORREU HÁ POUCOS DIAS E MESMO NÃO CONSEGUIRAM PROTEGER
A Prefeitura quer reconstruir. Ok! Mas vão gastar uma fortuna na reconstrução para depois privatizar? Esse papo de condicionar a venda a uma determinada atividade não cola. O BEC ganhou um terreno do Governo do Estado há décadas para construir o Estádio Aderbal Ramos da Silva. A condição da doação era a finalidade esportiva. O clube faliu e o terreno foi leiloado para pagar as dívidas, ou seja, a tal condição foi para o espaço.
SE A PREFEITURA QUER UMA ATIVIDADE DE TURISMO NO LOCAL, QUE ALUGUE OU FAÇA POR CONTA PRÓPRIA, MAS VENDER O TERRENO QUE POSSUI A MELHOR VISTA DE BLUMENAU É UM ABSURDO
Mais do que reconstruir o prédio, a Prefeitura precisa tornar o terreno em volta um ESPAÇO PÚBLICO. Um pequeno parque junto ao mirante é o mínimo que o governo pode fazer depois dessa vergonha. Giovanni Ramos – 21 de agosto de 2014.

Nota oficial da Prefeitura Municipal de Blumenau – 21 de agosto de 2014.

NOTA OFICIAL
A Prefeitura Municipal de Blumenau lamenta o ocorrido no prédio do Frohsinn. Informa que havia um vigia da prefeitura durante o dia e monitoramento de vigilância privada no local. O Município já havia registrado roubo de câmeras de vigilância instaladas nesta administração e até mesmo um foco de incêndio na semana passada – que foi motivo de Boletim de Ocorrência policial, entre outros atos de vandalismo. Um sistema de alarme funcionava no local. Nem mesmo o fechamento do prédio com tapumes foi suficiente para evitar danos ao patrimônio público.
A Prefeitura já entrou em contato com Corpo de Bombeiros e instituições policiais solicitando rigorosa investigação sobre as causas do incidente.
O Município já estuda a possibilidade de reconstrução do prédio nos moldes do que foi destruído pelo incêndio, como forma de resgate histórico.

Santa – Jornal
22/08/2014 | N° 13287
INCÊNDIO
O Futuro do Frohsinn
Prefeitura revelou ontem que construção que foi atingida por incêndio tinha seguro.
A venda e outras alternativas para o que sobrou do antigo restaurante Frohsinn estão sendo discutidas pela prefeitura. Do local, que já foi considerado um ponto turístico de Blumenau, restou cerca de 50% após incêndio no fim da tarde de quarta-feira. Segundo o secretário de Turismo, Ricardo Stodieck, a prefeitura deve se posicionar sobre o futuro do imóvel até a próxima segunda-feira. Em maio deste ano a decisão do município sobre a venda foi discutida com os conselhos municipais de Turismo, Política Cultural, Patrimônio Cultural Edificado e Planejamento.
Stodieck também revelou ontem, após reunião sobre o assunto, que a construção no Morro do Aipim tinha seguro contra incêndios, enchentes e vendavais. O valor da apólice, no entanto, não foi revelado. O secretário prefere aguardar a análise da seguradora antes de divulgar os números.
A partir de agora a prefeitura também fica à espera dos resultados dos laudos dos Bombeiros e Instituto Geral de Perícias (IGP), que também devem ser encaminhados à seguradora. O seguro estava em vigor desde janeiro de 2013, feito após a reintegração da posse, que aconteceu em outubro de 2012.
– Não adianta falar o valor total da apólice agora. A seguradora precisa analisar a situação – disse o secretário.

Investigação

O gerente do Instituto Geral de Perícias (IGP) em Blumenau, Daniel Koch, não descarta a possibilidade de que o incêndio que atingiu a antiga sede do restaurante Frohsinn tenha sido criminoso. Ele esteve no local ontem de manhã com os Bombeiros para iniciar o trabalho de investigação. Segundo ele, o resultado da perícia deve sair entre 10 e 30 dias.
– Trabalhamos com hipóteses e vamos descartando até chegar nas mais prováveis. Uma delas é o que chamamos de chama acesa (quando é provocado por uma pessoa, com ou sem intenção), por isso não podemos excluir a possibilidade de incêndio criminoso. Só que ainda não encontramos nada que indique isso – explicou.
Sobre um possível curto-circuito, o perito diz não acreditar nessa possibilidade pois a energia elétrica estava desligada. Ele orienta que a população não vá até o local, pois ainda existe o risco de desabamento. O acesso ao imóvel é restrito e um guarda libera a entrada apenas para pessoas autorizadas. Ontem à tarde, porém, circulavam nas redes sociais fotos de pessoas que conseguiram entrar no local. Julimar Pivatto e Osíris Reis

A venda do terreno doado à municipalidade retorna em 26 de agosto de 2014

A administração pública notícia que iria encaminhar o assunto Câmara de Vereadores.

Em 29 de agosto de 2014, nos manifestamos novamente, na Coluna do Leitor do JSC:

Frohsinn

O Frohsinn enquanto território sob ponto de vista urbanístico, não poderia estar sendo especulado e seu destino decidido em secretarias, Conselhos e segmentos afins privados que não fosse dentro de secretarias do município ligadas ao urbanismo e planejamento urbano, que quase nunca vemos se manifestar nesta questão.
Angelina Wittmann Arquiteta e professora

Em 4 de fevereiro de 2015 foi noticiado no Blog do Pancho, que no dia 18 de fevereiro a Prefeitura Municipal de Blumenau publicaria o edital de licitação para a reconstrução do Restaurante Frohsinn.
Até então, não havia sido esclarecido a causa do incêndio, considerado por muitos como criminoso.
Até este momento, não foi esclarecida o incêndio criminoso.

Na época em que fizemos esta fotografia – da Prainha, escrevemos: Depois de tanto “barulho” o Frohsinn se encontra em uma nuvem de silêncio”.
O assunto foi resgato em junho de 2015. A jornalista Larissa Neumann escreveu no Jornal de Santa Catarina que a reforma do Frohsinn seria feita em duas etapas. A primeira etapa seria paga pelo seguro.

26 de junho de 2015
Jornal do Santa
História 26/06/2015 | 07h05
Reforma do antigo restaurante Frohsinn, em Blumenau, será dividida em duas partes
Primeira etapa será paga pelo seguro, mas não contempla itens como rede elétrica.

Em 20 de agosto de 2015, recebemos fotografias de uma pessoa que trabalhou no combate ao incêndio, com a mensagem:

Fui lá apagar o princípio de incêndio três vezes. (…) A empresa de segurança só fazia ronda a noite, mesmo assim, mais de uma vez colocaram fogo lá. então, por fim o criminoso colocou fogo às 17h, já sabendo que os vigilantes começavam a trabalhar às 19h, e então conseguiram. Luciano A.

Registros nossos feitos em 29 de agosto de 2015, da Beira Rio, centro de Blumenau, com uma lente especial. Não se poderia estar chamando a construção que fotografamos de “restauro” da edificação original do antigo Restaurante Frohsinn, que sofreu um incêndio misterioso e não esclarecido. A construção que estava em andamento apresenta outra volumetria.
Por que não foi efetuada esta recuperação, enquanto o restaurante estava fechado e decadente?
Esta obra está legalizada?
A anterior, mesmo histórica, não estava legalizada na Prefeitura Municipal de Blumenau.

Em 22 de outubro de 2015 é publicado que a obra será atrasada pelo em função da grande quantidade de chuva e do fornecimento de madeiras.

Mais notícia no JSC
História 22/10/2015 | 09h21
Obra do antigo restaurante Frohsinn, em Blumenau, tem prazo adiado
Chuva e fornecimento de madeira são os motivos do atraso na conclusão da reforma
Obra deve terminar só depois de dezembro em Blumenau
A primeira etapa da reforma do restaurante Frohsinn, destruído por um incêndio em 20 de agosto de 2014, deve encerrar depois de dezembro, prazo previsto inicialmente pela prefeitura de Blumenau. A chuva e o atraso no fornecimento da madeira cambará – que tem uma medida diferente do padrão e é usada na cobertura da estrutura enxaimel – fizeram com que a obra ficasse em ritmo lento por três semanas.
Segundo Rogério Pinheiro, sócio-proprietário da Soá Construtora, empresa responsável pela restauração do imóvel, além do atraso na encomenda da madeira especial, o tempo chuvoso também prejudica o andamento da obra:
— Ficamos três semanas praticamente parados por conta da entrega da madeira cambará, que precisa medir 12 metros para a cobertura e não é toda madeireira que faz, e também pelo tempo chuvoso. Depois da madeira chegar do Mato Grosso esperamos finalizar a estrutura do telhado entre outubro e novembro, se o tempo colaborar. Inicialmente o novo prazo de entrega da obra é janeiro.
A engenheira responsável pela planilha orçamentária e memorial descritiva do imóvel, Marli Rupp, que acompanha tecnicamente a obra do novo Frohsinn, conta que o cenário já mudou bastante. Onde antes só era possível ver as cinzas do Frohsinn agora já se consegue perceber a estrutura enxaimel levantada, o fechamento da alvenaria e a base da cobertura do imóvel.
— Como o trabalho é praticamente todo ao ar livre, o tempo precisa colaborar para que tudo seja finalizado. O trabalho deve retornar totalmente ainda nesta semana — conta sobre a obra que começou em 10 de junho e está orçada em R$ 380 mil, valor da indenização da seguradora.
O futuro do local após a reforma continua incerto. O secretário de Turismo de Blumenau, Ricardo Stodieck, conta que as discussões sobre quem assumirá o Frohsinn seguem abertas. Assim que for definida a ocupação a segunda parte da reforma, projetos hidráulico e elétrico serão baseados na necessidade de quem ocupar o prédio. Pamyle Brugnago

Registro fotográfico de 30 de janeiro de 2016.

A construção de um edifício novo, diferente daquele que existia.

Morro do Aipim – propriedade que foi de Hermann Blumenau. Pretendia construir sua casa neste local. A propriedade ficou de herança para seu filho Pedro Hermann Blumenau, que a doou à municipalidade. A edificação do Restaurante Frohsinn foi construída de maneira não legalizada – um restaurante construído com a técnica construtiva enxaimel, na década de 1960. Teve momentos áureos com visitantes ilustres. O espaço ficou elitizado, mesmo sendo um espaço público. Entrou em decadência na década de 2010. Foi “abandonado” à própria sorte e sofreu vandalismo. Levantou-se a hipótese de vender o patrimônio público. A comunidade de Blumenau reagiu à ideia sugerida pela administração pública. A edificação sofreu um incêndio misterioso em 2014. Não foi esclarecido. Com o dinheiro do seguro, foi iniciado o restauro da tipologia enxaimel. Observando as duas fotografias, a anterior e a seguinte, é notório de que não houve restauro, mas sim a construção de uma nova edificação.

Uma reflexão…

Por que este restauro/reforma, que seria muito mais em conta, não foi feito no período que o edifício estava fechado e em processo de degradação? Seria muito mais em conta e economizando verba pública e estaria, por certo, muito mais original no seu resultado final.

Edificação original que sofreu incêndio. Não ocorreu o restauro ou mesmo a reconstrução, mas sim, a construção de uma nova edificação para uso do setor privado, tal como tem ocorrido nas praças de Blumenau, implantada na administração que termina. Não mais foi mencionada a venda do patrimônio blumenauense.

Em 6 de setembro de 2017, surge o assunto antigo de 2012.

Após uma longa data e diante da troca de titulares nas pastas das secretarias da Prefeitura Municipal de Blumenau, em 3 de junho de 2019, resgatam o tema de novamente tornar o local uma ocupação privada, sendo que se trata de um espaço público de excelência e que pertence à cidade de Blumenau, especialmente próximo à área central, tão carentes de espaços para lazer e contemplação.

Enfim, após mais de 10 anos de debates intenso e vimos um convite para a entrega da edificação do restaurante reformada. Não houve entrega, por algum motivo.
Em 14 de março, foi noticiado pela mídia local que a Prefeitura Municipal de Blumenau pretendia entregar o lugar antes do aniversário da cidade. Não aconteceu a entrega.

Prefeitura espera entregar Frohsinn reformado antes do aniversário de Blumenau
O Município Blumenau – Marlos Glatz

Na manhã desta quinta-feira, 14, foi assinada a licitação de ampliação e revitalização do Frohsinn, localizado no Morro do Aipim, em Blumenau. Além disso, também foi assinada a licitação do projeto urbanístico no entorno do famoso local. De acordo com o prefeito Mário Hildebrandt, as obras no Frohsinn devem levar cerca de quatro meses. Inicialmente, o espaço será utilizado para uma espécie de Museu da Oktoberfest e depois acontecerá uma nova concessão. Na cerimônia, o prefeito ressaltou que espera entregar a obra antes do dia 2 de setembro, data do aniversário de Blumenau. A revitalização e ampliação do antigo restaurante conta com um investimento de mais de R$ 2 milhões.
Entorno do Frohsinn
Além das obras no Frohsinn, a rua Gertrud Sierich e parte da rua Eduardo Laginski receberão pavimentação em concreto e melhoria da drenagem pluvial. Um imóvel também será desapropriado para alargar a via.
Segundo a prefeitura, as obras nas ruas devem durar seis meses. Orçada em cerca de R$1,9 milhão, a pavimentação será viabilizada por meio de financiamento junto ao Banco do Brasil.

Levantamento topográfico

Outra licitação que está sendo concluída trata da contratação de um levantamento topográfico de toda o Morro do Aipim. O objetivo com o estudo é ter informações atualizadas sobre o terreno, para definir um novo projeto de concessão do local à iniciativa privada.
De acordo com o edital elaborado pela Secretaria de Parcerias e Concessões (Separc), o levantamento deverá ser realizado em três meses. Entre as três empresas que concorreram, a primeira colocada foi a Raul Sopko Junior Engenharia. Solo Topografia e Georreferenciamento Ltda e Geomapa Soluções em Engenharia ficam em segundo e terceiro lugar, respectivamente.
O certame segue agora o prazo para recurso quanto à classificação, quando as demais concorrentes podem questionar o resultado. Passada esta etapa, o contrato poderá ser assinado, dando início à topografia.

A obra foi entregue no dia 4 novembro de 2024. Nesta noite estiveram presentes, a imprensa e personalidades de Blumenau. A obra foi entregue inacabada, talvez porque em 2025, se inicia a gestão do novo prefeito eleito, Egídio Ferrari. Estaremos acompanhando as movimentações, no histórico Morro do Aipim.

Formalmente o espaço público foi entregue à comunidade às 15h30 de 9 de novembro de 2024, com a abertura da exposição dos 40 anos de história da Oktoberfest, apresentando os posters das edições da Oktoberfest e canecos diversos.

A edificação com construção mista não foi restaurada – observando critérios da construção enxaimel. Vimos muitos pregos na estrutura de madeira, competindo com o Holznagel. Também a argamassa de assentamento dos tijolos, não foi feita de acordo. Foi constatado a presença de cimento e isto não poderia acontecer.
O lado positivo é que, após mais de 10 anos de debates e embates por membros da sociedade, concluímos que o patrimônio de Blumenau, mesmo “chamuscado” não foi vendido. Uma vez ouvimos de uma autoridade, que isto não seria possível acontecer, porque a construção estava irregular. Não temos conhecimento se continua nesta situação. Que seja, e que o Morro do Aipim permaneça assim, cheinho de história, por muito tempo, antes que a vista do mirante seja bloqueada por arranha-céus, que já estão em construção na base do morro, ao lado do histórico Centro de Saúde, cujo edifico histórico e tombado foi construído em Art Decó.

Também, a Rua Gertrud Sierich está em processo de pavimentação – contando com ampliação de sua caixa. Projeto muito antigo.
Estivemos no local em 18 de novembro de 2024.

As imagens comunicam…

Espaço Público de excelência.

Aguardemos os próximos passos…

Publicação de Marita Deeke Sasse – sua Capa ilustra a paisagem do Frohsinn.

Um Registro para a História.

Sou Angelina Wittmann, Arquiteta e Mestre em Urbanismo, História e Arquitetura da Cidade.
Contatos:
@angewittmann (Instagram)
@AngelWittmann (X

Referências

  • Blumenau em Cadernos. Ata da Sessão Ordinária do Conselho Municipal de Blumenau do dia 10 de Abril de 1911. Tomo XXXVIII, Nº 8 – Agosto de 1997. Páginas 46 e 47.
  • BRUGNAGO, Pamyle. Obra deve terminar só depois de dezembro em Blumenau. Mais Notícias – JSC. Blumenau, 22 de outubro de 2015.
  • FRESARD, Francisco. Conselho de Turismo aprova vendas do Frohsinn. 28 de maio de 2014. Postado por Pancho.
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